O primeiro-ministro reivindicou esta sexta-feira uma posição central no panorama político português.
O primeiro-ministro reivindicou esta sexta-feira uma posição central no panorama político português e previu um Governo “a planar”, umas vezes mais para a esquerda, outras mais para direta, “mas sempre para a frente”.
No início do primeiro Conselho de Ministros do XXV Governo Constitucional, que esta sexta-feira ficou completo com a posse dos secretários de Estado, o executivo tirou uma foto de família na residência oficial de São Bento, em ambiente descontraído.
Primeiro, posaram para os repórteres de imagem o primeiro-ministro e os 16 ministros, a quem os fotógrafos iam pedindo para subir degraus para evitar sítios de sol e sombra.
“Nós ainda vamos subir mais nos próximos anos”, gracejou Luís Montenegro, enquanto lhes fazia a vontade.
Em seguida, foram chamados os 43 secretários de Estado para nova foto e, mais uma vez, foi em resposta a pedidos da imagem — que precisava de mais pessoas do lado esquerdo — que surgiram pequenos comentários políticos do primeiro-ministro.
“Excecionalmente para a esquerda”, começou por dizer Montenegro, com risos dos governantes.
Depois, questionado pelos jornalistas se as negociações vão ser mais à esquerda ou mais à direita — ou seja, mais com o PS ou mais com o Chega -, acrescentou: “Nós como somos centrais tanto vamos um bocadinho para um lado como um bocadinho para o outro”.
Já à pergunta se será assim que prevê governar, o primeiro-ministro deu uma resposta um pouco mais completa.
“Exatamente, sempre com esta forma muito polivalente de andar a subir, a descer, a planar, para a esquerda, para a direita e para o centro, mas sempre para a frente”, afirmou.
Montenegro já não deu uma resposta tão direta à pergunta se estava preocupado com as previsões do Banco de Portugal, mais pessimistas do que as do Governo sobre a economia.
“Não. O que me dá preocupação é olhar para cada português todos os dias e melhorar a condição de vida dele próprio”, disse, apenas.
Durante a preparação da fotografia de grupo, o primeiro-ministro já tinha dito estar “confiante e otimista” quanto ao futuro do segundo executivo PSD/CDS-PP que irá liderar.
“Nós acreditamos muito em Portugal, isso é o que interessa”, disse, quando questionado se este executivo é mais forte do que o XXIV, que caiu antes do primeiro ano em funções pela rejeição de uma moção de confiança ao Governo, uma crise política que teve no centro a empresa da sua família.
Os ministros e secretários de Estado foram chegando a São Bento pouco antes das 15:00, para essa primeira reunião de todo o Governo, que não tem previsto qualquer “briefing” no final.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deu esta sexta-feira posse aos 43 secretários de Estado do XXV Governo Constitucional numa cerimónia no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, depois de na quinta-feira ter empossado no mesmo local o primeiro-ministro e os 16 ministros.
O segundo Governo chefiado por Luís Montenegro tem um total de 60 elementos, um terço dos quais mulheres.
A Assembleia da República vai debater entre 17 e 18 de junho o programa do XXV Governo Constitucional, que as direções do PS e do Chega já deram indicação de que não irão inviabilizar, enquanto o PCP anunciou que irá apresentar uma moção de rejeição.
A coligação AD (PSD/CDS-PP), liderada por Luís Montenegro, venceu as eleições legislativas sem maioria absoluta, elegendo 91 deputados em 230, dos quais 89 são do PSD e dois do CDS-PP.
O Chega passou a ser a segunda maior força parlamentar, com 60 deputados, seguindo-se o PS, com 58, a IL, com nove, o Livre, com seis, o PCP, com três, e BE, PAN e JPP, com um cada.
Luís Montenegro é primeiro-ministro desde 02 de abril do ano passado, após um ciclo de oito anos de governação do PS.