DDD – Festival Dias da Dança

A 8.ª edição do DDD – Festival Dias da Dança realiza-se entre 23 de abril e 5 de maio nas cidades do Porto, Matosinhos e Gaia.

23 Abr
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05 Mai

Ao longo de 13 dias serão apresentados 27 espetáculos – nove estreias absolutas e 13 estreias nacionais – num total de 44 récitas: 14 coproduções e quatro coapresentações. Os 17 palcos das três cidades vão receber 29 artistas/companhias, com destaque para Jan Martens, Alice Ripoll, Catarina Miranda, Jeremy Nedd, Diana Niepce, La Chachi, Radouan Mriziga, Kate McIntosh.

O DDD arranca dia 23 com REMACHINE”, do coreógrafo sueco Jefta van Dinther, e encerra, dia 5, com “Exotica” da artista chilena Amanda Piña.

Instalações-performances e peças com influências de várias danças, que vão desde o flamenco ao milly rock, são alguns dos novos formatos e danças. O público será ainda convidado a pernoitar no Rivoli, em jeito de uma ‘dormifestação’, e será simulada uma reunião de macaronis.

A 8.ª edição do DDD – Festival Dias da Dança realiza-se entre 23 de abril e 5 de maio nas cidades do Porto, Matosinhos e Gaia. No ano em que se assinala o 50.º aniversário do 25 de abril, o DDD junta-se à efeméride para celebrar a Liberdade. “Na certeza de que há sempre um antes e um depois, esta edição parte da voz, das vozes, para testar outras formas de estar em palco, de vivenciar a dança em vários espaços e formatos. Redefinimos limites do que a dança pode ser, reformatando como ela pode ser experienciada. Reescrevemos narrativas, desentranhando como elas podem, e por quem, ser partilhadas”, afirmam os codiretores artísticos da Direção de Artes Performativas da Ágora, Cristina Planas Leitão e Drew Klein.

Em 2024, o DDD assume-se como um festival que coproduz novas criações, nacionais e internacionais, e que dá destaque à comunidade artística que vive em Portugal estreando o trabalho de nove criadores e coreógrafos. Instalações-performances e peças com influências de várias danças, que vão desde o flamenco ao milly rock, são alguns dos novos formatos e danças que serão apresentados no festival. O público será ainda convidado a pernoitar no Rivoli, em jeito de uma ‘dormifestação’, e será simulada uma reunião de macaronis. Nesta edição, “as peças de dança também podem ser concertos e as partituras de movimento podem ser festas porque queremos que o DDD continue a inspirar, desafiar e unir, renovando este compromisso de liberdade”.

Ao longo de 13 dias serão apresentados 27 espetáculos – nove estreias absolutas e 13 estreias nacionais – num total de 44 récitas, com artistas consagrados e emergentes, em 17 palcos distribuídos pelo Porto (Rivoli, Campo Alegre, CAMPUS Paulo Cunha e Silva, TMP Café, Serralves, Coliseu Porto Ageas, Palácio do Bolhão, Circolando – Central Elétrica, Praça da Alegria, Praça D. João I, Clube Fenianos Portuenses, Rua Escura, Pérola Negra), por Matosinhos (Casa da Arquitectura, Teatro Municipal de Matosinhos Constantino Nery, passeio da Praia de Matosinhos) e Gaia (Auditório Municipal, Varais da Afurada).

Entre regressos, primeiras vezes e novos formatos, o DDD 2024 reforça o seu lugar entre os festivais de artes performativas de referência no mundo.

Alice Ripoll, Jefta van Dinther, Jan Martens e Catarina Miranda entre os regressos

A abertura do DDD 2024 acontece dia 23 de abril, no Rivoli, às 21h30, com a estreia nacional de “REMACHINE”,de Jefta van Dinther. Uma peça que explora a interação entre os humanos e um ambiente hiper mecanizado incontornável, numa nova colaboração com a compositora Anna von Hausswolff, e assinala o regresso do coreógrafo sueco ao DDD depois de, em 2015, ter apresentado “PLATEAU EFFECT”. O espetáculo conta com Audiodescrição, em português e em inglês, e marca o regresso do coreógrafo, agora em nome próprio.

