Autárquicas 2025: As prioridades dos candidatos à Câmara Municipal do Porto

Até às eleições autárquicas, a Rádio Nova dá voz a todos os candidatos à Câmara do Porto.

Outubro 10, 2025

A Rádio Nova pediu aos candidatos à Câmara do Porto que num minuto explicassem as prioridades das respetivas candidaturas para a cidade.

A candidata da CDU apresenta-se à autarquia portuense com o mote: “um Porto para todos e o pleno direito à cidade de todos os que cá moram e estudam”. Nesse âmbito,  Diana Ferreira, defende a construção da habitação pública, algo que encarou como um desafio.Em prol da concretização a este direito, a antiga deputada da Assembleia da República pretende também responsabilizar o Estado Central, bem como trabalhar com associações de moradores e o movimento cooperativo não especulativo.

No capítulo da mobilidade, a comunista propõem o reforço dos transportes públicos “numa rede articulada municipal e metropolitana”. Não esquece ainda a mobilidade suave, como tal deseja trabalhar numa rede ciclável, de forma a “responder às necessidades crescentes de quem anda mais de bicicleta na cidade”.

No setor social, deseja concretizar uma resposta na rede pública de creches, na valorização das carreiras e por consequência nos salários laborais e nas melhores condições de trabalho.

Por último, Diana Ferreira enalteceu à Rádio Nova a vontade de prestar apoio ao movimento associativo popular, além da valorização daqueles que vivem da cultura no Porto.

Passemos ao Bloco de Esquerda. O bloquista Sérgio Aires, que nasceu no Porto e hoje vive na freguesia de Campanhã, revelou à Rádio Nova como grande prioridade para a Invicta o combate à pobreza, um papel que, segundo o bloquista, tem sido debatido e trabalhado pelo partido nos últimos quatro anos. Para esse objetivo passar da teoria à prática, o Plano Municipal “tem de ser evidentemente integrado”.

Num outro capítulo, a habitação, o candidato defende a construção de habitação pública “o mais rapidamente possível” em terrenos municipais como no Monte Pedral. Segundo o cabeça de lista do Bloco de Esquerda, o município do Porto “tem recursos” financeiros disponíveis para esse reforço.Neste âmbito, Os edifícios devolutos da cidade também serão recuperados e transformados em habitação pública a custos controlados. Com estas medidas, Sérgio Aires considera que “a Câmara terá uma resposta ao principal problema da cidade”.

Já no Livre, o candidato Hélder Sousa assumiu como metas à liderança da autarquia portuense: a habitação; mobilidade; e os espaços verdes. “No Porto, as casas são demasiado caras, a mobilidade é caótica e faltam espaços verdes. Muitas famílias não conseguem pagar casa, os estudantes não encontram quarto e as crianças já não têm onde brincar”, disse o cabeça de lista à Rádio Nova.

O também produtor e programador cultural quer apostar em “30% de habitação fora do mercado especulativo”, para disponiblizar aos portuenses “habitações que possam pagar”, e nesse sentido dar uma resposta de emergência às pessoas mais vulneráveis e aquelas que vivem em situação de sem abrigo

Na mobilidade, afirmou ter “metas claras”. “Queremos 100 km de ciclovias seguras, 200 km de corredores bus e a expansão da rede de metro, além de corredores verdes a ligar os bairros e os parques de toda a cidade”, destacou.

No sua candidatura, o partido não esquece o mítico Mercado do Bolhão. Segundo Hélder Sousa com o programa do Livre o espaço “vai ser um grande mercado de frescos e de proximidade para produtores e cooperativas, para estimular a economia regional e promover a alimentação saúdavel e consumos sustentáveis”.

“Queremos ainda mais espaços de encontro e de partilha em todas as freguesias, mas também espaços culturais e de aprendizagem, abertos à comunidade, bem como escolas com paínes solares no centro das comunidades energéticas, que funcionem em locais abertos e fora do horário letivo para a prática desportiva ou para a realização de aulas de português”, finalizou o candidato de 47 anos.

O Aliança Democrática Nacional (ADN) leva Frederico Duarte Carvalho às eleições autárquias pelo círculo eleitoral do Porto. À Rádio Nova o atual jornalista definiu como prioridades a habitação, a segurança, a mobilidade e o turismo sustentável, pilares que na sua ótica devem estar “interligados, construindo a cidade como um todo”.

