
Fernanda Fragateiro apresenta nova obra para a ponte que liga Museu à Ala Álvaro Siza. De 19 de setembro de 2025 a 30 de agosto de 2026.
A Fundação de Serralves apresenta Abrir janelas à pedrada (2025), obra de Fernanda Fragateiro que integra o ciclo de encomendas para a ponte que liga o edifício principal do Museu de Serralves à Ala Álvaro Siza.
A artista plástica Fernanda Fragateiro Montijo,1962), é conhecida pelo seu trabalho em escultura e instalação, bem como pela sua colaboração frequente com arquitetos para criar peças que se integram em espaços públicos.
Depois da obra sonora de Luisa Cunha, É o que é, que abriu este programa, Fragateiro apresenta um muro de blocos de cimento leve, que altera de forma radical a perceção do espaço.
O muro criado por Fernanda Fragateiro para Serralves apresenta-se como um corpo estranho à ordem arquitetónica, suspenso e irregular, construído a partir de fragmentos de edifícios demolidos no centro de Lisboa. É uma crítica às transformações recentes da cidade, marcadas pela gentrificação, especulação imobiliária e pressão turística.
Em Abrir janelas à pedrada, o muro ergue-se como barreira física e simbólica, instável e precária, mas atravessada por frestas que deixam passar luz e olhar. Os fragmentos que a compõem testemunham a destruição e não procuram reconstruir o passado, mas sim expor contradições do presente.
Desde os anos 1990, Fragateiro desenvolve um trabalho que cruza arquitetura, ruína e memória urbana, recuperando materiais da construção civil e obras de autoras esquecidas pelas narrativas dominantes. Através da recolha e reinterpretação, cria leituras críticas sobre o que é preservado e o que é silenciado.
Esta nova encomenda da Fundação de Serralves expressa o interesse da instituição em fazer da Arquitetura um dos eixos fundamentais da sua Missão. Com este projeto, Serralves continua o programa de convidar artistas mulheres para criar obras específicas para a já icónica ponte desenhada por Álvaro Siza, transformando-a num lugar para interações artísticas inovadoras.
O projeto foi realizado em estreito diálogo com Inês Grosso, curadora chefe, e Isabel Braga, curadora. A execução e montagem da obra contou com o apoio do estúdio da artista.
A obra Abrir janelas à pedrada (2025) vai estar patente de19 de setembro de 2025 a 30 de agosto de 2026.