BE considera “urgente” construir habitação pública no Porto

O cabeça de lista do Bloco de Esquerda à Câmara do Porto considerou esta terça-feira “urgente” a construção de mais fogos para habitação pública na cidade, recorrendo em grande parte à recuperação de edifícios devolutos.

Setembro 30, 2025

 O cabeça de lista do Bloco de Esquerda à Câmara do Porto considerou esta terça-feira “urgente” a construção de mais fogos para habitação pública na cidade, recorrendo em grande parte à recuperação de edifícios devolutos.

“É urgente construir habitação pública na cidade. Há dinheiro para isso. Não propormos o crescimento [do património edificado na cidade relativo a habitação pública] para 15% à toa. Estas sete mil casas não são todas para construir, uma parte substancial viria dos devolutos. Com bom esforço, chegaríamos à possibilidade de ter cinco mil fogos disponíveis”, elencou Sérgio Aires.

O candidato falava à margem de uma ação de campanha do partido no Quartel do Monte Pedral, colocando uma faixa no portão onde se podia ler: “Nem casa sem gente, nem gente sem casa”.

Para Sérgio Aires, que foi eleito em 2021 como vereador no executivo, na primeira vez que o BE conseguiu esse lugar no Porto, um dos instrumentos para elevar o património edificado nas mãos da autarquia é a expropriação, “que está na lei, não é ocupar ou roubar casas a ninguém”.

No Monte Pedral, recordou, “podem construir-se entre 400 e 600 habitações, e nada foi feito”, depois de este espaço ter passado para as mãos do município em 2019, tendo sido aberto um concurso que “ficou vazio, tanto aqui como no Monte da Bela”, onde foi demolido o Bairro de São Vicente de Paulo.

Em junho, foram extintos os procedimentos para a construção e exploração de habitações nestes dois espaços, e no mês seguinte a empresa municipal Domus Social lançou um concurso público para a reabilitação de fogos devolutos em vários bairros, entre eles o Monte da Bela.

Noutro tema que afeta a habitação na cidade, o alojamento local “continua a ser um problema sério de ocupação de casas”, criticando o candidato a concentração de muitos fogos na mão de algumas empresas, bem como a gentrificação que “aborrece” turistas, numa campanha em que, ironizou, sente que os bloquistas são “os únicos que verdadeiramente defendem o turismo”.

Defendeu que a cidade deve fazer regressar “quem foi expulso da cidade”, e mostrou-se “muito assustado com o consenso, aparte do BE e da CDU, de que os bairros são para vir abaixo”, e frisou que muitos vivem “em carência habitacional enorme, pelas péssimas condições” do edificado.

Quanto à construção em altura, que “tem de ser encarada de frente como solução”, Sérgio Aires considerou “escandalosa a forma” como os candidatos de PS e da coligação PSD/CDS/IL têm reagido a uma construção deste tipo na Foz, uma vez que a Unidade Operativa de Planeamento e Gestão (UOPG) Nun”Álvares “foi escrutinada, como todas”, porque “não é só em Campanhã que pode haver torres”.

Concorrem à Câmara do Porto Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU – coligação PCP/PEV), Nuno Cardoso (Porto Primeiro – coligação NC/PPM), Pedro Duarte (coligação PSD/CDS-PP/IL), Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (Fazer à Porto – independente), Guilherme Alexandre Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre), Miguel Corte-Real (Chega), Frederico Duarte Carvalho (ADN), Maria Amélia Costa (PTP) e Luís Tinoco Azevedo (PLS).

O atual executivo é composto por uma maioria de seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente, sendo os restantes dois eleitos do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.

As eleições autárquicas realizam-se a 12 de outubro.

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