Anualmente, a Liga Portuguesa Contra o Cancro – Núcleo Regional do Norte disponibiliza mais de 234 mil euros em bolsas de investigação.

A deteção precoce do cancro, através de programas de rastreio, o investimento em cuidados preventivos ou o acesso mais alargado a cuidados oncológicos são algumas das estratégias apontadas pelos profissionais de saúde, em Portugal, para um apoio mais rápido e eficaz ao doente. Mas estas apostas implicam maior investimento em infraestruturas, tecnologia, força de trabalho e investigação.
O cancro é a segunda causa de morte no país e, apesar dos avanços tecnológicos, os casos de cancro abaixo dos 50 anos estão a aumentar em todo o mundo. É cada vez mais urgente apostar na ciência e inovação para que mais pessoas tenham acesso aos tratamentos e para que haja um investimento ainda maior na prevenção. 20‰ é a previsão de aumento em novos casos de cancro até 2040, em Portugal, segundo um estudo da OCDE.
Por isso fomentar a discussão sobre a inovação na área oncológica em Portugal é fundamental.
O Núcleo Regional do Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC-NRN), irá promover o 7º Encontro Nacional de Jovens Investigadores em Oncologia (ENJIO), no Porto.
Este Encontro organizado pelo 7º ano consecutivo, mantém como objetivo principal colocar a oncologia no topo da discussão promovendo o debate e a partilha de novas ideias e conhecimentos entre os investigadores de forma a potenciar a sinergia entre estes.
Serão distinguidos os melhores trabalhos científicos submetidos pelos investigadores, com a atribuição dos seguintes prémios monetários: Prémio Melhor Comunicação Oral (850€), Prémio Melhor e-Poster (600€), Prémio Liga Inovação (7500€) e Prémio para projeto a desenvolver em 2024/2025 com o patrocínio da BioPortugal.
Estão a concurso 90 projetos de investigação submetidos por jovens de todo o país e que foram seleciondados pela sua pertinência, impacto, originalidade e rigor científico. Terapias dirigidas, novos biomarcadores para deteção do cancro, inteligência artificial e imunoterapia são alguns dos temas dos trabalhos.
O futuro está na personalização dos tratamentos e por isso uma das Sessões plenárias do Encontro é sobre “CAR-T cells: qual o ponto de situação?” com a presença da Dra. Ana Espírito Santo do IPO-Porto.
O tratamento com células CAR-T é uma forma inovadora de imunoterapia, o que significa que utiliza o próprio sistema imunitário do doente para combater o cancro. Este tratamento personalizado envolve a retirada das células T do paciente, a sua modificação para criar um receptor que identifique o tumor e, por fim, a reintrodução das células reprogramadas no corpo do doente.
Em Portugal já se faz em 4 centros de referência (Porto, Coimbra e 2 em Lisboa) nomeadamente a colheita de sangue e a infusão. A alteração genética das células ainda tem de ser enviada para o estrangeiro. Este tratamento além de dispendioso tem critérios muito restritos. O objetivo é o alargamento deste tratamento a outros tipos de cancro, bem como conseguir que Portugal faça a alteração genética para uma maior acessibilidade e a diminuição dos custos e da logística. Além do investimento na tecnologia é fundamental investir também na humanização da saúde. “Humanizar para Transformar: Novos Caminhos no Cuidado Oncológico” é o tema da segunda Sessão plenária do Encontro. Após a sessão será celebrado um protocolo entre Liga Portuguesa Contra o Cancro e o ICBAS, no âmbito do conceito One Health em que a prevenção da doença será abordada numa integração conjunta entre o ser humano, o doente e o seu ambiente.
A Liga Portuguesa Contra o Cancro, consciente da importância do desenvolvimento científico e do conhecimento, nomeadamente na área do cancro, tem desempenhado um papel fundamental no apoio à Investigação em Oncologia, designadamente com o apoio a centros de investigação nacionais de excelência e com o concessão de bolsas de investigação a jovens investigadores, sempre com o objetivo de potenciar o desenvolvimento de projectos inovadores com aplicabilidade clínica, permitindo avanços e melhorias na prevenção, no diagnóstico e mesmo no tratamento.
Anualmente, a Liga Portuguesa Contra o Cancro – Núcleo Regional do Norte disponibiliza mais de 234 mil euros em bolsas de investigação.