“Se há mais habitação, temos então que trabalhar também na segurança. As pessoas precisam de mobilidade e para isso precisam também que o Centro Histórico tenha um turismo sustentável”, explicou.

Segundo referiu à Nova Frederico Duarte Carvalho, “a visão de um presidente da Câmara é precisamente de olhar para a cidade como um organismo vivo”.

Direcionemos atenções agora para a lista independente apoiada pelo Partido Trabalhista Português (PTP), encabeçada por Maria Amélia Costa.

À Rádio Nova a candidata referiu que tem como intuito “criar emprego público nas diversas áreas de intervenção da autarquia; gerar quatro mil postos de trabalho, nomeadamente na indústria automóvel, siderúrgica, cimenteira, e agricultura; estabelecer articulação com as escolas, universidades e empresas para fomentar o emprego; e captar investimento privado”.

Quanto à habitação, pretende “disponibilizar casas sociais em função das necessidades, criar mais área de habitação para os particulares, simplificar e criar celeridade nos vários procedimentos para o licenciamento das habitações”.

No espectro da mobilidade, a ainda professora deseja mais transportes públicos e autocarros da STCP “gratuitos para todas as idades dentro da cidade do Porto” e ainda “rever o projeto criado pela Metro do Porto”. Já nos assuntos sociais, compromete-se a apoiar crianças, jovens e idosos carenciados.

“Este é o momento de provar que o Porto tem voz própria”. É deste modo que Nuno Cardoso define o movimento independente “Porto Primeiro” que lidera. “É um movimento do povo portuense para a cidade Invicta. Sem vassalagens das certes partidárias de Lisboa, retorquiu à Nova.

O antigo autarca portuense afirmou que no dia 12 de outubro os eleitores do círculo eleitoral do Porto têm a oportunidade de “escolher alguém que conhecem bem, com quem se cruzam na rua e que ajudou a resolver muitos problemas do passado, como a falta de água, ou o trânsito”.

O atual vice-presidente da Câmara Municipal do Porto é candidato independente à presidência da autarquia nas eleições autárquicas. Filipe Araújo, líder do movimento “Fazer à Porto” assumiu à Rádio Nova como principal prioridadade “a qualidade de vida” dos portuenses, através da criação “de mais espaços verdes” e da disponiblização de “mais apoio às famílias com o cartão Porto.”

O candidato pretende também “continuar a apostar na cultura”, na “habitação” para que “seja possível viver no Porto”, na mobilidade com “a construção de uma cidade feita para as pessoas e não para os carros” e na segurança através do incentivo “em Polícia de proximidade e num corpo de guardas noturnos”.

No dia 12 de outubro, os portuenses vão decidir “o que querem para o futuro do Porto (…) entre a experiência, independência, contas certas e visão do do futuro que o movimento tem (…) ou voltar ao tempo dos partidos de antigamente”, rematou à Nova.

Continuemos com a listagem. O estudante Guilherme Alexandre Jorge, de 24 anos, é o candidato do Volt à Câmara Municipal do Porto. À Rádio Nova explicou que decidiu “lutar por um Porto que funcione e que seja realista” para não ter que ser obrigado a emigrar.

O jovem enalteceu como prioridades, “além da habitação para todos e da mobilidade coletiva e ciclável, o feminismo”. Nesse sentido, pretende “fazer de tudo o que estiver ao nosso alcance para acabar com a violência doméstica, alargando a oferta de carejo do município para que ninguém seja prejudicado na carreira por ter filhos e garantir a segurança para quem sai à noite”.

Em segundo lugar, o candidato enumerou “a inclusão dos cidadãos na política” e em terceiro, a criação de espaços verdes e de lazer.  “Temos muito mais ideias no nosso programa, todas elas testadas e com bons resultados noutros sítios. Por isso, sabemos que elas funcionam. E no Porto também pode funcionar”, concluiu o cabeça de lista que se juntou ao Volt em março de 2024.

O Chega leva Miguel Corte-Real às eleições autárquicas pelo círculo do Porto.

O antigo gestor e líder da bancada da Assembleia Municipal da Invicta pelo PSD elege como prioridades a segurança, a mobilidade e a habitação. “Hoje há muita gente que tem medo de sair de casa, tem medo de usar o espaço público e isto tem de acabar. Temos de ter políticas concretas de segurança para que todos se sintam confortáveis e em liberdade”, disse o candidato à Nova.

Na mobilidade, o cabeça de lista do Chega sublinhou que o problema do trânsito na cidade “resulta do mau planeamento de obras”, bem como da existência de “projetos que não fazem sentido”.

