Exposição reúne 28 obras de oito artistas contemporâneos até novembro em Serralves

O Museu de Serralves, no Porto, acolhe até 16 de novembro a exposição “Provas Materiais”.

Junho 17, 2025

O Museu de Serralves, no Porto, acolhe até 16 de novembro a exposição “Provas Materiais”, uma reflexão sobre a persistência da matéria na construção da memória que reúne 28 obras de oito artistas contemporâneos.

São oito os artistas, todos nascidos após 1984, que têm, cada um, uma só sala dedicada ao seu trabalho em Serralves: Aria Dean, Cameron Rowland, Nour Mobarak, P. Staff, Sara Deraedt, Tarik Kiswanson e Hugo Flores e Paulo Mariz, dois artistas do Porto.

Provenientes do Líbano, Estados Unidos da América, Suécia, Palestina, Portugal, Reino Unido, Bélgica, França e Grécia, os artistas propõem-se “explorar como a matéria e os objetos são veículos de significados sociais, históricos e afetivos”, lê-se no resumo distribuído esta terça-feira à imprensa numa visita guiada pelo diretor do Museu de Serralves, Philippe Vergne.

Também curador de uma mostra coletiva, a primeira que este espaço acolhe desde 2017, Philippe Vergne contou esta terça-feira que alguns artistas fizeram obras específicas para esta exposição e que a decisão de dedicar uma sala a cada um deles se deveu “à vontade de que cada obra respirasse”.

Ao longo da visita, o diretor explicou o título da mostra, lembrando que por “prova material” se entende o elemento que contribui para provar um facto importante num julgamento “e, ainda que esta mostra não seja, naturalmente, um julgamento, esta reúne um grupo de artistas que exploram a materialidade com uma intenção”.

Philippe Vergne destacou obras que remetem para temas como a guerra, a deslocação, a violência e as migrações, entre outros, frisando, ao apontar para uma peça que convida o visitante a refletir sobre a poluição, “que vários elementos são baseados na memória ou na ideia de que não [se pode] ignorar o que rodeia por mais românticos que [se seja]”.

Em declarações à agência Lusa, Filipa Loureiro, coordenadora da mostra, contou que este projeto começou a ser produzido há dois anos, um processo que ditou a escolha de oito artistas com percursos e geografias diferentes, mas que muitas vezes se encontram em trabalhos e amizades comuns.

“Esta é uma exposição de um conjunto de artistas que é quase uma espécie de pequena bienal. Cada uma das obras, apesar de serem singularmente diferentes, completam-se neste conjunto com materiais ou detalhes que se vão construindo e que criam esta exposição conjunta e coletiva que aborda temas em comum”, disse Filipa Loureiro.

À Lusa, a coordenadora acrescentou que “estes trabalhos questionam politicamente aquilo que foi a história, o passado, a relação política, económica e social com as diferentes esferas de poder”.

Com várias linguagens como a instalação, a escultura, a pintura e o vídeo, “Provas Materiais” resulta, no entender de Filipa Loureiro, de um trabalho de investigação “muito denso”, sendo necessário, acrescentou, “explorar e desbravar camada a camada cada um dos trabalhos para chegar às diferentes esferas com que lidam e que questionam”.

A exposição vai estar patente até 16 de novembro.

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