Filmoteca do Batalha chega aos 200 filmes disponíveis para visionamento gratuito

Os vários títulos revelam uma coleção viva, em permanente expansão, que documenta as múltiplas formas de olhar, viver e filmar a cidade.

Maio 27, 2025

A Filmoteca do Batalha acaba de atingir um novo marco na sua missão de preservar e divulgar o património cinematográfico do Porto: já são mais de 200 os filmes disponíveis para visionamento nos dois postos instalados na Biblioteca do Batalha Centro de Cinema. Os vários títulos revelam uma coleção viva, em permanente expansão, que documenta as múltiplas formas de olhar, viver e filmar a cidade.

A década mais representada neste acervo é a de 2011 a 2020, com 72 filmes, seguida pelos anos mais recentes (2021–2025), com 39 obras. O documentário é a categoria mais frequente, com 95 títulos, mas a coleção inclui também 39 filmes experimentais, 28 de ficção, 22 jornais de atualidades, 19 filmes amadores, 19 videoclipes, 14 filmes de artista, 11 animações, quatro séries televisivas e um registo de espetáculo.

Entre os destaques da coleção está um precioso lote de cerca de 60 filmes mais antigos (1927–1983), oriundos do acervo da Câmara do Porto, que contempla registos amadores, documentários e excertos de jornais de atualidades, entre os quais se encontra “A Propósito da Inauguração duma Estátua — Porto, 1100 Anos” (1970), uma encomenda da autarquia com supervisão e produção de Manoel de Oliveira.

O resto da coleção tem um foco significativo na produção local dos últimos 25 anos. Além de filmes de cineastas como Abi Feijó, André Gil Mata, Catarina Alves Costa, Edgar Pêra, João Salaviza e Regina Pessoa, encontram-se disponíveis para visionamento obras comissariadas pelo Batalha, como “No Interior” (2023), de Luke Fowler, “Sobrevoo” e “Estação Rádio Bouça” (2023), de Jonathas de Andrade, e “2720” (2023), de Basil da Cunha.

Todas estas obras podem ser vistas gratuitamente na Filmoteca, um projeto que nasceu com a reabertura do Batalha, em dezembro de 2022. Através dos dois postos de visionamento, o público pode explorar uma coleção de filmes que retrata a cidade, documenta a sua história e revela a sua profunda ligação ao cinema. A Filmoteca está aberta de terça a sábado, das 11 às 19 horas.

Este acervo serviu também de ponto de partida para o novo ciclo de concertos promovido pelo Maus Hábitos: a Filmoteca Sonora.

Com curadoria da Associação Porta-Jazz, este ciclo decorre no Bar High Life (no Batalha) e convida músicos a desenvolver interpretações sonoras ao vivo a partir de filmes selecionados, promovendo um diálogo contínuo entre imagem e som, cinema e performance. As próximas sessões acontecem a 13 de junho e 4 de julho.

Fotografia: Renato Cruz Santos

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