Movimento exige “imediata reposição” de serviço comercial em toda a Linha do Vouga

Em causa está o anúncio, em 04 de agosto, pela IP, da conclusão da reabilitação integral da via na Linha do Vouga, entre Oliveira de Azeméis e Sernada do Vouga.

Agosto 14, 2025

O Movimento Cívico pela Linha do Vouga (MCLV) exigiu esta quinta-feira às entidades responsáveis a “imediata reposição” do serviço comercial entre Sernada do Vouga e Oliveira de Azeméis, considerando que há condições técnicas para tal.

Num comunicado emitido esta quinta-feira, o MCLV vem “apelar e exigir ao Governo de Portugal e às empresas públicas por este mandatadas e que gerem a nossa ferrovia, nomeadamente, a Infraestruturas de Portugal e a CP – Comboios de Portugal”, que tomem as diligências necessárias para permitir “a imediata reposição do serviço comercial ferroviário no troço central da Linha do Vouga”.

“Não podemos aceitar que no imediato não sejam repostas, pelo menos, as circulações existentes antes da suspensão do serviço ferroviário neste troço, no ano de 2013, e que é atualmente realizado por via do táxi”, refere.

Em causa está o anúncio, em 04 de agosto, pela IP, da conclusão da reabilitação integral da via na Linha do Vouga, entre Oliveira de Azeméis e Sernada do Vouga.

Porém, a CP disse à Lusa que as recentes obras só melhoraram as “condições de circulação técnica”, não permitindo repor o serviço comercial na totalidade, apesar de ter “interesse em retomar o serviço comercial nos troços renovados”.

“A retoma do serviço comercial depende de intervenções complementares, também a cargo da IP. Esta intervenção incluirá a adaptação das paragens às condições de acessibilidade e a reativação de cruzamentos em estações estratégicas, essenciais para garantir um serviço ferroviário regular e com qualidade. Até lá, manter-se-á o serviço rodoviário de substituição”, refere a CP na resposta à Lusa.

Atualmente, os comboios circulam entre Espinho-Vouga e Oliveira de Azeméis, a norte, e entre Aveiro e Sernada do Vouga, a sul, havendo um serviço alternativo de táxi entre Oliveira de Azeméis e Sernada do Vouga.

A Lusa questionou a IP sobre o tema e aguarda resposta, sendo que a empresa já tinha referido que para o ano de 2026 está prevista uma intervenção complementar para repor o cruzamento de comboios nas estações de Pinheiro da Bemposta e Albergaria-a-Velha.

Porém, segundo o MCLV, “a ausência das agulhas (AMV”s) nas estações de cruzamento, nomeadamente Pinheiro da Bemposta e Albergaria-a-Velha, não interfere com a reposição das circulações existentes antes da suspensão do serviço ferroviário”.

O movimento diz que compete à IP “criar as condições mínimas necessárias para que seja colocado um funcionário, provisoriamente, nas passagem de nível com guarda sem automatização, nomeadamente à saída de Oliveira de Azeméis e à entrada de Albergaria-a-Velha” e “colocar plataformas provisórias nas paragens que não estejam, atualmente, dotadas das condições mínimas exigidas pela operadora (a exemplo do que se fez na Linha de Leixões)”, acelerando também a instalação das agulhas para a CP poder “futuramente implementar horários mais atrativos”.

Já à CP, segundo o MCLV, compete “repor imediatamente as circulações do serviço ferroviário previamente existentes aquando da sua suspensão” logo que a IP crie condições, e, “no imediato, tornar o serviço mais atrativo, adicionando, pelo menos, mais uma circulação em cada sentido, na parte da manhã e da tarde”.

Isso faria com que fosse “reduzido ou anulado o longo tempo de espera de ligação com as circulações do troço sul, que se verifica atualmente em Sernada do Vouga”, advoga.

O movimento recorda que o troço central da Linha do Vouga liga “duas importantes zonas industriais do distrito de Aveiro, nomeadamente as de Oliveira de Azeméis e Albergaria-a-Velha, passando pelo polo industrial de Travanca”, e atravessa “zonas densamente povoadas”, ainda que “alguns apeadeiros estejam relativamente afastados das zonas de maior concentração”.

A ferrovia permite ainda “aliviar o forte congestionamento de trânsito que se verifica na N1/IC2 que acompanha a linha” e ligar “todos os polos da Universidade de Aveiro”, bem como aumentar a exploração turística.

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