Câmara do Porto aprova criação de programa municipal de troca de livros usados

A proposta foi aprovada com a abstenção dos dois vereadores do PSD.

Julho 21, 2025

O executivo da Câmara do Porto aprovou, esta segunda-feira, com a abstenção dos dois vereadores do PSD, a proposta apresentada pelo Bloco de Esquerda de criação de um programa municipal de troca de livros usados.

À margem da reunião desta segunda-feira, que decorreu à porta fechada, o bloquista Sérgio Aires informou que foi explicado aos vereadores das várias forças políticas que algumas das coisas propostas já são feitas, de alguma maneira, pela autarquia.

“Mas este projeto é um projeto que pretende ir muito mais longe, numa lógica comunitária também e de participação das pessoas. É um projeto que já existe em muitas cidades (…) e, portanto, a ideia é que a câmara disponibilize espaços [para essas trocas]”, declarou aos jornalistas.

O vereador ressalvou ainda que esta proposta não faz “concorrência desleal” com quem vende livros, “porque são aqueles livros que normalmente não encontram outro espaço” e que esta é uma forma de “promover o espírito de comunidade”.

Na proposta aprovada, a que a Lusa teve acesso, é defendido que o “Programa Municipal de Troca de Livros Usados” deve ajudar a instalar pontos fixos para a troca em espaços públicos da cidade, como cabines telefónicas abandonadas, e que organize feiras regulares com programação cultural complementar.

O programa deverá também criar parcerias com bibliotecas, escolas, universidades, livrarias, editoras e associações culturais locais, assim como “promover o envolvimento da população através do voluntário juvenil e sénior”.

O Bloco de Esquerda apresentou também esta segunda-feira uma proposta para aumentar o número de casas de banho públicas acessíveis e gratuitas espalhadas pela cidade, que foi chumbada com os votos contra dos vereadores eleitos pelo movimento de Rui Moreira e com a abstenção dos vereadores do PS e do PSD.

Segundo o vereador, o executivo justificou os votos contra dizendo que “já existem respostas suficientes” e que tentaram criar protocolos com cafés e restaurantes para garantir acesso gratuito a sanitários, mas que ninguém aderiu.

“A nossa opinião é que não [são suficientes os sanitários disponibilizados], e não é só a nossa opinião, é a opinião das pessoas que nos procuram e que denunciam situações muito graves”, nomeadamente de moradores de zonas com bares e outros estabelecimentos de diversão noturna.

Na proposta, o partido pedia que a autarquia priorizasse a instalação dos sanitários em zonas de elevado fluxo pedonal e turístico, zonas de lazer, mercados, praças e ainda áreas com maior concentração de pessoas em situação de sem-abrigo.

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