O cabeça de lista do Livre à Câmara do Porto defendeu esta sexta-feira que a autarquia deve construir mais duas salas de consumo vigiado para toxicodependentes.
O cabeça de lista do Livre à Câmara do Porto defendeu esta sexta-feira que a autarquia deve construir mais duas salas de consumo vigiado para toxicodependentes e trabalhar de forma “mais estreita” com o Serviço Nacional de Saúde.
“Queremos chamar a atenção para a necessidade de a autarquia trabalhar em mais estreita ligação com o Serviço Nacional de Saúde, que é absolutamente fundamental”, disse à Lusa Hélder Sousa, durante uma ação de campanha que decorreu junto ao Centro de Saúde de Lordelo do Ouro.
Sobre a toxicodependência e a falta de espaços de consumo vigiado, que o candidato enumerou como problemas na cidade, Hélder Sousa referiu tratar-se de “um problema social, de saúde pública e um problema de saúde das pessoas que têm estas dependências e que têm sido muito mal tratadas”.
Na sua opinião, a cidade precisa de “mais duas salas de consumo vigiado”: uma no centro da cidade e outra para servir a zona oriental.
Hélder Sousa alerta ainda que é necessário dar “mais condições à sala de consumo vigiado” existente na zona da Pasteleira e que é preciso “uma política integrada” que ligue “habitação, condições de vida, justiça social, apoio médico, psicológico e apoio à integração e autonomia destas pessoas” toxicodependentes.
“Isto passa pelas salas de consumo vigiado, mas passa também por sinalizar estas pessoas e retomar os processos de recuperação que nós já tivemos e que agora ficaram um bocadinho abandonados das políticas de saúde”, disse.
Questionado sobre quais as medidas que o Livre quer implementar na área das políticas de saúde no Porto, Hélder Sousa disse que, caso seja eleito, quer avançar com “formação, educação e sensibilização” da população para a “saúde menstrual de jovens mulheres” e “dar mais apoio ao planeamento familiar”, porque considera haver “um retroceder na quebra de direitos”.
“Isto faz tudo parte de uma política de saúde preventiva, porque se não ensinarmos educação sexual aos nossos jovens vamos ter problemas mais à frente (…) e estamos a sentir isso. O [vírus] HIV está outra vez a aumentar e isso é um bocado inadmissível”, referiu.
Para além da questão da prevenção junto dos jovens, mulheres e idosos, o candidato refere o facto de haver “muitas pessoas” a chegar aos centros de saúde vítimas de violência doméstica.
“Os centro de saúde são um dos pontos de sinalização de muitas dessas vítimas e também é importante que os funcionários e médicos estejam sensibilizados para essas situações, o que nem sempre acontece”, disse.
Hélder Sousa observa, por outro lado, que a autarquia pode fazer muito mais do que o que tem feito em relação ao trabalho de prevenção da saúde da população mais idosa.
“Não podemos deixar que idosos continuem a viver sozinhos e não tenham capacidade de recorrer a serviços médicos quando precisam por questões de mobilidade, por questões de acessibilidade, e é todo esse trabalho também que queremos começar a fazer quando formos eleitos”, salientou.
Hélder Sousa lamenta que o acesso a unidades de saúde no Porto não esteja a ser igual em todo o território, assinalando maior concentração “entre a Boavista e o centro da cidade”.
“As zonas periféricas têm mais dificuldade e é uma questão que temos de ter em conta, principalmente com o envelhecimento da população e as dificuldades de mobilidade associadas”, concluiu.
Concorrem à Câmara do Porto Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU – coligação PCP/PEV), Nuno Cardoso (Porto Primeiro – coligação NC/PPM), Pedro Duarte (coligação PSD/CDS-PP/IL), Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (Fazer à Porto – independente), Guilherme Alexandre Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre), Miguel Côrte-Real (Chega), Frederico Duarte Carvalho (ADN), Maria Amélia Costa (PTP) e Luís Tinoco Azevedo (PLS).
O atual executivo é composto por uma maioria de seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente, dois eleitos do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.