Livre propõe no Porto criar 30% de habitação pública nos próximos 10 anos

O candidato do Livre à Câmara do Porto, que nasceu em 1977 em Santo Tirso e que vive na cidade portuense desde 1995, acrescenta que outra prioridade para a cidade do Porto é resolver o “problema na habitação de emergência”.

Julho 1, 2025

O candidato do Livre à Câmara do Porto, Hélder Sousa, produtor e programador cultural, anunciou esta segunda-feira que a prioridade nestas autárquicas é a habitação e propõe criar 30% de habitação pública nos próximos 10 anos.

“Estamos a construir um programa participado, ouvir muito a sociedade civil, falar com muitas pessoas, com a academia, e uma das nossas prioridades é a prioridade óbvia da cidade e do país, que é a habitação”, declarou à Lusa, à margem da cerimónia pública para a presentação da sua candidatura à Câmara Municipal do Porto, que decorreu ao final da tarde na Central Elétrica do Freixo.

 O candidato do Livre assume que o partido quer propor “30% de habitação pública para os próximos 10 anos” e embora reconheça que é um objetivo “ambicioso”, acredita que vai ser possível, fazendo “parcerias público cooperativas” e construindo mais: “não só habitação social, mas também casas acessíveis para toda a classe média”.

O candidato do Livre à Câmara do Porto, que nasceu em 1977 em Santo Tirso e que vive na cidade portuense desde 1995, acrescenta que outra prioridade para a cidade do Porto é resolver o “problema na habitação de emergência”.

“No Porto há mais de 600 pessoas em situação de sem-abrigo e nós queremos criar um programa que dê casa, apoio psicológico e apoio médico as estas pessoas até elas terem autonomia durante o tempo que for necessário, porque estas pessoas não têm a culpa da situação em que estão”, declarou, observando que muitas destas pessoas não podem pagar uma casa, outras sofrem de doença mental ou dependências, e que sem as integrar “não se pode ter uma cidade que cumpra os requisitos de Abril”.

Outro desafio relacionado com a habitação é a “mobilidade na cidade do Porto.

“Temos grandes fluxos  de gente dos outros concelhos para o Porto, e vice-versa, e precisamos ao criar habitação na cidade de reduzir esses fluxos, mas também precisamos ter uma ambição supramunicipal. O Porto tem de ser um agente mais ativo no diálogo na área metropolitana para encontrarmos soluções para estes desafios ao longo as próximas décadas”.

Gisela Leal, candidata à Assembleia Municipal do Porto, anunciou por seu turno, que o Livre vai defender  “políticas públicas mais feministas para a cidade do Porto”, porque, disse,  é preciso “eliminar o medo da cidade” para as mulheres puderem circular livremente.

A candidata a deputada na Assembleia Municipal do Porto prometeu, no seu discurso, lutar por melhores políticas de mobilidade, mais segurança, mais “iluminação junto dos transportes públicos” e prometeu também lutar por uma “habitação digna”.

Gisela Leal declarou que a “voz das mulheres tem sido silenciada”.

“As mulheres são silenciosas, porque têm sido silenciadas”, disse, defendendo para o Porto uma cidade “mais feminista”, “mais cuidadora”, “mais sustentável”.

Para cumprir os objetivos de lutar por uma cidade “mais feminista”, “antirracista” e “com mais equidade e mais igualdade”, Gisela Leal prometeu que seria a “voz das mulheres na Assembleia Municipal do Porto” e foi aplaudida pelos militantes e simpatizantes do Livre presentes na cerimónia de apresentação.

A Lusa questionou o candidato sobre as expectativas do partido para estas próximas eleições autárquicas e Helder Sousa disse que o Livre tem condições para apresentar um projeto “ambicioso” e de “longo alcance para a cidade para as próximas gerações que reúna o bem-estar social, os direitos fundamentais, como a habitação, mas também a mobilidade, o respeito pela ecologia, pelos recursos e, depois, com isso “criar uma cidade melhor.

“Acho que somos o único partido capaz de fazer isso, porque somos pessoas empenhadas na cidade, conhecemos na cidade, temos trabalhado muito para a conhecer melhor e temos um programa que acredito que vai ser excelente”

Questionado sobre o que seria uma boa votação no Porto, o candidato do Livre respondeu que “uma boa votação” seria conseguir transpor para o “contexto autárquico”, os resultados que tiveram no “contexto legislativo”.

“Isso significa eleger para a Assembleia Municipal significa eleger para as Assembleias de freguesia e significa pelo menos um vereador e só assim é que vamos conseguir influenciar a governação da cidade”, concluiu.

No programa do Livre há também referência ao desejo de querer “pôr um ponto final neste ciclo de Rio, Moreira e Herdeiros”, um “ciclo que teima em sufocar a cidade  e que ameaça dos terrenos públicos.

Segundo o Livre, a cidade foi “esmagada entre dois projetos típicos do caminho que a cidade de Rio, de Moreira e de todos os seus herdeiros quer seguir: mercantilizar as vistas, mercantilizar os usos, mercantilizar todas as ocupações possíveis da cidade. No Freixo, no Aleixo, na nova Avenida de Nuno Álvares Pereira, no Parque da Cidade, na Quinta da Prelada, na Avenida da Ponte, em toda a cidade”.

Esta é a segunda vez que o Livre se apresenta à câmara e à assembleia municipal do Porto.

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