Desde abril do ano passado, o Município do Porto assinalou os 50 anos da Revolução dos Cravos com um programa público de pensamento, criação artística e participação cívica.
O programa “Revolução, Já!”, promovido pelo Museu e Bibliotecas do Porto, chega ao fim no dia 8 de maio, às 18 horas, no auditório da Biblioteca Municipal Almeida Garrett (BMAG), com a apresentação de três livros que materializam as principais linhas de ação: a poesia, o pensamento e o cinema. A entrada é livre.
As publicações oferecem 50 poemas inéditos dos convidados da “Poesia Pública”, os textos dos conferencistas que participaram no “Fórum do Futuro” e um volume dedicado ao ciclo de cinema “Outras Revoluções”, com curadoria de Edmundo Cordeiro.
Desde abril do ano passado, o Município do Porto assinalou os 50 anos da Revolução dos Cravos com um programa público de pensamento, criação artística e participação cívica, que se propôs ir além da evocação simbólica ou da celebração convencional. O “Revolução, Já!” pretendeu inscrever a experiência da revolução num horizonte de futuro e emergência, interligando memória e atualidade para refletir sobre as transformações em curso na sociedade contemporânea.
O programa foi estruturado em quatro grandes eixos. O “Poesia Pública” envolveu cinquenta poetas portugueses que criaram poemas sobre a revolução, publicados numa antologia e espalhados pela cidade.
O segundo eixo, o “Fórum do Futuro”, contou com dez conferências sobre revoluções nas áreas de política, ciência, arte, economia, natureza e história.
O ciclo de cinema foi dividido em três partes: uma com curadoria de Edmundo Ferreira, com apresentação de dez filmes projetados e comentados que trouxeram revoluções de outras geografias e tempos históricos, incluindo as do próprio cinema; outra com curadoria do Cineclube do Porto, que revisitou momentos-chave da história do cinema; e uma terceira, com filmes de animação criados por participantes das atividades do projeto Anilupa, que incluíram oficinas que abordaram a liberdade e o 25 de Abril.
O quarto eixo, o Programa Artístico Comunitário, envolveu oficinas criativas com a comunidade prisional, explorando o tema da liberdade e promovendo a reintegração social. O programa também incluiu exposições, cursos breves, conversas no ciclo “Um Objeto e seus Discursos” e recitais de música.
Além da apresentação dos volumes, em paralelo, no átrio da BMAG, apresentam-se trabalhos do projeto “Liberdade: oficinas criativas em ambiente prisional”, que as Bibliotecas Municipais do Porto desenvolveram, no âmbito da celebração do 50.º aniversário do 25 de Abril, com as três instituições parceiras: Centro Educativo Santo António, Unidade de Psiquiatria Forense do Hospital Magalhães Lemos e Estabelecimento Prisional junto da Polícia Judiciária do Porto.
Fotografia: Rui Oliveira