Em causa está a capacidade de refrigeração dos veículos Eurotram, que é frequentemente alvo de queixas dos passageiros no verão, época em que, além das deslocações diárias habituais por toda a rede, são mais procurados nas linhas Azul e Laranja, que servem a praia de Matosinhos.
A Metro do Porto assumiu esta quinta-feira que “é difícil” melhorar o ar condicionado nos veículos antigos, já que uma renovação total do sistema implicaria ou a diminuição da lotação ou o custo de descontinuar os 72 comboios.
Questionada sobre se é possível melhorar a capacidade do ar condicionado dos veículos Eurotram, que entraram ao serviço em 2002, fonte oficial da transportadora assumiu que “é difícil” e que “vai ser difícil” colocá-lo ao nível da qualidade da refrigeração dos Tram Train (30 Flexity Swift, entrados ao serviço em 2009) e dos mais recentes CT (18 CRRC Tram), chegados em 2023.
Em causa está a capacidade de refrigeração dos veículos Eurotram, que é frequentemente alvo de queixas dos passageiros no verão, época em que, além das deslocações diárias habituais por toda a rede, são mais procurados nas linhas Azul e Laranja, que servem a praia de Matosinhos.
Segundo fonte oficial da empresa, “o problema é mesmo a capacidade de arrefecimento dos equipamentos”, pois “a forma como estão desenhados dificulta muito” possibilidades de melhorias.
“Vamos melhorar, mas provavelmente não vamos chegar ao momento em que vamos ter um nível de conforto térmico na ordem dos 20/21 graus. Se calhar vamos ficar nos 27/28. Ou seja, já não é muito quente, é quente”, assumiu.
A mesma fonte referiu que a Metro do Porto tem “vindo a fazer investimentos” no ar condicionado, acrescentando que esta quinta-feira em dia já “não há problemas de avarias”.
“O ar condicionado funciona por abatimento da temperatura face à temperatura exterior. Ou seja, a máquina que nós temos no ar condicionado consegue baixar a temperatura, mas não é de forma ilimitada”, explicou.
Como os Eurotram têm seis portas que, usualmente, abrem todas em simultâneo e “com uma frequência de um minuto e meio a dois minutos” por causa das paragens nas estações, “há a renovação do ar completo em ciclos muito curtos”.
“A capacidade instalada de arrefecimento não tem capacidade para arrefecer aquele volume de ar num minuto, dois minutos. Nem aquele, nem nenhum, não é possível”, aponta.
A mesma fonte aponta que “há um gradiente máximo de temperatura” que o sistema consegue alcançar, havendo a capacidade de se abater “10 ou 12 graus” à temperatura exterior.
“Ou seja, se tiver 42 graus, já conseguimos até aos 30, se tiver 30, conseguimos até aos 20”, referiu.
Outras soluções para o problema implicariam “metade da lotação e montar lá mais equipamentos de frio, com mais capacidade de refrigeração”, algo que nos veículos em causa obrigaria a “alterar basicamente tudo aquilo que é cobertura dos veículos” e “praticamente desmontá-los”.
Questionada sobre se tal investimento não seria possível, a fonte referiu que isso poderia implicar o custo de “fazer o “phasing out” [descontinuação] dos veículos”.