A possibilidade de construção de três torres até 25 pisos no loteamento da futura Avenida Nun”Álvares vai permitir libertar espaço “para zonas verdes, bacias de retenção e infraestruturas”, informou a Câmara do Porto.
A possibilidade de construção de três torres até 25 pisos no loteamento da futura Avenida Nun”Álvares vai permitir libertar espaço “para zonas verdes, bacias de retenção e infraestruturas”, informou a Câmara do Porto.
“As torres foram aprovadas numa lógica de libertação de solo para construção de um parque público na Ervilha. (…) O modelo territorial da UOPG prevê três a quatro pisos, com a exceção desta UE1 [Unidade de Execução], onde está aprovada a construção em altura, por ser a zona da avenida que se localiza onde já há construção em altura”, explicou o gabinete de comunicação da autarquia, que disse que a alternativa seriam blocos mais baixos, mas com maior implantação, “que não permitiriam a libertação de solo para as zonas verdes que se pretendem conservar no território”.
A Unidade Operativa de Planeamento e Gestão 1 (UOPG1) — Nun”Álvares, na União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, prevê a urbanização das áreas envolventes à futura avenida, que foram divididas em três subunidades (UE1, UE2 e UE3) e onde vão nascer edifícios, áreas verdes e praças.
As torres estão inseridas na primeira unidade de execução (UE1), na parte sul do terreno entre a Praça do Império e a Rua do Castro, que está dividida em nove lotes. Em três deles há a possibilidade de serem construídas estas três torres que poderão ter até 25 pisos acima da cota da soleira, quatro pisos subterrâneos, uma altura máxima da fachada de 100 metros e uma altura máxima da edificação de 102 metros.
Estes detalhes foram consultados pela Lusa na proposta de definição do âmbito do Estudo de Impacte Ambiental, disponível na plataforma participa.pt, relativo ao projeto de execução das operações de loteamento desta UOPG, datada de abril e que se encontra em consulta pública até 21 de julho.
A Câmara do Porto acrescentou ainda que o projeto “foi estruturado com base numa lógica de equilíbrio urbanístico e ambiental, com uma densidade de edificação de 0,67, inferior à média da cidade e muito abaixo de outras UOPG”s definidas no PDM [Plano Diretor Municipal]”.
A autarquia liderada por Rui Moreira ressalvou que o processo de desenvolvimento desta UOPG tem sido “conduzido com total transparência e com respeito pelas etapas legais e procedimentais, com especial destaque para a realização de várias fases de consulta e discussão pública, garantindo o envolvimento da comunidade”, e recordou várias etapas.
Entre abril de 2023 e maio de 2025, a autarquia promoveu três períodos distintos de discussão pública, em que “foram registadas um total de cinco participações para a delimitação das três unidades de execução e outras cinco participações para os três loteamentos que compõem a UOPG 1” e houve apenas sugestões que podem ser ponderadas já na “fase de desenvolvimento dos projetos de obras de urbanização, que nada têm a ver com a volumetria ou implantação dos edifícios”.
A Câmara do Porto sublinhou o “consenso político que este tema revela” relembrando que a delimitação das unidades de execução foi m votada e aprovada pelo executivo municipal, com a abstenção da CDU. Já a 27 de abril de 2023, a Assembleia Municipal aprovou, mais uma vez com a abstenção da CDU, a moção “Congratulação pelo avanço da UOPG 1 — Nun” Álvares”, proposta pelo Grupo Municipal Rui Moreira: Aqui Há Porto.
“Em termos de mobilidade, o perfil viário proposto para a Avenida Nun”Álvares integra-se na malha urbana existente e está dimensionado para absorver o fluxo previsto, assegurando uma articulação eficaz com o sistema de transportes da cidade. Aliás, prevê a existência de uma ciclovia bidirecional e uma faixa de bus, também bidirecional”, acrescentou ainda a autarquia sobre o projeto.
Existem intenções de urbanizar esta zona desde, pelo menos, 1916 – ano em que o engenheiro Cunha Moraes publicou a “Proposta de Melhoramentos da Cidade do Porto”, que desenhava uma via entre a Praça do Império e a Avenida da Boavista