Os candidatos à Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia criticaram esta quarta-feira o funcionamento dos autocarros da Unir no concelho, mas enquanto uns querem “rasgar o contrato”, outros defendem o seu melhoramento.

Os candidatos à Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia criticaram esta quarta-feira o funcionamento dos autocarros da Unir no concelho, mas enquanto uns querem “rasgar o contrato”, outros defendem o seu melhoramento.
Num debate na RTP3, que colocou frente a frente sete dos oito candidatos àquela autarquia do distrito do Porto, atualmente liderada pelo PS, o único ausente foi o cabeça de lista do Chega, António Barbosa, por motivos de saúde.
Sendo a mobilidade, juntamente com a habitação, uma das principais preocupações dos candidatos às eleições de 12 de outubro, o candidato do PS, João Paulo Correia, garantiu que se ganhar as eleições a sua primeira decisão será pedir a substituição do operador por este não ser capaz de cumprir os horários, prejudicando milhares de pessoas diariamente.
A juntar a isto, o ex-secretário de Estado da Juventude e do Desporto quer abolir as portagens nas autoestradas 29, 32 e 41 (A29, A32 e A41).
Também o candidato do PSD/CDS-PP/IL, Luís Filipe Menezes, considerou que a Unir não serve os interesses dos gaienses, defendendo o cancelamento do atual contrato e a concretização de um ajuste direto com empresas da região até se abrir um novo concurso.
Em matéria de portagens, e à semelhança do socialista, o social-democrata, que assumiu a liderança da câmara entre 1997 e 2013, classificou-as de injustas prometendo lutar pela sua absolvição, acusando o PS de não o ter feito com um Governo PS.
“O PS e o PSD tiveram todas as condições na Assembleia da República para acabar com as portagens”, criticou o candidato da CDU, André Araújo.
No que concerne os transportes, o comunista salientou que a Unir não funciona, nem cumpre, apontando como solução colocar a operar em todo o concelho a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP).
Por seu lado, o candidato da coligação BE/Livre, João Martins, defendeu a revisão do contrato com o operador, obrigando-o a melhorar o que atualmente está mal.
“Onde a Unir está tem de melhorar, onde a Unir não está tem de estar”, ressalvou.
Já Daniel Gaio, candidato do Volt, assumiu não querer “rasgar o contrato” com a Unir, mas renegocia-lo aplicando-lhe, a título exemplo, multas em caso de incumprimentos.
“Não quero rasgar [o contrato] porque tenho medo de causar ainda maior instabilidade”, justificou.
Na opinião da candidata do Partido Liberal Social, Catarina Costa, Vila Nova de Gaia está mal servido em matéria de transportes, reforçando que a Unir tem mesmo de melhorar porque não está a ser bem gerida.
Ainda nesta matéria, Catarina Costa defendeu a implementação da `Cidade de 15 minutos´, conceito a funcionar em algumas cidades europeias e que passa pelas pessoas terem os serviços essenciais numa curta distância.
Rui Sequeira, do ADN, classificou a Unir como um dos “maiores pesadelos” dos gaienses, motivo pelo qual o contrato é “para acabar”.
“A STCP é quem percebe da operação, é quem conhece, por isso, vamos estar a inventar o quê?”, questionou.
Com 311.223 habitantes (em 2023) e 168,46 quilómetros quadrados de área, Vila Nova de Gaia é o terceiro município mais populoso do país, sucedendo a Lisboa e Sintra e o mais populoso da região Norte.
Atualmente, a câmara é liderada por Marina Mendes que assumiu a presidência a 30 de junho após a renúncia de mandado de Eduardo Vítor Rodrigues, ela que era vice-presidente desde maio de 2023 quando o então vice, Patrocínio Azevedo, foi associado ao processo judicial “Babel”.
O executivo municipal é composto por 11 lugares, tendo o PS nove e o PSD dois.