Em dose dupla no DDD, Jefta van Dinther estreia também “Dark Field Analysis”, no Auditório de Serralves, a 27 de abril. Uma peça que invoca a intensidade de estar vivo, relacionando os humanos com outras formas de vida.

Ainda no dia 23, às 19h30, Alice Ripoll apresenta “Zona Franca” no Palácio do Bolhão. Um trabalho contínuo de pesquisa sobre a relação das danças urbanas e populares do Brasil com uma encenação contemporânea, sobre as vozes falam e o que podem expressar através dessas danças.

Artista convidada em 2024, Wura Moraes estreia “HENDA I XALA – Saudade que fica” dia 26, no Teatro Campo Alegre. Nesta peça, a dança apresenta-se como uma plataforma de expressão primordial, um campo comum na ligação da coreógrafa com o pai, Mário Calixto (1960-1996), dançarino e coreógrafo, onde o passado, o presente e as possibilidades de futuros se sobrepõem.

No Auditório Municipal de Gaia, Luísa Saraiva revela “Bocarra”, uma peça sobre a mecânica do corpo em movimento como instrumento sonoro, partindo do repertório de canto polifónico feminino da Península Ibérica sobre sentimentos de amargura e violência.

Também de regresso ao Porto, Jan Martens com “VOICE NOISE” dia 29, no Rivoli. A partir do ensaio de Anne Carson, “The Gender of Sound” (1992), no qual é exposta a forma como a cultura patriarcal procurou silenciar as mulheres, o coreógrafo trabalha com seis intérpretes – vozes femininas inovadoras, desconhecidas e/ou esquecidas dos últimos cem anos da história da música ganham um palco.

No Teatro Campo Alegre, Catarina Miranda mostra “ΛƬSUMOЯI”, dia 30. A partir da peça de teatro japonesa noh “Atsumori”, escrita por Zeami Motokiyo no século XV, apresenta um espetáculo ancorado no movimento, na luz e no som, onde se cruzam espectros e memórias, passado e presente, técnicas ancestrais e linguagens futuristas. 

A 4 de maio, Inês Campos apresenta “fio ^” no auditório de Serralves. Uma viagem íntima que se debruça sobre as narrativas e os diálogos internos e se interroga sobre como é moldada a forma de ler a vida.

Amanda Piña, Jeremy Nedd, La Chachi, Radouan Mriziga e Kate McIntosh entre os artistas que se estreiam no Porto

Pela primeira vez no Porto, Jeremy Nedd estreia “from rock to rock … aka how magnolia was taken for granite”, dia 26, no Teatro Campo Alegre. O mais recente trabalho do coreógrafo norte-americano, estabelecido em Basileia, inspira-se numa ação judicial relativa a direitos autorais de um rapper contra uma empresa de videojogos e analisa um passo de dança conhecido como Milly Rock.

No domingo, 28, “LOUNGE” de Marga Alfeirão com Mariana Benenge, Myriam Lucas e Shaka Lion: um dueto para dois corpos que se identificam com o feminino e que, juntos, experimentam estados de descanso ativo e passivo. A peça esculpe-se pela noção de “lap dance invisível”.

O Espaço Álvaro Siza Vieira na Casa da Arquitectura acolhe “Lybia”, de Radouan Mriziga, dia 30, onde o coreógrafo marroquino, estabelecido em Bruxelas, procura desafiar a visão redutora do tempo.

No Coliseu Porto Ageas estreia “tReta, uma invasão performática” do coletivo brasileiro Original Bomber Crew, uma organização de práticas e pesquisa em hip-hop no território semiárido brasileiro, referência em formação e criação em dança de rua, performances e batalhas. Dia 2 de maio, tReta põe em ação formas de hip-hop, numa reedição da história em confronto direto com as forças colonizadoras.

No dia 3, o Teatro Municipal Constantino Nery recebe, em estreia nacional, “Los inescalables alpes, buscando a Currito” de María del Mar Suárez aka La Chachi. Depois de conquistar o seu lugar nesta tendência recente de desmontar e repensar o flamenco, a atriz e bailarina traz ao Porto este espetáculo já apelidado de “inovador”, “intenso”, “hipnótico”, “magistral” e “visceral”.

