O FC Porto garante que não se deixará desviar por aquilo que alega serem “manobras e interesses de bastidores”.
O FC Porto contestou a decisão da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) em reagendar “unilateralmente” para 29 de setembro a visita ao Arouca, inicialmente marcada para o dia anterior, em comunicado publicado no sítio oficial dos “dragões”.
A visita do líder da I Liga a Arouca estava inicialmente agendada para 28 de setembro, mas coincide com a realização da Feira das Colheitas, evento que atrai milhares de visitantes àquela cidade do distrito de Aveiro, com a autarquia local e a Polícia de Segurança Pública (PSP) a alertarem para questões de segurança e a pedirem o reagendamento do jogo.
O emblema portista recorda que a alteração do calendário ocorre entre dois compromissos europeus – quatro dias depois da visita aos austríacos do Salzburgo e três dias antes da receção aos sérvios do Estrela Vermelha -, e na semana que antecede o “clássico” com o Benfica, frisando que a gestão dos períodos de recuperação dos jogadores é “crucial”.
“Desde o primeiro momento, o FC Porto informou a LPFP de que não estaria disponível para colaborar no reagendamento do jogo para o dia seguinte – segunda-feira, 29 de setembro -, dado que tal alteração forçaria o FC Porto a disputar três jogos na mesma semana – curiosamente semana de “clássico” – e resultaria na redução do tempo de descanso para o encontro frente ao Estrela Vermelha, três dias depois”, pode ler-se na nota.
Segundo o FC Porto, apesar de ter sugerido o reagendamento para 30 de outubro, única data que considerava compatível com os regulamentos da competição e com a participação na Liga Europa, a LPFP contrariou os “azuis e brancos” e marcou a partida do encontro da sétima jornada para 29 de setembro, às 20:00.
Os “dragões” sublinham que a coincidência entre o encontro da sétima jornada da I Liga e o evento anual de grande afluência em Arouca era “previsível”, lamentando a ausência de planeamento da LPFP, do clube anfitrião, da autarquia e das autoridades de segurança.
No mesmo texto, o clube acusa o organismo de “desrespeito” pelo regulamento de competições, por impor um jogo a menos de 30 horas da data original quando um dos clubes tem encontro europeu na semana seguinte, e critica o que classifica de “decisão política” por parte do presidente Reinaldo Teixeira.
“Apesar de só Reinaldo Teixeira poder esclarecer quais as motivações que o levaram a tomar esta decisão, talvez as preocupações expostas pelo FC Porto no período eleitoral da Liga ajudem a entender esta tomada de posição”, refere o comunicado.
O FC Porto concluiu o documento garantindo que não se deixará desviar por aquilo que alega serem “manobras e interesses de bastidores”.
“Depois de mais um triste episódio que envergonha o futebol português, aguardaremos pelos próximos artigos de opinião dos diretores executivos da Liga para voltarmos a mergulhar no mundo imaginário de uma Liga diferenciada, profissional, internacional e vendável”, lê-se ma nota.
A partida vai encerrar a sétima jornada do campeonato, já depois da receção do Famalicão ao Rio Ave, que foi antecipada em um dia e tem início marcado para as 20:30.
A I Liga é liderada pelo FC Porto, com 15 pontos, em cinco encontros, contra 12 do bicampeão nacional Sporting, segundo classificado, e do Moreirense, terceiro.