As centenas de euros que o candidato estimou de poupança anual comprovam, afirmou, que a sustentabilidade pode relacionar-se com a melhoria da qualidade de vida das pessoas.

O candidato independente à Câmara do Porto Filipe Araújo mostrou hoje que a aposta na energia renovável pode poupar dinheiro aos portuenses e tornar a cidade “mais sustentável”, na visita a um projeto-piloto em Agra do Amial.
Naquele bairro na freguesia de Paranhos, Araújo, atual vice-presidente e há 12 anos a tutelar a pasta do Ambiente na cidade, quis mostrar como tem um plano para “atacar um problema nacional, a pobreza energética”.
A requalificação daquele bairro, desde logo na melhoria dos edifícios e troca de caixilharias, permitiu começar, em 2024, uma comunidade de energia renovável, na prática a instalação de painéis nos telhados do edificado, que trouxe aos munícipes aderentes poupanças “em média de 30 a 40%” na fatura da luz.
As centenas de euros que o candidato estimou de poupança anual comprovam, afirmou, que a sustentabilidade pode relacionar-se com a melhoria da qualidade de vida das pessoas.
“Nos últimos anos, temos feito tudo o que está ao nosso alcance para alcançar outros níveis de sustentabilidade na cidade. A energia renovável é muito importante para nós. Nós olhamos para o Porto não apenas como consumidor eficiente de energia, mas como produtor de energia. Este é o futuro das cidades”, afirmou.
À margem de uma visita ao bairro, e à respetiva associação de moradores, Araújo elencou a forma como o executivo liderado por Rui Moreira foi incentivando à instalação de painéis fotovoltaicos, apoiado os privados a investir na eficiência energética, e à criação de comunidades energéticas — o candidato notou que há mais quatro bairros na calha nesse sentido, Lordelo do Ouro, Francos, Mouteira e Fernão de Magalhães.
O objetivo é um Porto em que “se produz a própria energia, mas se alivia as famílias e se torna a cidade muito mais sustentável”.
Agra do Amial é um projeto para replicar “em todos os bairros” nos próximos quatro anos, afirmou, se for presidente da Câmara, numa “mudança de paradigma” na cidade.
A criação do Fundo Municipal de Energia, com quatro milhões de euros de dinheiro público e com objetivo de chegar a pelo menos 2.500 portuenses, e a colocação de painéis solares em toda a habitação pública municipal são as principais medidas neste campo.
Quer “beneficiar dezenas de milhares de famílias” e rejeitou o “regresso ao passado” que denunciou durante o contacto com a população.
“Voltar ao tempo do antigamente é voltar a partidos que olham para os bairros, para estes temas, numa lógica do momento, porque há eleições à vista, sejam elas quais forem”, apontou.
Lembrando o trabalho que teve em “reestruturar todo o funcionamento” municipal em torno da energia, quer na empresa municipal Águas e Energia do Porto quer na Agência de Energia, reivindicou as melhorias de 45% em eficiência energética dos edifícios intervencionados nos últimos anos pela autarquia, um investimento “de 200 milhões de euros”.
“O espaço público, nos próximos quatro anos, será um grande desígnio. O que significa uma cidade sustentável? Este é o tema da energia, que entra pelas escolas, habitação privada, pelo aspeto público. Importa que daqui a quatro, cinco, 10 anos, não haja quem tenha acesso a energia renovável e quem fique de fora deste caminho”, reiterou.
Concorrem à Câmara do Porto Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU – coligação PCP/PEV), Nuno Cardoso (Porto Primeiro – coligação NC/PPM), Pedro Duarte (coligação PSD/CDS-PP/IL), Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (Fazer à Porto – independente), Guilherme Alexandre Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre), Miguel Corte-Real (Chega), Frederico Duarte Carvalho (ADN), Maria Amélia Costa (PTP) e Luís Tinoco Azevedo (PLS).
O atual executivo é composto por uma maioria de seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente, sendo os restantes dois eleitos do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.
As eleições autárquicas realizam-se no domingo.