O candidato do Livre à Câmara do Porto, Hélder Sousa, defendeu esta terça-feira a criação de alternativas de mobilidade que coloquem o transporte público em primeiro e frisou a ideia de que “a cidade é maior do que a Circunvalação”.

O candidato do Livre à Câmara do Porto, Hélder Sousa, defendeu esta terça-feira a criação de alternativas de mobilidade que coloquem o transporte público em primeiro e frisou a ideia de que “a cidade é maior do que a Circunvalação”.
“Temos reafirmado muito esta ideia de que cada voto no Porto representa toda uma Área Metropolitana [do Porto (AMP)], representa mais de um milhão de cidadãos que se deslocam entre os municípios. Queremos chamar a atenção para esta ideia de cidade maior do que a Circunvalação”, disse o candidato.
Em declarações à Lusa, em frente ao Hospital de São João e depois de contactar com pessoas que usavam o metro e os autocarros para se deslocar, Hélder Sousa frisou a convicção de que “o Porto é muito maior do que a circunvalação [estrada que une vários concelhos da AMP] e, através de um bom sistema de mobilidade baseado em transportes públicos, a cidade fica mais coesa”.
“Temos de criar corredores de autocarro dedicados, ciclovias, corredores verdes que ligam as áreas verdes entre cada uma destas áreas mais periféricas do município, criar uma cidade mais coesa e uma cidade inteira que represente este milhão de pessoas”, resumiu.
A escolha deste ponto para uma ação de campanha foi “estratégica” porque, explicou à Lusa Hélder Sousa, “a circunvalação e o polo intermodal do metro do Hospital de São João simbolizam um bocadinho esta relação diária que as pessoas têm com a cidade”.
“As pessoas entram para ir para a escola, para irem trabalhar, para irem fluir das atividades culturais que o Porto oferece e vice-versa, porque também há movimentos pendulares no sentido inverso”, disse.
Além deste ponto, a comitiva do Livre do Porto visitou de manhã a estação de comboios de Leixões, em São Mamede de Infesta, Matosinhos, mesmo na fronteira com o Porto, acompanhada de membros das caravanas autárquicas de concelhos vizinhos.
“Têm de ser criadas condições para que as pessoas se possam deslocar facilmente e possam escolher viver num ou noutro sítio também porque a mobilidade é fácil. Por isso é que nós estamos sempre a dizer que a habitação é mais do que casas”, insistiu Hélder Sousa.
O Livre quer que 40% da rede de Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) tenha corredores dedicados, uma proposta “válida para as carreiras dentro do Porto e fora do Porto”, disse Hélder Sousa, acrescentando propostas como a criação de 100 quilómetros de ciclovias, o prolongamento da linha de metro do Campo Alegre, a extensão do metro até à Trofa e a nova linha para Gondomar.
“Precisamos também de rever a articulação da STCP com a rede UNIR intermunicipal, porque há muitas dificuldades de ligação entre os municípios. Deste lado da cidade temos a circunvalação como limite, do lado de lá temos o rio. Também temos chamado à atenção para a necessidade de vermos com o Estado, com a APDL [Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo], a possibilidade de alargar o transporte público fluvial entre as duas margens e até a Gondomar”, acrescentou.
Lembrando, ainda, que a Estrada da Circunvalação é uma responsabilidade partilhada das autarquias com o Estado, Hélder Sousa disse que a visão do Livre “a longo prazo é que esta quase autoestrada seja transformada numa avenida urbana com mais passadeiras, menos velocidade, vias de autocarro dedicadas em toda a sua extensão e ciclovias”
“Aqui também têm havido atropelamentos e algumas fatalidades e isso tem a ver com a regulação da mobilidade. Somos a favor de reduzir a velocidade mesmo porque sabemos que se a velocidade limite for 30 quilómetros/hora no centro da cidade, os acidentes rodoviários reduzem drasticamente e a possibilidade de acidentes fatais é quase zero. Para isso é preciso haver alternativas e os transportes públicos são sempre a nossa prioridade, sejam eles em ferrovia ou em autocarros”, concluiu.
Concorrem à Câmara do Porto Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU – coligação PCP/PEV), Nuno Cardoso (Porto Primeiro – coligação NC/PPM), Pedro Duarte (coligação PSD/CDS-PP/IL), Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (Fazer à Porto – independente), Guilherme Alexandre Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre), Miguel Corte-Real (Chega), Frederico Duarte Carvalho (ADN), Maria Amélia Costa (PTP) e Luís Tinoco Azevedo (PLS).
O atual executivo é composto por uma maioria de seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente, sendo os restantes dois eleitos do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.
As eleições autárquicas realizam-se domingo