Marta Ren, Capicua, Burmester, Teatro Praga e Mão Morta no Teatro Constantino Nery

Marta Ren, Capicua, Rita Redshoes, Pedro Burmester, Mão Morta, Teatro Praga e conversas sobre “Paz, Habitação, Saúde” com Anabela Mota Ribeiro são alguns dos destaques da nova programação do Teatro Constantino Nery, em Matosinhos.

Julho 1, 2025

Marta Ren, Capicua, Rita Redshoes, Pedro Burmester, Mão Morta, Teatro Praga e conversas sobre “Paz, Habitação, Saúde” com Anabela Mota Ribeiro são alguns dos destaques da nova programação do Teatro Constantino Nery, em Matosinhos divulgada esta terça-feira.

Em declarações à Lusa esta terça-feira à margem de uma conferência de imprensa, o novo diretor artístico daquele teatro municipal, José Nunes, assumiu que teve “total carta branca” e “total autonomia” para desenhar a sua primeira programação cultural para a instituição.

“Tive também até autonomia para ir além das próprias funções de um diretor artístico envolvido em todo o funcionamento do teatro e, portanto, tem sido um trabalho muito intenso de reestruturar os departamentos do teatro, de poder propor novos procedimentos, pensar também a comunicação do teatro”, declarou José Nunes, que contou com um orçamento de 500 mil euros, repartido entre os 200 mil provenientes da Direção-Geral das Artes e o restante do município.

A programação inclui o projeto “Carta Branca a …”, que dá o arranque à programação da temporada setembro/dezembro com a cantora Marta Ren, que sobe ao palco no dia 20 de setembro.

Vai ser “tanto um concerto como uma representação”, onde Marta Ren vai abrir o “baú do tempo” para “revisitar as memórias que lhe moldaram a voz e a alma”, e onde vai convidar o público a “navegar por uma corrente de canções que contam, inventam e reinventam a sua história”, lê-se no dossiê de imprensa.

José Nunes destacou também o espetáculo “Chinfrim”, de Rita Redshoes, as presenças do Quarteto de Cordas de Matosinhos, em novas colaborações criativas com a Sinfonietta de Braga, e do pianista Pedro Burmester, para além do regresso do ciclo Novos Talentos da Orquestra Jazz de Matosinhos, de Capicua e dos bracarenses Mão Morta.

No campo do teatro, a programação do Teatro Municipal de Matosinhos acolhe projetos de várias companhias, com José Nunes a destacar as coproduções com Visões Úteis, Formiga Atómica ou Teatro Praga, companhia que se apresenta pela primeira vez em Matosinhos com o espetáculo “Audição”, nos dias 10 e 11 de outubro.

O Teatro Municipal de Matosinhos mantém também a ligação com O Meu Primeiro FITEI e o Festival Internacional de Marionetas do Porto, no âmbito do qual será apresentado o espetáculo internacional “Mitzi”s Human”, de Ariel Doron.

Um outro pilar desta nova programação é o ciclo de conversas com Anabela Mota Ribeiro e convidados que arranca em 23 de setembro, porque, segundo o novo diretor artístico, “o teatro não deve ser apenas um local para apresentar espetáculos, mas também pensar sobre o que nele [se faz] e […] o que se passa no mundo”.

“O desafio do Teatro Municipal de Matosinhos parte dos versos de Sérgio Godinho — “A Paz, o Pão, Habitação, Saúde, Educação”, num ciclo de cinco encontros que contará com convidados especiais, como António Brito Guterres, Nuno Grande, João Costa ou a investigadora Luísa Semedo”, lê-se no dossiê de imprensa.

Destaque também para o 17.º aniversário da nova vida do Teatro Municipal de Matosinhos que se vai celebrar durante quatro dias com várias atuações especiais e desde logo com o concerto “Viva La Muerte”, dos Mão Morta, que reflete sobre as ameaças da extrema-direita e do fascismo.

O espetáculo “Speak Low”, de Martim Sousa Tavares, é outro dos destaques para o 17.º aniversário do Nery, onde se mistura teatro, música e cinema a partir da obra de Kurt Weill.

O Teatro Constantino Nery ganhou uma “segunda vida em 2008”, disse esta terça-feira o vereador da Cultura na Câmara de Matosinhos, Fernando Rocha, que lembrou que em 2023 surgiu a necessidade de apostar num diretor artístico, o que levou à contratação de Jorge Louraço Figueira.

“2023 foi importante porque fomos admitidos na rede de teatros portugueses e tivemos apoio da Direção-Geral das Artes, que foi muito bom, e chegámos à conclusão que tínhamos de apostar num diretor artístico. E chegámos aos José Nunes”, explicou o vereador da Cultura, explicando que o apoio da Direção-Geral das Artes obriga a autarquia a uma “comparticipação igual”.

A nova temporada do Nery é a primeira criada exclusivamente pelo novo diretor artístico da instituição cultural, José Nunes, e parte do “diálogo entre as diferentes linguagens artísticas e das relações profundas com a comunidade para abraçar a diversidade, refletir sobre as problemáticas do país e do mundo e projetar o que queremos verdadeiramente construir”, explica a nota de imprensa entregue esta terça-feira aos jornalistas.

Partilhar

Pub

Outras notícias