Para Diana Ferreira, “a economia local deve ser diversificada”, rejeitando, porém, “demonizar” as áreas que entretanto se proliferaram na cidade, relacionados com o turismo.

A candidata da CDU (PCP/PEV) à Câmara do Porto, Diana Ferreira, quer apostar na indústria para evitar um caminho de dependência da cidade face ao turismo e atividades conexas, disse hoje aos jornalistas à porta de uma fábrica.
Numa ação de pré-campanha eleitoral à porta da fábrica Monteiro Ribas, junto à Estrada da Circunvalação, Diana Ferreira acompanhou a mudança de turnos dos trabalhadores e disse aos jornalistas que “o Porto foi fortemente desindustrializado ao longo de vários anos”.
“Alterou significativamente a sua atividade económica até [estar], neste momento, num caminho que pode ser de dependência, por exemplo, da atividade económica do turismo e de outras atividades económicas conexas ao turismo: restauração, hotelaria” que têm “proliferado na cidade do Porto”, apontou a candidata.
Para Diana Ferreira, “a economia local deve ser diversificada”, rejeitando, porém, “demonizar” as áreas que entretanto se proliferaram na cidade, relacionados com o turismo.
“O que entendemos é que não devem ser as únicas ou a monopolizar a economia local da cidade, e a questão da reindustrialização da cidade do Porto, de criar condições para isso, a valorização do comércio tradicional e de proximidade são elementos que nós também colocamos e também por isso cá viemos”, aponta.
Questionada sobre o espaço disponível para estabelecer indústrias na já densa cidade do Porto, a candidata disse acreditar que “é possível compatibilizar” usos, esclarecendo que não está a falar “de reindustrializações massivas”.
“Não estamos a falar, sequer, da construção de várias unidades da Monteiro Ribas na cidade. Por isso, podemos perfeitamente ter também polos industriais que, sendo mais pequenos, atuem numa área de atividade económica que neste momento a cidade do Porto não tem, Portugal também não tem”, vincou.
A ida à Monteiro Ribas relaciona-se também com o contacto regular com os trabalhadores por parte da CDU, rejeitando “o aumento da pobreza”.
“Sabemos que há trabalhadores que neste momento empobrecem a trabalhar e nós não queremos isso. Por isso é que defendemos também uma valorização significativa dos salários”, assinalou, instando a Câmara do Porto a que “tenha uma posição” sobre esta matéria, valorizando os salários dos trabalhadores municipais e rejeitando a precariedade.
Concorrem à Câmara do Porto Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU – coligação PCP/PEV), Nuno Cardoso (Porto Primeiro – coligação NC/PPM), Pedro Duarte (coligação PSD/CDS-PP/IL), Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (Fazer à Porto – independente), Guilherme Alexandre Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre), Miguel Corte-Real (Chega), Frederico Duarte Carvalho (ADN), Maria Amélia Costa (PTP) e Luís Tinoco Azevedo (PLS).
O atual executivo é composto por uma maioria de seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente, sendo os restantes dois eleitos do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.
As eleições autárquicas realizam-se a 12 de outubro.