Livre quer “pelo menos” mais duas salas de consumo vigiado no Porto 

 O candidato do Livre ao Porto, Hélder Sousa, considerou esta segunda-feira que a cidade precisa de mais salas de consumo vigiado com as funções da que existe na Pasteleira.

Setembro 22, 2025

 O candidato do Livre ao Porto, Hélder Sousa, considerou esta segunda-feira que a cidade precisa de mais salas de consumo vigiado com as funções da que existe na Pasteleira, mas “com melhores condições” para garantir “dignidade” a utilizadores e profissionais.

“A proposta do Livre é clara: temos que enfrentar este desafio e olhar para ele de uma perspetiva de justiça social e de saúde. Precisamos de, pelo menos, mais duas respostas destas na cidade, uma no Centro Histórico e outra na parte Oriental, zonas onde o consumo está a aumentar. Estas casas de consumo assistido são também um primeiro ponto de contacto das pessoas consumidoras” com o Serviço Nacional de Saúde, disse Hélder Sousa.

O Livre visitou esta segunda-feira de manhã a sala de consumo vigiado da Pasteleira, no Porto, local onde são atendidas diariamente cerca de 200 pessoas que fazem não só consumo de forma vigiada, mas também recorrem a cuidados médicos, tomas de medicação, aconselhamento social e psicológico, e têm acesso a rastreios a várias doenças.

“O problema dos consumos é um problema grave na cidade do Porto que tem aumentado nos últimos anos. A nós preocupa-nos a dignidade das pessoas consumidoras e queremos enfrentar este problema como uma questão de saúde”, disse Hélder Sousa à saída da instalações que considerou “frágeis”.

“Esta resposta existe, é útil e é necessária, mas é muito frágil pelas condições em que as pessoas utilizam este espaço. É um pré-fabricado, não tem muitas condições físicas e é graças às pessoas que aqui trabalham e ao esforço pessoal delas que esta sala funciona. É a partir daqui que podemos trabalhar a prevenção de riscos, minimização de riscos, consumos seguros, mas também a recuperação destas pessoas e a sua integração posterior na sociedade”, disse o candidato.

Questionado sobre valores, Hélder Sousa apontou que “só não há mais respostas destas por falta de vontade política”, uma vez que “cada consumidor que utiliza esta sala de consumo custa ao contribuinte cerca de 160 euros por ano”.

“É importante repetir este número porque foi um número que nos impressionou: 160 euros de investimento por ano é o que custa o acompanhamento de uma pessoa numa sala de consumo assistido. Temos que ser mais ambiciosos, temos que procurar uma sociedade mais justa, não podemos deixar ninguém sem resposta”, insistiu, contrariando a ideia de que estas salas não existem porque os vizinhos e residente não gostam.

“Não é por falta de dinheiro, não é por falta de orçamento público, é por falta de vontade. E se explicarmos às pessoas, as pessoas vão entender a necessidade destas salas de consumo vigiado para resolver este problema”, referiu.

Frisando que para o Livre, a questão da habitação é, também, nesta matéria, “essencial”, Hélder Sousa acrescentou que “paralelamente a um programa de saúde e de justiça social dedicado às dependências”, o partido quer criar respostas que incluam habitação de emergência para pessoas em situação de sem-abrigo e pessoas em situação de vulnerabilidade.

“Aqui bem perto no quartel do Largo do Ouro, um quartel abandonado há muitos anos, queremos converter numa destas respostas de emergência. O espaço pode, inclusive, ser uma alternativa a este pavilhão prefabricado que está aqui num sítio muito pouco acolhedor e muito pouco humano para a função que desempenha”, concluiu.

O atual executivo é composto por uma maioria de seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente, sendo os restantes dois eleitos do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.

Concorrem à Câmara Municipal do Porto Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU – coligação PCP/PEV), Nuno Cardoso (Porto Primeiro – coligação NC/PPM), Pedro Duarte (coligação PSD/CDS-PP/IL), Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (Fazer à Porto – independente), Guilherme Alexandre Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre), Miguel Corte-Real (Chega), Frederico Duarte Carvalho (ADN), Maria Amélia Costa (PTP) e Luís Tinoco Azevedo (PLS).

As eleições autárquicas realizam-se a 12 de outubro.

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