Candidato do ADN quer cidade do Porto como “projeção do mundo”

O objetivo dessa “reformulação”, declarou, é permitir que o Porto “volte a ser Porto e dê novos portos ao mundo”.

Outubro 6, 2025

O cabeça de lista do ADN à Câmara do Porto, Frederico Duarte Carvalho, evocou o espírito republicano da cidade para a propor como “projeção do mundo”, lembrando o seu legado histórico e a necessidade de mudança de regime.

“O Porto foi sempre um partido. Hoje, é o dia 05 de outubro, a implantação da República em Portugal. O primeiro ensaio para a I República foi aqui, no dia 31 de janeiro de 1891. O Porto foi impulsionador disto, já o tinha sido com o 24 de agosto”, lembrou o candidato, à Lusa, à margem de uma ação de campanha junto à Rua 31 de Janeiro.

Carvalho recordava, de resto, o “slogan” do autarca que governou a cidade nos últimos 12 anos, Rui Moreira, de “o Porto é o nosso partido”, para assemelhar ao que apresenta, a de que “O Porto é o nosso ADN”.

Esses “genes da cidade”, continuou, dizem respeito à forma como o Porto sempre respondeu à capital, Lisboa, e ao mundo, considerando o jornalista, que procura agora entrar no executivo municipal, que esta relação do Porto com o mundo deve continuar.

Associando a cidade a vários pontos fulcrais na história do país e do mundo, o cabeça de lista do ADN aproveitou o feriado que assinala a Implantação da República para criticar a III República, desde o 25 de Abril de 1974, que está “falida”.

“Com estes dois partidos [PS e PSD] a mandar, apenas, na III República, uma alternância que quase levou, antes, à ditadura. Como quero evitar uma ditadura, devemos tentar iniciar uma quarta República, do Porto, ou então uma quinta dinastia, porque temos o coração de um rei [D. Pedro I], liberal, na cidade”, afirmou.

O objetivo dessa “reformulação”, declarou, é permitir que o Porto “volte a ser Porto e dê novos portos ao mundo”.

“Do Porto, vê-se o mundo. Há muitas pessoas, muitos candidatos, que só veem o pequeno Porto, e não o grande Porto que eu consigo ver, e não falo apenas de forma regional, mas de um Porto para ser exemplo para o mundo”, salientou.

Essa cidade, de resto, é “para partilhar com toda a gente, e não dominar”, numa visão “global, não globalista”, em que a cidade seja “grande para todos” e possa continuar a ser “uma projeção do mundo”.

Para a cidade, reivindicou ainda uma vontade de “fazer renascer” os grandes nomes da cultura, que diz ser um Porto “a desaparecer”, lembrando o Fantasporto, os Táxi, os GNR, “os críticos, o cinema, o teatro, as artes”.

Para as eleições de 12 de outubro, perspetiva que a cidade escolha PS ou a coligação PSD/CDS-PP/IL para governar, mas “se as pessoas não querem esses partidos”, o cabeça de lista do ADN também não, e “a melhor coisa é votar em quem não os quer”.

Mais do que os próprios projetos, Frederico Duarte Carvalho disse saber o que não quer.

“Quero melhorar o que está bem e corrigir o que está mal, e isso são os portuenses que dizem todos os dias”, rematou.

Concorrem à Câmara do Porto Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU – coligação PCP/PEV), Nuno Cardoso (Porto Primeiro – coligação NC/PPM), Pedro Duarte (coligação PSD/CDS-PP/IL), Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (Fazer à Porto – independente), Guilherme Alexandre Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre), Miguel Corte-Real (Chega), Frederico Duarte Carvalho (ADN), Maria Amélia Costa (PTP) e Luís Tinoco Azevedo (PLS).

O atual executivo é composto por uma maioria de seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente, sendo os restantes dois eleitos do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.

As eleições autárquicas realizam-se a 12 de outubro.

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