Coligação PSD/CDS-PP/IL preocupada com greve na rede Unir em Gaia

A coligação autárquica Gaia na Frente (PSD/CDS-PP/IL), liderada por Luís Filipe Menezes, manifestou esta quarta-feira preocupação com a greve dos motoristas da rede de autocarros Unir em Gaia e Espinho, marcada para sexta e segunda-feira.

“É com profunda preocupação que analisa a posição dos motoristas da Unir que servem o concelho de Vila Nova de Gaia que irão fazer greve na próxima sexta-feira invocando falta de condições de segurança para cumprir os horários”, pode ler-se num comunicado enviado à Lusa pela candidatura.

A coligação PSD/CDS-PP/IL “responsabiliza a gestão socialista da Câmara de Gaia de ter provocado o caos nos transportes públicos de Gaia com a criação da Unir, prejudicando fortemente os gaienses que têm de recorrer aos transportes públicos de autocarros”.

Para a candidatura encabeçada por Luís Filipe Menezes, “já não chegava a falta de carreiras e incumprimento de horários para agora de forma alarmante estar a colocar-se em causa a segurança dos passageiros”, responsabilizando também a empresa Transportes Metropolitanos do Porto (TMP) “por qualquer acidente que venha a ocorrer”.

A coligação criticou, ainda, a candidatura do PS, liderada por João Paulo Correia, por querer, “de forma demagógica e populista (…) revogar o o contrato da Unir”, o que, no seu entendimento, “traria como consequência Gaia ficar sem transportes públicos” e poder pagar “indemnizações de milhões de euros que o operador poderia vir a reclamar”.

Porém, Luís Filipe Menezes, no debate na RTP3 em 16 de setembro, também já considerou que a Unir não serve os interesses dos gaienses, defendendo o cancelamento do atual contrato e a concretização de um ajuste direto com empresas da região até se abrir um novo concurso, concordando com João Paulo Correia na ocasião.

“Julgo que a solução de cancelar o contrato através da autoridade metropolitana de transportes é correta, estou de acordo com ela. Penso que a questão de um ajuste direto transitório com empresas da região será a solução viável para o intervalo até se abrir um novo concurso”, disse então o líder da coligação PSD/CDS-PP/IL.

Os trabalhadores da Auto-Viação Feirense anunciaram uma greve na sexta-feira e segunda-feira contra os horários do lote 4 da rede Unir, que são “impossíveis de cumprir com segurança” e que importa corrigir “antes que aconteça uma desgraça”.

A medida foi decidida num plenário nas instalações da Feirense em Lourosa, no concelho de Santa Maria da Feira, com representantes dos cerca de 100 motoristas que fazem os percursos entre Vila Nova de Gaia e Espinho na referida rede de transportes públicos da Área Metropolitana do Porto.

Segundo Hélder Borges, dirigente da Fectrans – Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações, “os horários que existem não são compatíveis com circulação em segurança e o nível de limpeza e manutenção está um caos”.

“Vamos fazer greve para alertar para isto e ver se começa a haver fiscalização decente, antes que aconteça uma desgraça e depois nos venham dizer que não os alertámos a tempo”, acrescentou.

Contactada pela Lusa, fonte oficial da Transportes Metropolitanos do Porto esclarece: “Não detetamos nenhum horário que seja impossível de realizar. Todos os tempos atribuídos são perfeitamente viáveis”.

A Lusa tentou ainda ouvir telefonicamente a Feirense, que é detentora da marca Beira Douro, que também opera para a Unir em Gaia e Espinho, mas as chamadas não foram atendidas.

Na corrida à Câmara de Vila Nova de Gaia estão as candidaturas de André Araújo (CDU — coligação PCP/PEV), João Paulo Correia (PS), Luís Filipe Menezes (PSD/CDS-PP/IL), Daniel Gaio (Volt), João Martins (BE/Livre), Rui Sequeira (ADN), António Barbosa (Chega) e Catarina Costa (Partido Liberal Social).

O executivo municipal é composto por 11 vereadores, tendo o PS nove e o PSD dois.

As eleições autárquicas realizam-se em 12 de outubro.