Relativamente à habitação, Corte-Real frisou ainda a necessidade de fixar os portuenses na cidade, algo que na opinião do candidato é concretizável com a adoção de “políticas de habitação que apoiem a classe média”, de modo a fazerem a diferença no dia-a-dia dos portugueses”.

Luís Tinoco Azevedo é o cabeça de lista do Partido Liberal Social (PLS) para a Câmara do Porto. O candidato pretende edificar “uma cidade onde é seguro as crianças irem a pé para a escola”, onde os portuenses “passem menos tempo paradas no trânsito” e tenham “espaços públicos de qualidade (…) para socializarem”.

Para concretizar esta visão, Tinoco Azevedo definiu cinco pilares estratégicos. O primeiro passa pela municipalização. “Queremos uma descentralização mais aprofundada e trazer o poder para próximo de cidadãos”, detalhou à Rádio Nova.

O segundo centra-se na mobilidade. “Queremos fazer do porto uma cidade de 15 minutos, onde cada cidadão tem próximo de si tudo o que precisa para viver bem. Trabalho, escola, saúde, espaços verdes, cultura e desporto”, acrescentou.

O terceiro ponto inclui a habitação. Este, estabelece o aumento e diversificação da oferta, “através do setor público, privado e cooperativo”, mas também da regulação do turismo.

A segurança encontra-se no quarto lugar de prioridades.

O último compromisso traduz-se na qualidade de vida. Com a quinta premissa, o Partido Liberal Social quer “um Porto para as pessoas”, e por consequência, “uma cidade onde se vê melhor o espaço público”.

Destaquemos as prioridades de um candidatos que segue à frente nas sondagens para suceder a Rui Moreira: Pedro Duarte, que encabeça a coligação PSD, CDS-PP e Iniciativa Liberal.

O social-democrata apresenta uma candidatura baseada no compromisso de servir a cidade que o viu nascer, através de “uma visão estratégica”, “vocacionada para a qualidade de vida, bem-estar individual e comunitário”.

“Hoje em dia é muito importante valorizarmos a saúde física e mental, os espaços verdes, o ambiente urbano e a tranquilidade”, definiu à Nova o antigo ministro dos Assuntos Parlamentares.

Nesse sentido, Pedro Duarte vinca como primeira prioridade para o Porto “a segurança”, de modo a garantir “paz e tranquilidade no ambiente urbano, e a forma como vamos encarar o trânsito, a mobilidade, a confusão e o caos, e poluição a que somos todos sujeitos no dia-a-dia”.

Para além dessa, o ex-governante coloca em cima das iniciativas a habitação. Em paralelo, encontra-se “a vontade de afirmar o Porto enquanto polo económico, capaz de atrair oportunidades” para todos, “nomeadamente com salários que possam ser compatíveis e competitivos à escala internacional”.

O candidato do PS Manuel Pizarro é o outro rosto que segue nos primeiros lugares nas sondagens para suceder ao lugar de Rui Moreira.

O socialista enumera à Rádio Nova a construção de nova habitação, sobretudo para a classe média, e o reforço da segurança, e a mobilidade as suas principais propostas para a Invicta.

No capítulo da segurança, e com a meta de fazer com que os portuenses vivam na cidade tranquilamente, Pizarro deseja apostar em vigilância, na fixação das forças policias nas ruas, mas também no arranjo do espaço público, com artérias limpas e iluminadas, algo, que na segunda opinião também contribui para a sensação de segurança.

Na mobilidade, o antigo ministro da Saúde pretende qualificar os transportes públicos. “É mesmo necessário e urgente qualificar os transportes públicos, de forma que as pessoas possam sentir que o metro e o autocarro são uma alternativa ao transporte em carro individual. Sem isso, não é possível melhorar o trânsito no Porto”, justificou o antigo governante.

Concorrem à Câmara do Porto Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU – coligação PCP/PEV), Nuno Cardoso (Porto Primeiro – coligação NC/PPM), Pedro Duarte (coligação PSD/CDS-PP/IL), Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (Fazer à Porto – independente), Guilherme Alexandre Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre), Miguel Corte-Real (Chega), Frederico Duarte Carvalho (ADN), Maria Amélia Costa (PTP) e Luís Tinoco Azevedo (PLS).

O atual executivo é composto por uma maioria de seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente, sendo os restantes dois eleitos do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.

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