No Rivoli, a multifacetada artista neozelandesa, Kate McIntosh, apresenta, dia 4, “Lake Life” – um jogo, um puzzle e uma celebração onde se entra com dois pés e talvez se saia com três. O jogo é transformação, imaginária e real, e o público é convidado a participar. 

A fechar a 8.ª edição do DDD, Amanda Piña com “Exotica”, no Campo Alegre. Neste trabalho, a artista chilena, mexicana e austríaca identifica o legado de artistas racializados a atuar nos palcos europeus e aquilo a que se refere como “a brown history da dança europeia”. “Exotica” é um ritual exuberante concebido como uma sessão espírita através da qual os bailarinos, enquanto antepassados, pessoas queer e mulheres negras do passado e do presente, ressurgem em palco e entram em diálogo com o olhar e a ancestralidade do público.

Outras danças e formatos no DDD

A noite de abertura da 8.ª edição do DDD termina no TMP Café com “Salão Pavão” de Marco da Silva Ferreira, a partir das 23h00. Dez intérpretes experientes em várias danças, desde as danças de salão a danças de clubbing, interpretam uma partitura coreográfica que se transforma numa festa.

Ao segundo dia do DDD, uma nova experiência: o projeto teatro de Roger Bernat “Dormifestació” que convida o público a pernoitar no Rivoli, de 24 para 25 de abril. De acordo com o artista catalão “50 anos depois da Revolução dos Cravos, precisamos de uma nova revolução”, e explica: “Estamos a viver uma emergência habitacional, um mercado imobiliário especulativo que nos está a expulsar das nossas cidades. Estamos a viver a odisseia da habitação e agora é a vez de fazer a revolução dos telhados. Por isso, convocamos uma Dormifestació [Dormifestação]. Vamos representar o drama mais atual do nosso tempo no Rivoli.” Uma mobilização de dez horas, de participação gratuita, que tem como objetivo o protesto ativo da não-ação.

O dia 25 de abril convoca outras narrativas da revolução com “Ancestralidade, Ação e Imaginação”, um programa pensado pela União Negra das Artes, que tem como missão promover a elevação e o fortalecimento da representatividade negra no setor artístico português, assim como o reconhecimento e a valorização do património imaterial da população negra em Portugal. A partir das 12h30, três momentos para pensar nas artes, na cidade, nos discursos, nas programações enquanto possibilidades de criar novas narrativas e formas de imaginação, quer pela ressignificação ou ficcionalização: um almoço-conversa, uma caminhada envolvendo o projeto Caminhada de Mulheres Negras e African Heritage Tour (desde a Praça da Alegria/ Fontainhas até à Circolando – Central Elétrica), e uma instalação também com a participação de Fayxka e Marco Maiat, na Circolando – Central Elétrica, que termina ao som do DJ Set de Sound Preta. 

No primeiro fim-de-semana do DDD, Diana Niepce apresenta, no Palácio do Bolhão, “Utopia”, dia 27, às 16h00. Uma performance duracional sustentada entre a transgressão e a opressão dos limites físicos. Ao longo de quatro horas, a bailarina e coreógrafa procura “homenagear os corpos por aquilo que são, através da sua própria história e saber”.

No mesmo dia, às 17h00, The Cursed Assembly transforma o Clube Fenianos Portuenses em “The Macaroni Club”, recriando, especulativamente, o que uma reunião de macaronis poderia ser, e onde o público é convidado a criar personagens que habitem na história. A after party realiza-se no TMP Café a partir das 23h30.

Piny volta a marcar presença no DDD, desta vez com “ONYX”, que estreia no Palácio do Bolhão dia 1 de março. Uma instalação-performance dividida em duas partes separadas, mas coladas no tempo. Um ritual onírico de vácuo e presença, carregado de silêncio, barulho, informação não linear, peso e uma flutuação do tempo.

No Auditório Municipal de Gaia, dia 4, “Vida e Obra” de João dos Santos Martins com Adriano Vicente, Ana Rita Teodoro, Connor Scott, Natacha Campos, Noel Quintela, Sofia Kafol, Teresa Silva + Constança Entrudo + Filipe Pereira & Joana Mário. Uma tentativa de curvar o tempo para a frente e para trás em simultâneo, como um processo de memória e de devir. Um esforço de convivência de linguagens entre movimento e voz.

