Nova Direita sem candidatura ao Porto após desistência de Aníbal Pinto

O Nova Direita ficou sem apresentar candidato à Câmara do Porto, após a desistência do ex-cabeça de lista Aníbal Pinto no último dia para a entrega das listas.

Agosto 19, 2025

O Nova Direita ficou sem apresentar candidato à Câmara do Porto, após a desistência do ex-cabeça de lista Aníbal Pinto no último dia para a entrega das listas, esclareceu esta terça-feira a líder do partido Ossanda Líber à Lusa.

“Tendo a desistência do candidato Aníbal Pinto ocorrido poucas horas antes do limite da entrega das candidaturas, o partido não teve tempo útil para reorganizar uma candidatura alternativa, pelo que, lamentavelmente, não se apresentará ao Concelho do Porto nestas autárquicas”, informou Ossanda Líder em nota escrita.

Na segunda-feira, o advogado Aníbal Pinto anunciou, nas suas redes sociais, ter desistido da sua candidatura ao Porto pelo Nova Direita alegando falta de autonomia nas listas e no programa e reiterando que não podia “aceitar estar dependente seja do partido que for para lutar” pela cidade.

Perante estas acusações, Ossanda Líder garantiu, em resposta à Lusa, que “foi dada liberdade [ao candidato] para selecionar candidatos para as listas”, mas que o partido “tem regras”.

“Em cumprimento dos estatutos do partido, seria necessário submeter as listas à aprovação do Conselho Nacional, algo que o candidato Aníbal Pinto se recusou a fazer, por motivos desconhecidos”, acrescentou a líder do partido, que frisou que à direção “cabe garantir o cumprimento dos Estatutos e assegurar que os seus representantes sejam pessoas idóneas, sérias e respeitadoras dos valores e regras dos partidos”.

Sem o acesso à listagem de candidatos, reforçou Ossanda, “não foi possível cumprir as normas e, por isso mesmo, a conclusão só poderia ser a retirada da candidatura”.

Na segunda-feira, a horas do prazo final para entrega das listas nos respetivos tribunais de comarca, Aníbal Pinto defendeu que o Porto “não deve estar submisso nem prestar a vassalagem a Lisboa e que não pode estar dependente de qualquer interesse de qualquer partido”, motivo pela qual decidiu retirar-se da corrida.

Na apresentação da sua candidatura, a 07 de junho, um drone fez “chover” uma quantidade indeterminada de notas de cinco euros sobre os apoiantes que se juntaram na Avenida dos Aliados e o advogado prometeu que a iniciativa voltaria a acontecer.

A largada de notas valeu-lhe uma queixa no Ministério Público, remetida pela Comissão Nacional de Eleições (CNE). O episódio, revelou à data à Lusa o porta-voz da CNE, André Wemans, deu origem a uma queixa anónima, que a comissão analisou em plenário, tendo este decidido, uma vez que a situação denunciada ocorreu fora do período de campanha eleitoral, pois as eleições ainda não foram marcadas, que não pode avaliar o sucedido.

Questionada sobre a largada de dinheiro, a presidente da Nova Direita, Ossanda Líber recusou à data ser uma forma de comprar votos: “Como assim comprar votos? Olha, se tiver um “outdoor” na rua a dizer, “olha, vou reduzir em 10% o IVA”, é dinheiro na mesma, não é?”, argumentou.

No seu programa, Aníbal Pinto tinha propostas como a venda, por parte da autarquia, de “todas as suas casas sociais, permitindo a quem mora nessas casas que possa comprá-las por valores simbólicos de 20 ou 30 mil euros” com a câmara como fiadora, o aumento da taxa turística para os cinco euros por noite, a gratificação de polícias e transportes públicos gratuitos para os portuenses.

Concorrem à Câmara Municipal do Porto Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU — coligação PCP/PEV), Nuno Cardoso (Porto Primeiro – coligação NC/PPM), Pedro Duarte (PSD/IL/CDS-PP), Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (movimento independente), António Araújo (movimento independente), Alexandre Guilherme Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre), Miguel Corte-Real (Chega) e Frederico Duarte Carvalho (ADN).

O atual executivo é composto por uma maioria de seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente, sendo os restantes dois eleitos do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.

As eleições autárquicas estão marcadas para 12 de outubro.

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