Nova solução para 2.ª fase do metrobus do Porto poupa 86 árvores mas atrasa viagem

A segunda fase do metrobus vai ligar a Avenida Marechal Gomes da Costa à Anémona.

Agosto 28, 2025

A solução alternativa proposta pela Câmara do Porto para a segunda fase do metrobus poupa o abate direto de 86 árvores, mas pode prejudicar o tempo de viagem anunciado, segundo dados da Metro do Porto facultados à Lusa.

Segundo dados enviados por fonte da Metro do Porto após questões da Lusa, na solução inicialmente desenhada para a segunda fase do metrobus (da zona da Avenida Marechal Gomes da Costa até à Anémona), de um saldo inicial de 267 árvores, estas passavam para 305 no final, mas com a solução alternativa proposta pela Câmara do Porto, o saldo final subiria para 391 árvores.

Em causa estão alterações no troço entre a Avenida do Parque e o Castelo do Queijo, que originalmente passava de 149 árvores existentes – das quais nove a manter (no passeio), 42 a abater (no separador central) e 98 a transplantar – para 70 árvores no final, entre as quais as nove mantidas e 61 novas.

Já na solução alternativa estudada com a Câmara do Porto, que aguarda aprovação e implementação no terreno, em causa estão 149 árvores existentes, das quais 139 seriam mantidas (130 no separador central e nove no passeio), cinco abatidas e cinco transplantadas, e cujo saldo final passaria a ser de 156, das quais 139 mantidas e 17 novas.

“Qualquer uma das soluções apontadas garante que, no futuro, e após conclusão da obra, o número de árvores no troço em causa da Avenida da Boavista será superior ao de antes”, refere a Metro do Porto, que também “acredita que o plano defendido” pela autarquia “pode afetar a qualidade do serviço prestado pelo metrobus”.

Como a nova proposta faz com que o metrobus não circule se forma segregada no meio mas sim “pelo lado esquerdo das vias” com o restante tráfego, tal tem “implicações a nível de trânsito que dificultam o cumprimento dos tempos de viagem já anunciados” de 17 minutos entre a Casa da Música e Anémona.

Segundo a Metro do Porto, o projeto foi após um pedido da Câmara do Porto em 01 de abril e, em 22 de maio, o candidato autárquico do PSD/CDS-PP/IL Pedro Duarte divulgou uma petição que pretendia, precisamente, manter a ciclovia central e evitar o abate de árvores, algo com o qual o atual presidente da Câmara, Rui Moreira, disse concordar.

A Metro do Porto salvaguarda que “apenas se considerou o abate dos exemplares que não apresentam viabilidade para transplante”, sendo que a maioria “será de árvores existentes no canal central, cuja sombra, hoje, se projeta sobre as faixas bus e vias rodoviárias” (exceto no troço avenida do Parque–Castelo do Queijo), e “a maioria das novas plantações será realizada ao longo dos passeios”, com sombras sobre os peões.

Quanto ao resto da segunda fase mantém-se o que estava anteriormente previsto, com o percurso entre a Marechal e Antunes Guimarães a passar de 48 árvores – 16 a manter, 30 a abater (27 no canal central e 3 em passeios) e duas a transplantar – para 108 árvores no final: 16 mantidas, 87 novas (56 nos passeios e zonas de atravessamento da Boavista e 6 no passeio da Antunes Guimarães) e cinco transplantadas.

Entre a Antunes Guimarães e a Rua António Aroso, as 31 árvores atuais (31 a abater, 27 no canal central e quatro no passeio) passam a 94 no final da intervenção (92 novas árvores e duas transplantadas nos passeios), e dali à Avenida do Parque, das 21 existentes seis mantêm-se, cinco são para abater (três no canal central e dois no passeio) e 10 a transplantar, ficando 33 árvores no fim da intervenção (seis mantidas, 26 novas nos passeios e zonas ajardinadas de atravessamento pedonal) e uma transplantada na mesma zona.

Entre as espécies a transplantar estão paineiras, jacarandás, metrossideros, magnólia branca, entre as a abater estão choupos e ligustros e as novas plantações incluem o bordo-japonês, o bordo-vermelho, o bordo-prateado, a faia, a casuarina e o vidoeiro.

Quanto à primeira fase (Boavista-Império), de 265 árvores existentes no início, 153 foram mantidas, houve 70 abates e 42 transplantes, e o saldo final fixou-se nas 390 árvores, (153 mantidas, 206 novas e 31 transplantes).

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