Questionada pela Lusa a 07 de agosto, fonte oficial da Metro do Porto admitiu que “é difícil” melhorar significativamente o ar condicionado dos veículos Eurotram, em serviço desde 2002, devido a limitações técnicas.
A CDU denunciou hoje como “inaceitável” a supressão de serviços no Metro do Porto devido a “desconforto térmico” e exigiu soluções urgentes para garantir o conforto e a segurança dos passageiros, nomeadamente os que circulam no concelho de Matosinhos.
“O Metro do Porto é um meio de transporte, não um “forno sobre carris”. Os utentes pagam pelo Andante para se deslocarem com segurança e conforto, e não para viajarem em sacrifício e condições extremas”, afirmou, em comunicado, o vereador da CDU na autarquia matosinhense, José Pedro Rodrigues, que encabeça novamente a lista daquela coligação às autárquicas de 12 de outubro..
Segundo o candidato comunista, o episódio ocorreu a 5 de agosto, quando vários utentes foram surpreendidos com a interrupção de ligações e aconselhados, através dos painéis informativos, a recorrer a outros meios de transporte.
No dia seguinte, na reunião de câmara de Matosinhos, a 6 de agosto, José Pedro Rodrigues confrontou o executivo municipal, que integra a administração da Metro, com o sucedido.
No comunicado, a CDU afirmou que apesar do “desconhecimento” alegado pela autarquia, a empresa reconheceu o problema, anunciando medidas para reduzir as temperaturas.
Para José Pedro Rodrigues, essa resposta foi “insuficiente” e “desrespeitosa para com os utentes”, já que a Metro admitiu que os veículos continuariam “quentes” mesmo após as intervenções.
“O direito a um transporte público de qualidade, com condições dignas e conforto, deve ser garantido. As queixas dos utentes têm incidido sobretudo nas composições que circulam no concelho de Matosinhos”, sublinhou o vereador.
Face à gravidade da situação, José Pedro Rodrigues solicitou uma reunião à administração da Metro para “debater este tema e exigir soluções concretas e urgentes”.
Questionada pela Lusa a 07 de agosto, fonte oficial da Metro do Porto admitiu que “é difícil” melhorar significativamente o ar condicionado dos veículos Eurotram, em serviço desde 2002, devido a limitações técnicas.
A empresa explicou que a capacidade máxima de refrigeração permite reduzir a temperatura em cerca de 10 a 12 graus face ao exterior, o que, em dias muito quentes, não assegura níveis de conforto de 20/21 graus.
Segundo a mesma fonte, o sistema sofre ainda constrangimentos devido à abertura frequente das seis portas em cada paragem, provocando renovação rápida do ar e dificultando a manutenção da temperatura.
“Vamos melhorar, mas provavelmente não vamos chegar aos 20 graus. Se calhar vamos ficar nos 27/28. Ou seja, já não é muito quente, é quente”, referiu fonte.
Soluções mais eficazes, implicariam, segundo a Metro do Porto, “metade da lotação” ou alterações profundas na cobertura dos veículos.
Além de José Pedro Rodrigues, são candidatos à Câmara de Matosinhos a atual presidente de câmara, Luísa Salgueiro pelo PS, o social-democrata Bruno Pereira (candidato da AD) e o ex-socialista e vereador independente António Parada pelo Chega, bem como o ex-presidente do grupo parlamentar do Bloco de Esquerda (BE) Pedro Filipe Soares, Filipe Garcia pela IL, Diana Sá pelo Livre e Vasco Martins pelo ADN.
O atual executivo é composto por sete eleitos do PS, um do PSD, um independente, um pelo movimento António Parada Sim! e um da CDU.
As eleições autárquicas realizam-se em 12 de outubro.