Segundo a autarquia, liderada pela socialista Luísa Salgueiro, um dos principais fatores para esta situação prende-se com dois cursos de água naturais: a ribeira da Riguinha e a ribeira de Carcavelos.
A Câmara de Matosinhos explicou esta sexta-feira que as frequentes interdições de banhos na praia de Matosinhos são um problema complexo que tem como principal fator descargas de dois cursos de água naturais.
“A Praia de Matosinhos tem enfrentado interdições frequentes devido à contaminação da água balnear, um problema complexo, resultante de múltiplos fatores e que exige uma intervenção técnica rigorosa e articulada”, adiantou a autarquia na sua página oficial de Facebook.
Na quarta-feira, a praia de Matosinhos foi interditada a banhos, depois destes terem estado desaconselhados desde segunda-feira, devido à contaminação microbiológica da água.
Segundo a autarquia, liderada pela socialista Luísa Salgueiro, um dos principais fatores para esta situação prende-se com dois cursos de água naturais: a ribeira da Riguinha e a ribeira de Carcavelos.
Estes dois cursos de água têm origem na zona da Senhora da Hora e atravessam áreas urbanas densamente povoadas do concelho de Matosinhos, no distrito do Porto, explicou.
“Com o crescimento e a expansão da cidade muitos destes cursos foram progressivamente canalizados e integrados na rede urbana, dificultando a sua monitorização e favorecendo a introdução de poluentes, sobretudo através de ligações irregulares à rede pluvial”, revelou.
Na informação divulgada, a autarquia ressalvou que estes cursos de água são “significativamente afetados” por cerca de 900 ligações ilegais que descarregam águas residuais e efluentes diretamente nas ribeiras e, consequentemente, na zona balnear.
A deteção e resolução destas ligações ilegais têm sido um processo técnico moroso e complexo e que requer a colaboração de várias entidades, frisou.
Para fazer face a este problema, a Câmara de Matosinhos está a implementar um plano abrangente de combate à poluição, em parceria com várias universidades, que passam por fazer inspeções técnicas com recurso a vídeo ao interior de coletores e câmaras de visita para localizar descargas indevidas e utilizar corantes para rastrear o percurso da água contaminada até à praia.
Além disso, a autarquia está ainda a notificar os proprietários por ligações ilegais com indicação para a sua correção imediata e tem uma equipa permanente para identificar, intervir e acompanhar os pontos críticos.
“A variabilidade na qualidade da água motivou o reforço substancial da monitorização. Atualmente, realizam-se análises em vários dias e horários ao longo da semana, por diversas entidades, assegurando maior rigor e transparência na avaliação das condições da água e permitindo uma resposta mais célere em caso de anomalias”, reforçou.
Para além das ribeiras, a elevada presença de gaivotas na praia — que pode ultrapassar as quatro mil — e a proliferação de bactérias, agravadas pelas alterações climáticas, são outros dos fatores que influenciam negativamente a qualidade da água, apontou.