Candidato do Livre defende rede de casas de criação no Porto

Para criar esta rede, o candidato sugere que sejam reativados espaços da cidade para que estes acolham artistas, atividades dedicadas à comunidade e bibliotecas abertas, não só de livros, mas também de objetos.

Setembro 30, 2025

O cabeça de lista do Livre à Câmara do Porto defendeu esta terça-feira a criação de uma rede de casas de criação geridas por artistas ou associações, reativando espaços da cidade e dedicando-os ao exercício da imaginação e da cidadania.

“A cultura é uma área fundamental de coesão social e de coesão territorial da cidade e que também se liga muito com as políticas intergeracionais que nós defendemos: políticas de juventude e políticas para as pessoas mais velhas. Uma das nossas principais bandeiras é a criação de uma rede de casas de criação autogeridas, geridas por artistas, por coletivos, por associações amadoras também ligadas às práticas artísticas”, disse à Lusa Hélder Sousa.

Para criar esta rede, o candidato sugere que sejam reativados espaços da cidade para que estes acolham artistas, atividades dedicadas à comunidade e bibliotecas abertas, não só de livros, mas também de objetos.

“Espaços onde as pessoas possam ir experimentar um “métier”, experimentar uma artesania, elaborar o protótipo de uma ideia que tiveram. No fundo, defendemos centros de comunidade abertos a todas as gerações. Consideramos que a arte e a cultura, seja através da sua prática, seja através da fruição, são um território exemplar para o exercício da imaginação e para o exercício da cidadania”, acrescentou.

Além de espaços vazios, o Livre quer “ver potenciados com mais ferramentas espaços que já existem, mas que são subaproveitados” e deu exemplos: o Teatro da Vilarinha, a Escola 85 na Foz ou a Escola Primária do Viso, bem como a Associação de Moradores da Bouça e a Associação de Moradores da Pasteleira e o espaço da PELE, em Azevedo.

“Alguns destes podiam ser dotados de mais meios, recursos humanos e técnicos para poderem exercer mais atividade de proximidade na área cultural, para que a fruição cultural não seja muito focada no centro e no Bonfim, onde temos a maior parte das instituições”, insistiu o candidato.

E em jeito de diagnóstico da cidade, Hélder Sousa lamentou que Ramalde “praticamente não tem equipamentos culturais, embora existam espaços desativados”, e acrescentou o bairro de Aldoar como um local com “carência enorme de equipamentos de comunidade”.

Lembrando ainda o centro comercial Stop, Hélder Sousa aproveitou para defender que este espaço “não precisa de tutelas políticas, porque a autogestão que foi lá implementada funciona”.

“O Stop já é uma casa de criação por si só. O Stop agora está em risco. Mas o risco maior não são as questões de segurança, essas são fáceis de resolver com recurso a obras, é a tentativa que a autarquia teve e está a ter de domesticar os artistas”, concluiu.

Concorrem à Câmara do Porto Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU – coligação PCP/PEV), Nuno Cardoso (Porto Primeiro – coligação NC/PPM), Pedro Duarte (coligação PSD/CDS-PP/IL), Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (Fazer à Porto – independente), Guilherme Alexandre Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre), Miguel Corte-Real (Chega), Frederico Duarte Carvalho (ADN), Maria Amélia Costa (PTP) e Luís Tinoco Azevedo (PLS).

O atual executivo é composto por uma maioria de seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente, sendo os restantes dois eleitos do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.

As eleições autárquicas realizam-se a 12 de outubro.

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