Câmara do Porto assina contrato para construção de 124 fogos de arrendamento acessível

Os terrenos ficam na Rua de Bernardim Ribeiro, na zona São Roque da Lameira, e pertencem à seguradora Ageas, que é o investidor financeiro deste projeto “build to rent”.

Julho 18, 2025

A Câmara do Porto assinou esta sexta-feira um protocolo com o Grupo Ageas Portugal para a construção 124 novos fogos, na freguesia de Campanhã, para serem colocados no mercado de arrendamento acessível.

Os terrenos ficam na Rua de Bernardim Ribeiro, na zona São Roque da Lameira, e pertencem à seguradora Ageas, que é o investidor financeiro deste projeto “build to rent”. Após serem construídos, os fogos continuam a pertencer à Ageas, mas serão alugados à autarquia que, através da empresa municipal Porto Vivo SRU, e numa lógica de “subaluguer”, os colocará no mercado de arrendamento acessível, no âmbito do seu programa “Porto com Sentido”.

No evento de assinatura do contrato entre as partes, que decorreu esta sexta-feira na Casa do Roseiral, o presidente executivo do Grupo Ageas Portugal, Luís Menezes, afirmou acreditar que este projeto “build to rent” poderá ser “um pontapé de saída para que projetos desta dimensão possam acontecer um pouco por todo o país”.

O projeto, chamado “Jardins do Oriente”, vai erguer três edifícios onde vão nascer os 124 novos fogos para arrendamento acessível. Tratam-se de dois fogos T0, 36 fogos T1, 71 fogos T2 e 15 fogos T3.

As rendas dos T0 vão ter um teto máximo de 525 euros, as rendas dos T1 chegam até aos 550 euros, os T2 podem chegar aos 830 euros e os T3 aos 950 euros.

“O modelo, apesar de complexo, é robusto o suficiente para uma empresa com a nossa dimensão – num setor altamente regulado como o do setor segurador — perceba que mais do que ser uma possibilidade de investimento, é uma obrigação do ponto de vista social”, disse ainda o diretor-executivo da Ageas, que não quis prestar declarações à margem do evento e que não revelou valores do investimento feito pela seguradora neste projeto.

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, considerou que o problema da habitação só poderá ser resolvido se o setor público também for capaz de “fazer negócios” com o setor privado e relembrou os modelos pensados para os projetos do Monte Pedral e Monte da Bela, que “não funcionaram”.

O autarca sublinhou ainda que este novo projeto surge na zona oriental da cidade, que, disse, tem sido “prioritária” para a autarquia.

A freguesia de Campanhã “está a transformar-se rapidamente, fruto dos investimentos e do pensamento estratégico que para lá têm sido feitos, mas é bom perceber que os investidores privados também olham para ali”, declarou.

Os fogos destinados a arrendamento acessível vão ser geridos pela Porto Vivo SRU por um prazo de 10 anos, que pode ser prorrogado apenas uma vez. Assim, as habitações só vão pertencer à autarquia por um período máximo de 20 anos.

Nos “Jardins do Oriente”, vai ser ainda construído um edifício com 27 fogos, mas que não vão estar no mercado de arrendamento acessível.

O projeto é também um parceria com a construtora Garcia Garcia, que vai começar a empreitada entre o terceiro trimestre de 2025 e o primeiro trimestre de 2026. As obras têm um prazo estimado de dois anos e a sua conclusão está prevista para 2028.

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