Luís Tinoco Azevedo falava à porta da estação de recolha da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP), que já está em obras para receber a estação de produção de hidrogénio para alimentar o metrobus.

O cabeça de lista do Partido Liberal Social (PLS) à Câmara do Porto, Luís Tinoco Azevedo, disse esta segunda-feira que a cidade vai ser cobaia do hidrogénio no metrobus, exigindo ainda uma auditoria externa a todo o processo.
“Em relação à auditoria externa que nós propomos para avaliar a solução que foi encontrada para o metrobus e para o projeto que foi feito, uma das perguntas que também é crucial responder é como é que fomos escolher uma solução de propulsão, o hidrogénio, que não está madura. Vamos servir de cobaias para esta propulsão”, disse esta segunda-feira o candidato à Lusa.
Luís Tinoco Azevedo falava à porta da estação de recolha da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP), que já está em obras para receber a estação de produção de hidrogénio para alimentar o metrobus.
“Os dinheiros públicos não devem ser usados para experiências. Devemos escolher soluções maduras, neste caso a propulsão elétrica, que está a ser usada pela maior parte dos novos autocarros da STCP”, advogou.
O candidato defende ainda uma auditoria externa a todo o processo do metrobus “porque há demasiado enviesamento, quer na Metro do Porto, quer na Câmara Municipal, e cada um dos dois vai dizer que fez tudo bem” e que “era o melhor com a informação que detinham na altura”.
Em frente à estação de recolha da Areosa, Luís Tinoco Azevedo pediu ainda “um prazo realista” para a conclusão das obras da estação de carregamento do hidrogénio, querendo ainda saber “como é que vai funcionar a operação temporária de carregamento” dos veículos enquanto a estação não está pronta, e também quando estiver.
“Vamos ter camiões cisterna a levar o hidrogénio daqui [Areosa/Asprela] – e se calhar vale a pena olhar para o mapa – para a rotunda da Boavista ou para a Avenida da Boavista? Ou vamos ter os metrobuses a atravessarem a cidade para virem aqui carregar de hidrogénio?”, questionou.
Relativamente à zona da Asprela, outra das propostas do PLS é fazer, no terreno que hoje é da STCP e que vai servir para albergar o metrobus, um terminal intermodal “numa visão de médio e longo prazo”, porque é necessário “trazer os terminais intermodais diretamente onde as pessoas querem chegar”.
“Aqui faz todo um sentido haver um terminal intermodal onde estes autocarros que vêm de Braga, da Trofa, de Santo Tirso, de Guimarães, das cidades que estão aqui à volta, consigam chegar e servir os estudantes universitários e toda esta zona universitária sem terem de entrar e congestionar mais a VCI, e terem um sítio com dignidade”, apontou.
Segundo o candidato, “os autocarros vêm da autoestrada e estão aqui 20 e 30 minutos à espera para conseguirem entrar na cidade”, saindo da autoestrada A3 sem entrar na VCI, na zona do Hospital de São João e da Estrada da Circunvalação.
Defendeu ainda uma visão “século XXI em termos de urbanismo” para a Circunvalação, na ótica da “cidade dos 15 minutos” que o partido defende, em que se pode “chegar a pé do bicicleta ou do transporte público a tudo o que é preciso para viver bem, trabalho, escola, espaços verdes, espaços de lazer, espaços culturais”.
“Ou seja, nós precisamos de ter passeios ao longo da Circunvalação toda, ciclovias segregadas e tentarmos não abater as árvores que estão aqui”, frisou, imaginando “uma ciclovia pelo separador central”, “paragens de autocarro com qualidade” e “corredores de autocarro de alta qualidade” com duas faixas dedicadas.
Concorrem à Câmara do Porto Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU – coligação PCP/PEV), Nuno Cardoso (Porto Primeiro – coligação NC/PPM), Pedro Duarte (coligação PSD/CDS-PP/IL), Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (Fazer à Porto – independente), Guilherme Alexandre Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre), Miguel Corte-Real (Chega), Frederico Duarte Carvalho (ADN), Maria Amélia Costa (PTP) e Luís Tinoco Azevedo (PLS).
O atual executivo é composto por uma maioria de seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente, sendo os restantes dois eleitos do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.
As eleições autárquicas realizam-se no domingo.