Frederico Duarte Carvalho teorizou que num “país onde as rendas aumentam, onde o salário mínimo é quase uma oração nacional em que não há maneira de sairmos dela, e em que a inflação desorienta as pessoas, tudo isso mistura-se com a questão da mobilidade, segurança e habitação”.

O candidato do ADN à Câmara do Porto exigiu hoje o cumprimento da lei em questões como a habitação, segurança e imigração, defendendo que as autarquias têm o dever de chamar o poder central para que as coisas funcionem.
“Enquanto presidente da câmara será isso que farei, vamos fazer cumprir a lei”, sublinhou.
Em declarações à Lusa à margem de uma ação de campanha no Campo 24 de agosto, na freguesia do Bonfim, Frederico Duarte Carvalho falou de uma área que considerou das “problemáticas” no Porto e que “têm resumido algumas das situações que têm encontrado” que se prendem com as questões da segurança, mobilidade e da habitação.
“A segurança é o problema que levantou polémica porque qualquer medida de segurança parece que estamos a falar de racismo. O que não é bem isso. Nós queremos justiça social para que as pessoas tenham menos necessidade de recorrer a métodos violentos para obter o que é a sobrevivência básica”, argumentou o candidato.
Numa análise sucinta, Frederico Duarte Carvalho teorizou que num “país onde as rendas aumentam, onde o salário mínimo é quase uma oração nacional em que não há maneira de sairmos dela, e em que a inflação desorienta as pessoas, tudo isso mistura-se com a questão da mobilidade, segurança e habitação”.
Questionado sobre quem vai resolver isso e como, respondeu que “essa é a dificuldade, porque quer PS, quer PSD já demonstraram, e agora viu-se com a nova lei dos imigrantes, que é mais do mesmo”.
E prosseguiu: “o presidente da segunda maior câmara do país, tem o direito, o dever, de chamar a administração central, [quanto mais não seja] pelo facto de que estamos no campo 24 de agosto, que evoca o 24 de agosto de 1820, quando a população do Porto exigiu o regresso do rei do Brasil de volta para Lisboa para restaurar o poder real, porque estava cá o Beresford [O marechal William Beresford foi comandante em chefe do Exército Português desde 1809 até à revolução liberal de 1820], a mandar nos destinos dos portugueses em Portugal”.
Virando-se para a questão do alojamento local, defendeu mais equilíbrio.
“Se o alojamento local surgiu como uma proposta para ser um segundo rendimento para famílias que pudessem ter uma ou outra habitação, reconheço que é uma normalidade de hoje em dia da vida. Agora, transformar isso numa empresa concorrente de hotéis, em que os hotéis têm de ter licenças próprias e acessos, é deixamos entregue a alguém que consegue contornar a lei do capitalismo selvagem e criar uma grande empresa”, criticou o candidato.
Concorrem à Câmara do Porto Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU – coligação PCP/PEV), Nuno Cardoso (Porto Primeiro – coligação NC/PPM), Pedro Duarte (coligação PSD/CDS-PP/IL), Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (Fazer à Porto – independente), Guilherme Alexandre Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre), Miguel Corte-Real (Chega), Frederico Duarte Carvalho (ADN), Maria Amélia Costa (PTP) e Luís Tinoco Azevedo (PLS).
O atual executivo é composto por uma maioria de seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente, sendo os restantes dois eleitos do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.
As eleições autárquicas realizam-se a 12 de outubro.