A noite termina no Pérola Negra com a Vogue Night Party.

Balleteatro x DDD :: Corpo+Cidade

Dando continuidade à parceria com o balleteatro, o Corpo+Cidade vai estrear seis espetáculos em espaços públicos do Porto, Matosinhos e Gaia, com acesso livre:“Naufragium”, uma performance de Gabriela VP, com interpretação de Aura da Fonseca, Dori Nigro, Janne Schröder, Jorge Gonçalves, Rebecca Moradalizadeh, dia 26 de abril, na Praça da Alegria, no Porto; a instalação performativa “Caixa de Esmolas” de Arte Total, dia 27, na Praça D. João I; “Channels: When Tunnels get Flooded / Rivers Run Backwards” da dupla de criadores multidisciplinares Inês Tartaruga Água & Xavier Paes, dia 28, no passeio da Praia de Matosinhos; “Muala” da luso-angolana Bibiana Figueiredo, dia 3 de março, no Mercado do Bolhão; “Menos por Menos é Mais” da artista e investigadora Telma João Santos, dia 4, na Rua Escura; e “NU MEIO-Bailão” da dupla de coreógrafos Filipa Francisco & Bruno Cochat, dia 5, nos Varais da Afurada.  

CAMPUS Paulo Cunha e Silva volta a ser um ponto de encontro

O DDD 2024 convida artistas para residências nos estúdios do CAMPUS Paulo Cunha e Silva, numa experiência 3Dimensional, procurando novas sinergias com outras latitudes geográficas e parcerias. Ana Rita Xavier, que trabalha a partir do Porto; Dileep Chilanka, nomeado pelo Serendipity Arts Festival (Goa, Índia); e Pinwen Su, pelo Taipei Performing Arts Centre (Taipé, Taiwan) são os Guest Artists deste ano. No dia 4 de maio, às 11h30, o trabalho desenvolvido será partilhado proporcionando a troca de experiências e conhecimento. 

Como é habitual, durante o festival, há sessões de Yoga todas as manhãs, no CAMPUS, com Ana Santos Silva, Jovita Ivanaviciute e Marisa Vieira da Casa Ganapati. De 22 de abril a 3 de maio, exceto ao fim-de-semana, as aulas realizam-se às 8h00 e têm entrada gratuita, mediante levantamento de bilhete em ddd.bol.pt.

Para profissionais e estudantes de nível avançado em artes performativas, há práticas com Jeremy Nedd; Jefta van Dinther & Juan Pablo Cámara; Original Bomber Crew; Legendary Mother Kendall Miyake-Mugler; Marga Alfeirão e Mariana Benenge; Vânia Doutel Vaz; Radouan Mriziga, Jan Martens, Amanda Piña, La Chachi, Connor Scott, German Father David Elle e Katiany Correia.

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Os bilhetes para os espetáculos do DDD podem ser adquiridos na bilheteira central do DDD, no Teatro Rivoli, nas bilheteiras dos respetivos espaços de apresentação, e on-line na plataforma BOL (ddd.bol.pt) – com exceção para os espetáculos no Auditório de Gaia, que estão na plataforma Ticketline; e os de Serralves, na plataforma Blueticket.

O preço dos bilhetes varia por espetáculo, entre os 7€ e os 12€, e cada espaço tem a sua própria política de descontos. Na compra simultânea de cinco ou mais bilhetes para espetáculos diferentes é aplicado um desconto de 50%. Este pacote DDD só está disponível para compra na bilheteira do Teatro Rivoli.

Os espetáculos “Salão Pavão” (TMP Café), “Dormifestació” (Rivoli) e a after party “The Macaroni Club” são de entrada gratuita, mediante levantamento de bilhete no próprio dia da sessão, tanto nas bilheteiras físicas do Rivoli e do Campo Alegre, como em ddd.bol.pt. 

A atividade Almoço/Conversa do programa “Ancestralidade, Ação e Imaginação”, da UNA, requer levantamento de bilhete gratuito no próprio dia (25 de abril). A atividade Rota de Fuga, que também integra este programa, é de participação livre. 

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