Apresentação e debate do programa arranca terça-feira no parlamento

O documento foi aprovado em Conselho de Ministros na quinta-feira e entregue na Assembleia da República no sábado.

Junho 16, 2025

O programa do XXV Governo Constitucional é apresentado e discutido na Assembleia da República a partir das 10h00 de terça-feira e até ao final da manhã de quarta, arrancando com uma intervenção do primeiro-ministro, Luís Montenegro, sem limite de tempo.

O documento foi aprovado em Conselho de Ministros na quinta-feira e entregue na Assembleia da República no sábado, incluindo medidas já inscritas no programa eleitoral da AD, como a descida do IRS e IRC ou a subida de salários e pensões, mas também novos compromissos.

Entre as principais novidades, destaque para a reforma do Estado (com o Governo a afastar despedimentos ou redução de vencimentos dos funcionários públicos), que mereceu um ministério autónomo no Governo PSD/CDS-PP, a intenção de mexer na legislação laboral, incluindo na lei da greve, de rever a Lei de Bases da Saúde ou de antecipar o compromisso de investimento de 2% do PIB na Defesa já este ano.

Um maior controlo na imigração é outra das linhas mestras do programa do segundo executivo chefiado por Luís Montenegro, que inclui um novo capítulo em relação ao documento apresentado antes da campanha: uma Agenda Transformadora, que assume dez eixos prioritários para a ação do Governo.

Essas prioridades passam pela política de rendimentos, a reforma do Estado, a criação de riqueza, a “imigração regulada”, serviços públicos de qualidade e com complementaridade com privados, segurança de proximidade, justiça mais rápida, respostas à crise de habitação, aposta em novas infraestruturas, implementação do projeto “Água que Une” e pelo plano de reforço estratégico do investimento em defesa.

Na entrega do programa, o ministro dos Assuntos Parlamentares, Carlos Abreu Amorim, assumiu que, para lá de assegurar a estabilidade, o documento é um programa para quatro anos que pretende “transformar o país”.

Apesar de o programa não incluir qualquer atualização do cenário orçamental, o ministro defendeu que as previsões económicas do executivo — mais otimistas do que a de instituições como Banco de Portugal ou Comissão Europeia – “são aquelas que correspondem à realidade” e salientou que “não é a primeira vez que o Governo fica numa ilustre solidão”, mas sem excluir alterações devido à situação internacional.

O ministro assegurou que o Governo pretende “um diálogo com todos os partidos” para procurar consensos de forma a concretizar o programa, o que já mereceu críticas do PS, que defendeu que o executivo “tem de escolher com quem quer dialogar”.

Na oposição, as críticas oscilaram entre as diferenças entre o programa eleitoral da AD e do Governo (PS), a acusação de não ter ideias inovadoras (Chega) ou, no caso de PCP e do BE, de beneficiar as grandes empresas.

Após a apresentação inicial do primeiro-ministro, haverá hora e meia para as primeiras perguntas e respostas às dez forças políticas que se sentam no hemiciclo da XVII legislatura, começando pelo Chega — que se tornou o segundo maior partido parlamentar -, seguindo-se PSD, PS, IL, Livre, PCP, CDS-PP e os deputados únicos do BE, PAN e JPP, o único estreante.

Depois, seguem-se cerca de quatro horas e meia de debate do documento, prevendo-se intervenções de vários ministros ao longo da tarde parlamentar.

Para quarta-feira de manhã, ficou reservado o período de encerramento, cerca de duas horas de intervenções dos partidos (desta vez por ordem crescente) e do Governo, seguindo-se a votação da moção de rejeição do PCP ao documento, que PS e Chega já disseram inviabilizar.

Só depois de apreciado o programa do Governo, e da sua não rejeição, é que o XXV Governo Constitucional, que tomou posse a 05 de junho, entrará em plenitude de funções.

Além do programa do Governo, é de prever que a oposição traga ao debate as várias agressões recentes associadas a grupos de extrema-direita, depois de PCP e BE já terem pedido ao executivo que retifique a ausência destas ameaças na versão final do Relatório Nacional de Segurança Interna (RASI) de 2024.

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