Em declarações à Lusa, o presidente da Associação Amigos do Coliseu do Porto, Miguel Guedes, afirmou que “o concerto é uma janela de esperança para uma casa que ainda não existe”.
O Coliseu do Porto recebe, em 21 de maio, um concerto para angariação de fundos que pretende relançar o projeto de uma Casa do Artista do Norte, contando com participações de Gisela João, GNR, Miguel Araújo e Ornatos Violeta.
“Com o objetivo de angariar fundos para a construção da Casa do Artista na região Norte do país, este evento é um apelo à união em torno de uma causa comum: garantir dignidade, acolhimento e reconhecimento aos artistas que marcaram a nossa história”, pode ler-se no “site” da sala da Rua de Passos Manuel.
Em declarações à Lusa, o presidente da Associação Amigos do Coliseu do Porto, Miguel Guedes, afirmou que “o concerto é uma janela de esperança para uma casa que ainda não existe”.
“O ideal seria que estas Casas do Artista se multiplicassem pelo país e se replicassem, mas a verdade é que só existe uma e é em Lisboa”, afirmou Miguel Guedes, lembrando que o projeto de criação de uma Casa do Artista no Norte é uma ambição antiga de muitas pessoas do setor, que ainda não teve desenvolvimentos concretos.
A Casa do Artista, em Lisboa, foi fundada em 1999 e tem por objetivos “apoiar, dignificar e proteger aqueles que exercem ou tenham exercido funções relacionadas com a atividade artística e cultural”, segundo o “site” da instituição, contando com uma residência para seniores.
Nas palavras de Miguel Guedes, uma Casa do Artista será “um lugar seguro para um fim de vida ou início de outra”, lembrando que são promovidas várias iniciativas para dinamizar a entidade e envolver os próprios residentes.
“Espero que [o concerto] seja um momento de celebração e que permita angariar mais associados, dar a conhecer [o projeto] e depois, com este reforço de visibilidade, exigir ao poder político que assuma a sua responsabilidade e que nos ajude”, afirmou o presidente da entidade gestora do Coliseu do Porto.
Para Miguel Guedes, este será um momento de viragem: “Ou conseguimos colocá-la como uma necessidade absoluta e todos são convocados a assumir as suas responsabilidades, ou então temos de partir para outra solução”.
Num comunicado partilhado com a Lusa e assinado pelo presidente da Associação Mutualista dos Artistas (AMAR), João Cunha, é recordado que “a futura Casa do Artista tem projeto aprovado desde 2009, apesar da necessidade de ser revisto por obrigações de segurança e de dimensões, e teve terreno que por erro administrativo à data não permitiu que a construção avançasse”.
“Neste momento estamos a retomar o processo e do qual foram já iniciados contactos com o [arquiteto] Manuel Correia Fernandes para que, em conjunto com a Câmara Municipal de Matosinhos, se possa assegurar o terreno prometido para que seja refeito o projeto ao terreno em causa, assim como a dimensões e segurança exigidos por regulamentação vigente”, acrescentou, no mesmo texto.
Já em 2009, no Cine-Teatro Constantino Nery, em Matosinhos, realizou-se uma récita da peça “Um Barco na Cidade”, que teve as receitas, no valor de 1.150 euros, a reverter a favor da AMAR.
Numa ata de uma reunião do executivo autárquico de 2011, pode ler-se que iriam nascer em Matosinhos “as instalações da Casa do Artista/Norte”, das quais poderiam beneficiar “todos os artistas que exerçam ou tenham exercido funções relacionadas com o espetáculo”, abrangendo ainda “arquitetos, estilistas, modelos e todas outras e novas profissões de atividades artísticas”.
No dia 21 de maio, no Coliseu do Porto, vão atuar Gisela João, GNR, Miguel Araújo, Ornatos Violeta, a Banda Filarmónica de Matosinhos-Leça, José Raposo, Óscar Branco, Pedro Lamares e Rita Reis.
Os bilhetes custam entre 10 e 40 euros.