A cabeça de lista da CDU à Câmara do Porto defendeu esta terça-feira que a cidade precisa de “mais e melhores transportes públicos” com uma rede “municipal e integrada”.

A cabeça de lista da CDU à Câmara do Porto defendeu esta terça-feira que a cidade precisa de “mais e melhores transportes públicos” com uma rede “municipal e integrada” que conjugue metro, comboio, ferrovia, autocarros e meios de mobilidade suave.
“[Propomos] mais e melhores transportes públicos, numa rede municipal e integrada. Não pode ser discutido só para a cidade do Porto, com muita gente expulsa da cidade, sendo negado do seu direito à habitação, na cidade, o que aumenta as deslocações pendulares”, explicou Diana Ferreira, à margem de uma ação de campanha na freguesia de Campanhã.
A candidata da CDU (coligação PCP/PEV) defende que, “além de garantir o direito à habitação e baixar o preços das casas” na cidade, torna-se necessário colocar a Sociedade de Transporte Coletivos do Porto (STCP) “como operador interno metropolitano”, e conjugar “ferrovia, metro e formas de mobilidade suave”, além da ligação fluvial entre Porto e Vila Nova de Gaia, conseguida após proposta da CDU, recordou.
Diana Ferreira, que procura manter a representação do partido no executivo municipal, depois da eleição de Ilda Figueiredo em 2021, começou o dia a apanhar o metro no Campo 24 de Agosto acompanhada de um munícipe cego.
Residente em Fânzeres (Gondomar), o elevado tempo de espera por autocarros ao fim de semana, a dificuldade em levar consigo um cão-guia neste transporte público, a falta de sinalização sonora dentro dos veículos para assinalar as paragens e a dificuldade em perceber rapidamente onde ficam as portas do metro foram alguns dos temas que elencou.
A viagem de metro, até Nasoni, junto à Escola Nicolau Nasoni, deu lugar a uma caminhada até este estabelecimento de ensino, para assinalar “um conjunto de dificuldades a superar”, como passeios que não acautelam cadeiras de rodas e carrinhos de bebé e outros muito estreitos, também nessa deslocação, que um militante denuncia como sendo a mesma que Ilda Figueiredo fez, na campanha de 2021, sem que nada tenha sido feito pelo executivo desde então.
Por outra, alertou para o conforto térmico em paragens e viagens e falta de acessibilidade em algumas estações de metro, dando o exemplo da de Carolina Michaëlis, em que “se o elevador que existe avariar, como já avariou várias vezes”, impossibilita a saída de pessoas em cadeira de rodas.
Para enfrentar os desafios de mobilidade na cidade, asseverou a candidata, o Porto precisa do reforço “significativo dos quilómetros de corredor BUS”, para aumentar a atratividade do autocarro sobre o automóvel privado, da “expansão das linhas” do Metro do Porto, o reforço de autocarros “em frequência e em linhas”, e “uma rede integrada de ciclovias”.
“Defendemos uma rede partilhada de bicicletas em gestão pública e integrada no passe Andante. Há um Plano do Porto Ciclável há vários anos que não está sequer no terreno”, acrescentou Diana Ferreira.
Concorrem à Câmara do Porto Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU – coligação PCP/PEV), Nuno Cardoso (Porto Primeiro – coligação NC/PPM), Pedro Duarte (coligação PSD/CDS-PP/IL), Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (Fazer à Porto – independente), Guilherme Alexandre Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre), Miguel Corte-Real (Chega), Frederico Duarte Carvalho (ADN), Maria Amélia Costa (PTP) e Luís Tinoco Azevedo (PLS).
O atual executivo é composto por uma maioria de seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente, sendo os restantes dois eleitos do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.
As eleições autárquicas realizam-se a 12 de outubro.