O Meu Primeiro FITEI regressa na quinta-feira (31) ao Porto e a Matosinhos, com 7 espetáculos (4 nacionais e 3 internacionais) em 4 salas.
Cinco anos após a primeira edição, O Meu Primeiro FITEI continua a promover um primeiro contacto dos mais novos com as artes performativas. Na celebração do seu aniversário, para além de três espetáculos nacionais, serão apresentadas três peças internacionais fruto do projeto Connect-Up!, projeto europeu que o Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica integra. O projecto Connect-Up! é um projeto de grande escala financiado pelo programa Creative Europe e conta com a participação de 19 instituições (companhias e festivais) de 10 países. É uma iniciativa cultural e internacional direcionada ao público com mais de 12 anos e pretende combater o crescente processo de divisões sociais e facilitar o acesso à cultura pela Europa. Através do uso e criação de ferramentas de acessibilidade e mediação de públicos, o objetivo do projeto é aproximar este grupo etário das artes performativas.
Tal como acrescenta Gonçalo Amorim, diretor artístico do festival, “chegamos à quinta edição d’O Meu Primeiro FITEI. Em 2020, em plena pandemia, decidimos arriscar este novo formato. Um festival dedicado ao público mais jovem, mas também a todos aqueles que normalmente não vão ao teatro, tentando derrubar fronteiras para que a acessibilidade seja uma realidade nas atividades culturais, num trabalho de mediação e proximidade tanto programática como artística. Neste ano de celebração, é com felicidade que recebemos o último encontro da rede de grande escala, financiada pelo programa Creative Europe: Connect Up!, que envolve 10 países europeus, e que neste último ano se estende a países não europeus, como os que estão representados n’O Meu Primeiro FITEI, Brasil, Filipinas e E.U.A., com um espetáculo Havaiano.”
O festival arranca a 31 de outubro e 1 de novembro no Teatro Municipal de Matosinhos Constantino Nery, com a peça Sophia de Ana Bento / Gira Sol Azul. A obra e universo de Sophia de Mello Breyner são revisitados em 8 temas originais, onde a liberdade da poesia e do mar se cruzam para fazer emergir a utopia das cidades, da folha em branco sinónima de construção de um mundo novo. Este é um projeto musical de Ana Bento e Bruno Pinto entrecruzado com as visões e versões cénicas de Joana Craveiro.
Nos mesmos dias, chega ao Teatro de Belomonte do Teatro de Marionetas do Porto o espetáculo Orfeu e Eurídice. Tomando como base o mito de Orfeu, Roberto Merino pretende construir um espetáculo de marionetas que siga o percurso do jovem herói, filho de Apolo (em algumas versões), o seu casamento com Eurídice, a morte desta e o intento do seu resgate do reino do Hades por parte de Orfeu. O espetáculo propõe-se a reinterpretar o mito através da riqueza e das propriedades linguísticas e literárias presentes no texto latino que, sem dúvida, conferem maior expressividade ao poema sobre um dos mitos mais célebres da mitologia grega.
Em ambos os espetáculos, as sessões de 31 de outubro estão reservadas para as escolas e as de 1 de novembro destinam-se às famílias.
Integrado no projeto Connect-Up!, Benfazeja parte do conto homónimo de João Guimarães Rosa e fala-nos da história de Mula-Marmela e Retrupé, dois quase excomungados que agora vagueiam nas periferias da cidade sob o silêncio acusador dos seus habitantes blindados. Este é um projeto do Teatro O Bando, que celebra em 2024 cinquenta anos, e da encenadora Suzana Branco. Será apresentada a 2 e 3 de novembro no Palácio do Bolhão.
No Coliseu do Porto, a 3 e 4 de novembro, serão apresentadas quatro peças: duas internacionais, Firewall e PĀ KA MAKANI, integrados no Connect-Up!, e duas nacionais, O Duelo e NiNHO – Aves para bebés e famílias (ato II).
NiNHO, um espetáculo para crianças dos 3 meses aos 3 anos, parte do conto original “O Ninho do Urso Gaspar”, de Inês Montalvão. Aqui, cria-se uma teia de afetos, porque há ninhos que se fazem daquilo que mais gostámos. O projeto faz parte de uma parceria do Coliseu Porto Ageas com a Som do Algodão, dupla feminina composta por Dulce Moreira e Mariana Santos. Para ver no dia 3 de novembro.
Quando a humanidade realiza um referendo para selar a Firewall – cortando permanentemente os laços da humanidade com o “velho mundo” – Ren e Thea, de 17 anos, dão por si sem voto e sem voz no seu próprio futuro. À medida que se aventuram por uma paisagem defeituosa, Ren e Thea têm de lidar com as diferenças pessoais e políticas e decidir se reiniciam o sistema ou se o desligam para sempre. Este é um espetáculo do Derby Theatre e do Philippine Educational Theater Association (PETA). Em PĀ KA MAKANI, Lokomaika‘i Lipscomb e Annie Cusick Wood exploram o que o vento significa para uma ilha, o que significa para o Havaí e que histórias conseguimos emitir pela brisa. Todas as sessões de cada espetáculo serão apresentadas em inglês, com legendagem em português.
Estes dois espetáculos terão duas sessões, uma a 3 de novembro, para famílias, e outra a 4, para o público escolar.
Por fim, e também nas mesmas datas, o Teatro do Bolhão e Joana Providência apresentam O Duelo, um espetáculo sobre zangas, conflitos, guerras, mas sobretudo sobre a paz. Dois homens discutem num país distante e frio. Discutem há tanto tempo que já não se lembram por que razão começaram a discutir. 1, 2, 3, 4… Lá vão eles, afastando-se. Seguimos um deles, mas a dada altura perguntamo-nos: onde irá?
O Meu Primeiro FITEI continua a estender o foro de atuação da sua programação. Ainda no âmbito do marco de 5 anos de O Meu Primeiro FITEI, estará em exposição no Coliseu uma retrospectiva da imagem gráfica criada pelo ilustrador e designer Tiago Albuquerque ao longo das últimas edições.
Para além da presença habitual da Praça de Inverno no Coliseu (3 de novembro), a feira multidisciplinar — onde ilustradores, livreiros, artesãos de brinquedos e outros artistas expõem os seus trabalhos num só sítio — que estará uns dias antes no Teatro Municipal de Matosinhos Constantino Nery, a 1 de novembro, numa versão reduzida.
Juntam-se ainda às atividades paralelas A Minha Primeira Discoteca e oficinas. O programa paralelo será anunciado em breve e o acesso a estas atividades é livre.
No que diz respeito a preços, os mesmos variam entre os 3.50€ e os 7.50€, com condições especiais para grupos e crianças, mediante o espaço de apresentação.
A informação atualizada sobre O MEU PRIMEIRO FITEI pode ser consultada em fitei.com
Fotografia: O Duelo – Pedro Figueiredo