Durante a sua última Feira do Livro enquanto presidente da autarquia, Rui Moreira não quis comentar os nomes que as várias candidaturas autárquicas têm apontado para ficar com a Cultura.
O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, disse esta sexta-feira acreditar que os portuenses vão continuar a ser exigentes com as políticas culturais da cidade e considerou que uma candidatura autárquica que desvalorizasse esta área “tinha os dias contados”.
Durante a sua última Feira do Livro enquanto presidente da autarquia, Rui Moreira não quis comentar os nomes que as várias candidaturas autárquicas têm apontado para ficar com a Cultura, pelouro que o autarca detém desde a morte do vereador Paulo Cunha e Silva em 2015, mas considerou todas as candidaturas têm demonstrado que “valorizam a questão da cultura na sua transversalidade”.
“Isso parece-me importante e acho que deve-se, acima de tudo, à exigência dos portuenses. Acho que hoje em dia uma candidatura que dissesse que iria desvalorizar a cultura tinha os seus dias contados”, considerou o presidente em fim de mandato.
O autarca, que relembrou que em 2013 houve quem achasse que estava a fazer uma “aposta muito arriscada” ao colocar a cultura como “vetor principal de desenvolvimento da cidade”, afirmou que “a cultura é tudo” numa cidade bairrista.
“Os portuenses têm muito sentido de pertença relativamente à sua cidade. Eu acho que a cultura, nas suas várias vertentes, é isso. Só que não pode ser uma cultura patrimonial, olhar só para o passado. Há pessoas que acham que a cultura são os Clérigos ou a Sé. Não, a cultura tem que ser tudo, tem que ser patrimonial, mas tem que ser para os dias de hoje também”, declarou, acrescentando que a Porto Capital Europeia da Cultura 2001 mostrou que a cidade “estava sedenta de cultura”.
Questionado se deseja que o seu sucessor mantenha o atual formato da Feira do Livro do Porto, Rui Moreira disse não querer condicionar quem vem a seguir a si, mas que a adesão das pessoas mostra que o formato resultou.
Desde 2014 que a organização da Feira do Livro do Porto é assumida pela própria autarquia, devido a um diferendo com a APEL quanto aos custos da iniciativa, levando à criação do modelo que se mantém até hoje.
Concorrem à Câmara Municipal do Porto Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU — coligação PCP/PEV), Nuno Cardoso (Porto Primeiro – coligação NC/PPM), Pedro Duarte (PSD/IL/CDS-PP), Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (movimento independente), António Araújo (movimento independente), Alexandre Guilherme Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre), Miguel Corte-Real (Chega), Frederico Duarte Carvalho (ADN), Maria Amélia Costa (PTP) e Luís Tinoco Azevedo (Partido Liberal Social).
O atual executivo é composto por uma maioria de seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente, sendo os restantes dois eleitos do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.
As eleições autárquicas estão marcadas para 12 de outubro.