Maia, Seixal e Oeiras recolhem mais óleos alimentares usados

As melhores taxas de recolha de óleos alimentares usados de origem doméstica são dos municípios da Maia (0,29 litros por habitante/ano), Seixal (0,22) e Oeiras (0,21), a que se seguem Matosinhos (0,19) e Amadora (0,18).

Maio 10, 2024

Os municípios da Maia, Seixal e Oeiras apresentam os melhores resultados na recolha de óleos alimentares de origem doméstica em 2022, segundo um levantamento nos municípios com mais de 100 mil habitantes divulgado hoje pela associação Zero.

De acordo com o trabalho de recolha de dados efetuado pela associação ambientalista Zero, as melhores taxas de recolha de óleos alimentares usados de origem doméstica são dos municípios da Maia (0,29 litros por habitante/ano), Seixal (0,22) e Oeiras (0,21), a que se seguem Matosinhos (0,19) e Amadora (0,18).

Contudo, há muitos municípios que recolhem apenas 0,01 ou 0,02 litros por habitante/ano.

“A primeira conclusão que podemos tirar é que temos um país a várias velocidades, porque temos municípios que recolhem quase um terço de litro de óleos alimentares domésticos por habitante/ano (0,29 litros/ano) e outros que recolhem 0,01 ou 0,02 litros/ano, ou seja, quase 30 vezes menos”, disse à agência Lusa Rui Berkemeier, da Associação Zero.

Ainda segundo Rui Berkemeier, “há municípios que têm redes de recolha já bem sedimentadas e consolidadas, e que já têm dados de recolha interessantes, e há outros que estão praticamente no início”.

“Temos aqui uma gama muito grande dentro destes grandes municípios com mais de 100.000 habitantes”, acrescentou.

Rui Berkemeier contou que a Zero decidiu fazer este levantamento junto dos 308 municípios do país, mas grande parte não respondeu, sendo que só após alguma insistência foi possível obter dados de todos os concelhos com mais de 100 mil habitantes, com exceção de Loures, um dos municípios que nunca disponibilizou os dados solicitados.

“É importante perceber o que se está a passar nas casas das pessoas e nas recolhas que os municípios têm de fazer em relação ao óleo de origem doméstica”, justificou Rui Berkemeier, adiantando que a Zero tenciona repetir a iniciativa para obter dados relativos a 2023. 

“Não tem havido informação oficial disponível sobre a gestão, principalmente dos óleos que têm origem na casa dos portugueses”, lamentou o responsável, lembrando que os óleos alimentares usados “são resíduos que causam problemas, quer no tratamento de águas residuais, quer na própria rede de canalização dos esgotos”.

De acordo com o estudo, a aposta nacional na recolha de óleos alimentares usados tem sido através dos chamados oleões”, mas o município de Braga tem apostado, principalmente, numa recolha porta-a-porta, a pedido, solução que a associação admite ser uma das opções possíveis para se cumprirem as metas de reciclagem nacionais.

A recolha porta-a porta, segundo Rui Berkemeier, não só permite evitar os roubos dos oleões instalados na via pública, como “evita a contaminação dos óleos usados devido a atos de vandalismo, muitas vezes relacionados com roubos, e pode ser uma solução interessante para se aumentarem as quantidades de óleos alimentares usados recolhidas pelos municípios”.

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