Mercado de S. Sebastião no Porto será jardim de convívio em outubro

“O objetivo é transformar este local numa zona verde pública, polivalente e descontraída”, resume a GO Porto.

Junho 20, 2025

O Mercado S. Sebastião, na zona da Sé, no Porto, vai ser demolido e substituído por um jardim para convívio, uma empreitada da GO Porto que deverá ficar concluída em outubro, anunciou hoje a empresa municipal.

“Será uma zona verde que permitirá usos diferentes daqueles que estavam a ser feitos naquele local. Um uso mais de passeio, de estadia, de descanso, de fruição (…). O objetivo é dar um usufruto mais digno e mais aberto à comunidade que ali reside e a quem visita aquele espaço e que todos os dias vai à Sé”, explicou o vice-presidente da GO Porto, Manuel Aranha.

Em declarações à agência Lusa, o responsável disse que a empreitada foi já consignada na sexta-feira terá um prazo de quatro meses (120 dias) e um custo próximo dos 320 mil euros.

“Portanto, em outubro estaremos já com a obra a ser concluída”, disse.

Manuel Aranha destacou que a ideia será retirar “o ar mais fechado” do espaço e “abri-lo, dando-lhe um aspeto mais visitável e transitável”, pelo que “serão criados percursos, tanto longitudinalmente como transversalmente para que as pessoas possam ter um acesso mais agradável à zona da Sé e as outras zonas da cidade”.

Em causa está um espaço que tem sido associado ao consumo e tráfico de droga.

O Jornal de Notícias avançou em 23 de maio de 2024 que o tráfico e consumo de droga voltaram “em força” à zona da Sé, no centro histórico da cidade, estando montada uma “sala de chuto” num dos pátios do antigo mercado de S. Sebastião.

Em 24 de julho de 2023, o presidente da Câmara do Porto afirmou, no final de uma reunião do executivo, que o município iria tentar perceber “o que fazer” com o Mercado de S. Sebastião.

Rui Moreira lembrava então que o mercado não tinha condições e que o mais provável seria proceder à sua demolição, defendendo que seria, posteriormente, necessário “meditar” com o executivo sobre a solução a adotar naquele espaço.

Em 26 de setembro de 2022, o executivo municipal aprovou por unanimidade a revogação por mútuo acordo do contrato celebrado com a junta do centro histórico relativo à gestão do Mercado de S. Sebastião, cuja reabilitação acabou por não se concretizar.

À época, o presidente da Câmara do Porto adiantou aos jornalistas que as obras de reabilitação do espaço não iriam avançar.

Numa carta enviada em 20 de junho de 2022 à União de Freguesias do Centro Histórico, Rui Moreira dizia que ia propor o incumprimento do contrato e exigir a devolução das quantias recebidas por o equipamento não ter sido reabilitado.

Hoje, Manuel Aranha avançou que será retirada toda a estrutura de betão para conferir uma morfologia do terreno que permita acesso fácil àquela zona.

Toda a pedra, cantaria e granito serão aproveitados para, sublinhou o vice-presidente da GO Porto, “fazer um jardim que permita a fruição das pessoas que ali moram e que por lá passam também”.

Já num resumo da obra enviado à Lusa, lê-se que “no lugar desta infraestrutura vai ser criado um espaço ajardinado, através de uma obra que contempla a reposição do terreno onde o mercado se localiza, com um arranjo paisagístico mínimo que permita devolver o espaço à fruição dos cidadãos”.

“O objetivo é transformar este local numa zona verde pública, polivalente e descontraída”, resume a GO Porto.

A empresa admite que esta será uma intervenção de caráter provisório, uma vez que o arquiteto Álvaro Siza está a elaborar um projeto definitivo para a Avenida Dom Afonso Henriques.

“O município do Porto, em conjunto com o prestigiado arquiteto português, Prémio Pritzker 1992, pretende assim retomar e atualizar o projeto da “Avenida da Ponte”, apresentado anteriormente em 2001 – a apresentação da última versão está prevista para o mês de julho deste ano. Por agora, a empreitada da GO Porto vai permitir potenciar uma nova dinâmica urbana no local, enquanto acautela uma solução temporária, capaz de acomodar qualquer solução que venha a ser desenvolvida no âmbito do projeto de loteamento”, termina.

Partilhar

Pub

Outras notícias