Candidato do Chega à Câmara do Porto quer construção imediata de casas no Monte da Bela

Corte-Real falava à margem de uma ação de campanha em Campanhã, uma freguesia onde disse estar confiante num “grande resultado” do Chega.

Outubro 8, 2025

O cabeça de lista do Chega à Câmara do Porto, Miguel Corte-Real, defendeu esta quarta-feira a construção “imediata” de casas no Monte da Bela, na freguesia de Campanhã, entre o investimento privado e o estabelecimento de cooperativas.

“O que queremos fazer aqui, em concreto, é que parte seja trabalhada com privados, e outra parte para cooperativas para portuenses. Queremos que os portuenses possam ter casa e acesos a habitação digna. A Câmara deve fazer o seu papel, que é facilitar, ajudar”, explicou, no local onde existia um bairro municipal, entretanto demolido.

Em junho, foram extintos os procedimentos para a construção e exploração de habitações neste espaço e no mês seguinte a empresa municipal Domus Social lançou um concurso público para a reabilitação de fogos devolutos em vários bairros, entre eles o Monte da Bela.

Corte-Real falava à margem de uma ação de campanha em Campanhã, uma freguesia onde disse estar confiante num “grande resultado” do Chega.

Por volta das 10:30, os apoiantes concentraram-se no Jardim da Corujeira e foram interpelando quem passava, com ofertas de brindes e pedidos de “oportunidade” no domingo, com o voto.

Foi aí que ouviram vários munícipes sugerir que passassem pelo local, ao que a “caravana” acedeu.

Já no terreno, que apelidou de “bairro das promessas”, Miguel Corte-Real defendeu que era possível “começar a construir amanhã”, com recurso a privados e a cooperativas cidadãs, devidamente apoiadas pelo município, porque não tem “a visão de tudo ter de depender da câmara”.

“As cooperativas são um formato muito antigo, de muito sucesso no Porto ao longo de muitos anos, e tem de voltar a estar presente. Para isso, temos de juntar as pessoas da cidade, para trabalhar lado a lado”, atirou.

O candidato, que procura fazer representar o Chega no executivo municipal pela primeira vez, quer aliar “dois modelos” naquele local, onde podem “de forma imediata” viver 300 famílias, mas “a preços que um portuense da classe média possa pagar”, e não “as rendas moderadas de 2.300 euros”, numa crítica ao Governo.

“Temos de adequar a oferta da cidade à realidade. Não vale a pena, também, os de sempre virem com leilões, falar em cinco mil casas. Manuel Pizarro [candidato pelo PS] foi vereador da habitação em 2013, o seu número dois [Fernando Paulo] em 2017. Onde estão as casas?”, criticou.

Para o Monte da Bela, que podia articular-se com outros projetos nos terrenos pertencentes à Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) e aos do Mercado Abastecedor, que quer deslocalizar, pretende ainda atrair empresas, cultura e creches.

Questionado sobre a aprovação dos orçamentos do executivo municipal liderado por Rui Moreira, nos últimos quatro anos, enquanto líder da bancada do PSD na Assembleia Municipal, Corte-Real disse não se esconder do passado.

No entender do candidato, foi então necessário tomar uma opção “de responsabilidade” por parte dos social-democratas, garantindo a governação de Moreira, por troca com a presidência da Assembleia Municipal “e a descida do IRS”.

Concorrem à Câmara do Porto Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU – coligação PCP/PEV), Nuno Cardoso (Porto Primeiro – coligação NC/PPM), Pedro Duarte (coligação PSD/CDS-PP/IL), Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (Fazer à Porto – independente), Guilherme Alexandre Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre), Miguel Corte-Real (Chega), Frederico Duarte Carvalho (ADN), Maria Amélia Costa (PTP) e Luís Tinoco Azevedo (PLS).

O atual executivo é composto por uma maioria de seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente, sendo os restantes dois eleitos do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.

As eleições autárquicas realizam-se no domingo.

Partilhar

Pub

Outras notícias