Até ao final do ano, prevê ainda investir aproximadamente 1 milhão de euros.
Nos últimos quatro anos, a empresa municipal recebeu 6344 pedidos – maioritariamente vindos de munícipes – e realizou 8369 intervenções em toda a cidade, associadas à iluminação exterior, quer seja pública, em espaços verdes ou cénica, e a postos de carregamento de veículos elétricos. De todas as obras, 74% correspondem a iluminação pública.
Para Filipe Araújo, presidente da Águas e Energia do Porto, o balanço dos últimos quatro anos revela que a centralização da gestão energética foi uma decisão estratégica fundamental para enfrentar os desafios energéticos e climáticos que afetam as cidades. “A transformação do Porto tem sido decisiva para melhorar a eficiência das infraestruturas e garantir um futuro mais sustentável e com menor impacto ambiental, e todos os indicadores comprovam este trabalho”.
Um dos principais destaques foi o crescimento da produção de energia solar, que no ano passado triplicou. Isto foi possível graças às diversas obras concluídas em edifícios municipais como escolas, parques de estacionamento e serviços. No último ano, uma das obras mais relevantes foi a colocação de unidades de produção fotovoltaica na ETAR de Sobreiras, com uma potência de 387 kWp, que permitem uma poupança anual de cerca de 80 mil euros.
Mas o investimento incluiu também a substituição de mais de 24 mil luminárias antigas por tecnologia LED, o que está a permitir ao município poupar anualmente 2 milhões de euros e reduzir a emissão de 4,7 toneladas de emissões de dióxido de carbono.
Em 2024, a obra em destaque decorreu no lado oriental da cidade, na zona do Bonfim, onde foi adicionalmente requalificada a iluminação pública em vários arruamentos. Uma medida que veio não só proporcionar a sustentabilidade, mas também aumentar a segurança de circulação nestes arruamentos. Por outro lado, ainda dentro da iluminação exterior, também houve melhorias na iluminação cénica, em locais como a Ponte Luís I e a Muralha Fernandina.
No âmbito da habitação social, a gestão integrada da energia veio trazer mudanças positivas. Através do projeto da Comunidade de Energia Renovável de Agra do Amial, no âmbito do “Asprela+Sustentável”, são já 83 famílias de 15 blocos habitacionais e uma escola que estão a beneficiar da partilha e utilização de energia renovável. Em média, a energia solar já representa 50% do consumo energético dos habitantes que aderiram ao projeto, com poupanças claras o final do mês. O modelo, bem-sucedido, será agora replicado noutros bairros como Mouteira, Francos, Lordelo do Ouro e Fernão Magalhães.
Também a educação ambiental se inclui no lote de grandes projetos de transição energética, nomeadamente no Pavilhão da Água. Primeiro, porque este espaço ganhou um novo papel com a inclusão de módulos interativos que explicam o funcionamento do autoconsumo de energia e dão dicas para poupar energia no dia-a-dia. Segundo, porque à semelhança de outros edifícios municipais, também se tornou num espaço energeticamente mais sustentável, com a instalação de painéis solares no telhado que estão a permitir reduzir a emissão de 8,8 toneladas de CO₂ por ano.
Na data em que se assinala o Dia Mundial da Energia, Filipe Araújo sublinha ainda que há continuidade neste caminho de transição energética para um Porto neutro em carbono até 2030. Para que este compromisso se cumpra, assume que “o Município continuará a expandir os seus projetos de energia renovável, eficiência energética e redução de emissões, com o objetivo de construir uma cidade mais verde, resiliente e de qualidade para as gerações futuras”.