
Exposição Prémio novobanco Revelação 2025 mostra 138 fotografias de Helena Ramos.

A Fundação de Serralves apresenta a exposição A vida das abelhas, de Helena Ramos, vencedora da 17.ª edição do Prémio novobanco Revelação 2025, distinção que reconhece novos talentos da fotografia contemporânea. A mostra, com curadoria de Ricardo Nicolau, Adjunto do Diretor do Museu de Serralves, é a primeira apresentação da artista em Portugal e reúne 138 fotografias.
A exposição vai estar patente de 22 de outubro a 5 de abril de 2026, no Museu de Serralves.
Formada em Arquitetura e Urbanismo pela Escola da Cidade, em São Paulo, Helena Ramos (São Paulo, 1999)desenvolve um trabalho que se move entre a fotografia, o design e a moda, explorando o modo como os laços afetivos e as experiências coletivas se traduzem visualmente. As suas imagens percorrem universos distintos, da vida noturna à arquitetura, da natureza às relações humanas, e revelam uma atenção particular às formas de convivência e ao poder transformador da empatia.
Helena Ramos tem uma consciência aguda do papel desempenhado pela montagem na perceção das imagens, colocando em diálogo os diferentes universos em que se desloca, desta forma estabelecendo sinapses surpreendentes.
Recorrendo ao livro homónimo de Maurice Maeterlinck, a exposição A vida das abelhas propõe uma reflexão sobre a interdependência e as redes de cuidado que sustentam as comunidades contemporâneas. As fotografias de HelenaRamos, muitas delas realizadas no contexto da sua geração e dos círculos artísticos e musicais paulistanos, compõem uma espécie de colmeia visual onde o gesto de observar se confunde com o de participar.
Ricardo Nicolau, curador da exposição, pergunta: “Não será a maioria das suas fotografias — aquelas em que regista momentos mais ou menos festivos (as tais festas e concertos, fins de festa e bastidores incluídos) — uma tradução de uma das frases que mais contribuem para fazer de A vida das abelhas uma metáfora da sociedade humana? Escreve Maurice Maeterlinck: ‘A abelha isolada, ainda que rodeada de víveres e na temperatura mais favorável, perece no fim de alguns dias — não de fome, nem de frio, mas de solidão’.
O Prémio novobanco Revelação é hoje uma das mais importantes plataformas de visibilidade para jovens criadores que utilizam a fotografia como meio de expressão. Na sua edição de 2025, a distinção consolida o novo formato de alternância entre artistas portugueses e estrangeiros iniciado em 2024, reforçando a dimensão internacional do projeto.
A exposição será acompanhada por uma edição monográfica publicada por Serralves, reunindo ensaios críticos e uma extensa seleção de imagens. O livro integra a série editorial dedicada aos artistas distinguidos pelo prémio, contribuindo para o alargamento do debate sobre a fotografia contemporânea e o seu papel nas práticas artísticas atuais.
A vida das abelhas é produzida pela Fundação de Serralves — Museu de Arte Contemporânea e tem curadoria de Ricardo Nicolau e coordenação de Adriana Soares.
// Uma prática fotográfica interdisciplinar
Helena Ramos (1999, São Paulo, Brasil) vive e trabalha onde nasceu, e desenvolve pesquisas nas áreas de fotografia, moda, arquitetura e design, transitando por diferentes linguagens e media, tendo realizado diversos projetos nos campos imagéticos, gráficos e expositivos. Concluiu o curso de Arquitetura e Urbanismo na Escola da Cidade (2023).
Entre 2020 e 2022, realizou a iniciação científica intitulada Arquitetura do vestir: Roupas como um projeto, Rio de Janeiro e Florença entre 1960 e 1970, que combinava uma reflexão e pesquisa teórica com a produção de vestíveis e fotografias. Os seus textos voltados para o debate de temas relacionados à disciplina foram publicados pelo Archdaily, pela Paprika! de Yale e pela revista de pesquisa da Escola da Cidade.
Em 2022, publicou o seu primeiro projeto impresso, Punk Office, finalista do Prêmio Lovely’21, da Imaginária_festa do fotolivro o #01, na categoria Fotozine.
Realizou a exposição EnTre, em parceria com Samuel Esteves, no Quase Espaço (2023). Participou da exposição coletiva Sempre deixam a porta aberta no espaço Pluma (2024). Coordenou cursos relacionados ao pensar e fazer imagem junto de Ivi Maiga Bugrimenko (2024–2025).
// Formato renovado
Depois de quase duas décadas a premiar artistas portugueses ou residentes em Portugal, o prémio adotou em 2024 um formato renovado, com alternância entre artistas nacionais e internacionais. Miguel Marquês foi o vencedor do ano passado e, em 2025, a escolha recai sobre a fotógrafa brasileira Helena Ramos. A seleção foi conduzida pela direção artística do Museu de Serralves – Philippe Vergne (Diretor do Museu), Inês Grosso (curadora-chefe) e Ricardo Nicolau (curador e adjunto da direção), após a análise de dezenas de portfólios propostos por curadores e artistas de várias geografias.
O Prémio novobanco Revelação visa incentivar a criação artística de jovens talentos que se dedicam à Fotografia. Este modelo renovado, que escolhe alternadamente artistas nacionais e artistas estrangeiros, reforça o carácter global do Prémio e amplia a sua projeção internacional.
A seleção resulta de uma avaliação rigorosa de múltiplos portfólios de jovens fotógrafos, previamente indicados por artistas, curadores e académicos de referência no campo da fotografia. O critério orientador privilegiou a originalidade, a relevância conceptual e a capacidade de diálogo do trabalho com os grandes desafios culturais e sociais contemporâneos.
// Estimular o interesse pela Arte Contemporânea
Para a Fundação de Serralves, esta parceria está totalmente alinhada com os principais eixos em que assenta a sua Missão, nomeadamente o de estimular o interesse e o conhecimento de públicos de diferentes origens e idades pela Arte Contemporânea. A fotografia é uma das artes visuais mais relevantes neste âmbito e a parceria de que resulta o Prémio novobanco Revelação contribui positivamente para que Serralves continue a ser um polo de referência, em Portugal e no mundo, para a Arte Contemporânea nas suas múltiplas expressões.
Para o novobanco, a Fotografia mantém-se como um dos pilares estratégicos do seu compromisso cultural com a sociedade, promovendo e partilhando atividades e patrimónios culturais de forma transversal, bem como incentivando a criação artística, em particular no campo da fotografia contemporânea.
Exemplo deste compromisso é a Coleção de Fotografia do novobanco, uma das mais importantes coleções de arte corporativa contemporânea do mundo, composta por mais de 1.000 obras de 300 artistas de diferentes gerações e nacionalidades, e disponível para visita ao público.
O novobanco Revelação reafirma, assim, o investimento contínuo do novobanco na fotografia contemporânea e o seu papel ativo no apoio à criação artística.
Fotografia: nvstudio – Fundação de Serralves



