Moreira diz que se invocaram “coisas que são pura mentira” sobre projeto Nun”Álvares

Rui Moreira disse haver muita desinformação em relação àquilo que o seu executivo alterou no projeto que herdou em 2012, quando Rui Rio estava à frente da autarquia.

Julho 15, 2025

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, afirmou hoje que têm sido invocadas nas redes sociais coisas que são “pura mentira” sobre o projeto da futura Avenida Nun”Álvares, onde poderão nascer três torres de 25 andares.

“Pode haver quem goste de torres e quem não goste, quem goste mais deste projeto ou menos – isso é perfeitamente legítimo. O que não é razoável é mentir-se”, atirou Rui Moreira, que disse que tem visto nas redes sociais serem invocadas “coisas que são pura mentira”.

O autarca, que falava à margem do evento comemorativo dos 25 anos da empresa municipal Go Porto, relembrou que se ausentou em momentos de votação de propostas sobre este tema, em reuniões do executivo municipal, por ter sido posta em causa uma alegada intervenção sua na delimitação do traçado da futura avenida.

Ainda assim, o presidente da autarquia quis comentar que considera que “não é razoável” que se espalhem mentiras e disse ter “um total desrespeito por mentirosos e por aqueles que põem em causa a seriedade de pessoas, nomeadamente os técnicos municipais que fizeram este projeto”.

Moreira disse haver muita desinformação em relação àquilo que o seu executivo alterou no projeto que herdou em 2012, quando Rui Rio estava à frente da autarquia.

“Aquilo que eu tenho visto nas redes sociais, por exemplo, é que relativamente ao projeto que nós herdamos que há mais edificabilidade. É mentira. Que há mais casas. É mentira. Que a avenida não vai ter faixa para transportes públicos. É mentira”, garantiu.

Apesar de dizer que respeita que as pessoas teçam opiniões sobre as opções urbanísticas que são tomadas para a cidade, ressalvou que estas espelham “aquilo que é o pensamento de um Plano Diretor Municipal (PDM) que foi aprovado”.

“Perguntam-nos porque é que não abrimos concursos. Sabem porquê? Porque temos recursos na Câmara. Quando um município tem recursos endógenos (…) a nossa obrigação é confiar neles e não gastar dinheiro a fazer concursos desnecessários. Se calhar se tivéssemos feito concursos desnecessários, uma ou duas pessoas que estão agora a criticar o projeto, se calhar não criticavam, mas isso é a lei da vida. Se quiserem vir trabalhar para a Câmara, nós abrimos concursos”, atirou.

Na reunião pública de executivo de segunda-feira, o vereador com o pelouro do Urbanismo Pedro Baganha considerou que a discussão tem sido alvo de “desinformação, populismo e demagogia”, potenciado pelo período pré-eleitoral.

Em relação à divisão dos vários lotes, o vereador afirmou que um dos “princípios base” do projeto para a Avenida Nun”Álvares foi consensualizar uma proposta com todos os proprietários e que tanto a divisão como a forma de edificação foram opções destes, com base no PDM, e que “ninguém foi beneficiado ou prejudicado”.

Sobre as três torres, lamentou que estejam a ser veiculadas muitas opiniões que considerou terem “elevado grau de desinformação, populismo, obscurantismo e demagogia” e que era importante “referir que nenhum proprietário constrói mais ou menos consoante a altura dos seus edifícios” já que “os metros quadrados de edificação não variam com a tipologia da construção”.

O vereador alertou que a “desvantagem” de não se construir em altura é a de que tal implica “uma maior ocupação de solo, logo, maior área impermeabilizada e menos áreas verdes de uso público disponíveis”, e lamentou a circulação de fotomontagens das torres “absolutamente manipuladas e fora da realidade”.

Os loteamentos preveem apenas parâmetros máximos, tendo Baganha afirmado que o projeto apresentado à autarquia pelos promotores proprietários dos lotes em questão “contempla três torres, uma com 78 metros, outra com 83 metros e outra com 86 metros”.

“Importa referir que, apesar do processo estar ainda na fase de loteamento, os promotores dos lotes apresentaram à Câmara um conjunto de estudos (…) pelo que se verificou ser atendível a proposta apresentada”, referiu, acrescentando que “os estudos referidos são da autoria do arquiteto Norman Foster”.

Recordando as vezes que o projeto foi levado a reuniões do executivo, o responsável pela pasta do Urbanismo considerou que o processo foi “de total lisura, legalidade e escrutínio democrático”.

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