Novo plano municipal de Gaia focado em “promover saúde e não resolver doença”

O Plano Municipal de Saúde de Gaia, tem como prioridades as alterações climáticas, excesso de peso, saúde mental, doenças de notificação obrigatória e transmitidas por vetores e zoonoses.

Maio 22, 2025

O Plano Municipal de Saúde de Gaia, focado em “promover saúde e não resolver doença” e apresentado hoje, tem como prioridades as alterações climáticas, excesso de peso, saúde mental, doenças de notificação obrigatória e transmitidas por vetores e zoonoses.

“O foco é promover saúde e não resolver doença”, disse hoje Elisabete Ramos, responsável do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) a quem coube a apresentação do plano, que decorreu hoje no Auditório Municipal Manuel Menezes de Figueiredo, com lotação esgotada.

O Plano Municipal de Saúde de Gaia parte do princípio de que “é necessário integrar, por um lado, e que a política tem um papel extraordinariamente relevante na saúde da população”, por outro.

“Este plano tem como ação primordial a ideia da intersectorialidade e da participação dos cidadãos e das instituições que estão no terreno”, assegurou a especialista, com enfoque particular na relação entre “animais, pessoas e ambiente”.

O documento apresenta cinco áreas prioritárias para os próximos anos: alterações climáticas; excesso de peso e obesidade; saúde mental; doenças de notificação obrigatória: HIV e outras IST [infeções sexualmente transmissíveis] e tuberculose; e doenças transmitidas por vetores e zoonoses.

“Porquê estas? Uma parte importante é porque têm uma prevalência grande, por exemplo quando pensamos no excesso de peso ou obesidade, ou porque são também determinantes chave das doenças ou dos problemas que eram mais frequentes na população ou causavam mais perda de anos saudáveis”, justificou Elisabete Ramos.

Já a presença de outros pontos, como as doenças de notificação obrigatória ou IST “claramente não significa que o município esteja pior que outros municípios”, mas está “alinhado com o facto de serem patologias preveníveis, com potencial para resolução e que a nível nacional e local parecem estar com uma tendência crescente”.

Quanto às doenças transmitidas por vetores ou zoonoses “também não significa que o município tenha um problema particularmente grave nesta área, não tem”, mas a questão está “na lógica de jogar com o ambiente, o animal e o humano”, sendo essa uma “interação chave” em termos de saúde.

Entre os pontos elencados ao longo da apresentação estiveram, por exemplo, a exposição à poluição do ar, a temperatura média à superfície (superou os 15,6º no centro do município em 2021) e o acesso aos espaços verdes com mais de 5.000 metros quadrados, que em Vila Nova de Gaia estão a mais de 300 metros para mais metade da população (52,7%).

Cada área prioritária tem os seus objetivos específicos e há ainda um eixo de “gestão na saúde”, com medidas que visam “criar sistemas de monitorização” do plano e um “planeamento integrado”, fruto de um trabalho conjunto entre a Câmara de Gaia, a Unidade Local de Saúde Gaia/Espinho e o ISPUP.

O plano foi elaborado na sequência de um diagnóstico que contou com grupos focais, oficinas da saúde, sessões de auscultação e questionários aos representantes das Juntas de Freguesia e Uniões das Juntas de Freguesia.

A apresentação contou com as intervenções do presidente da Câmara, Eduardo Vítor Rodrigues, do vereador da Saúde Dário Silva, do Delegado de Saúde Regional do Norte, Gustavo Tato Borges, do presidente da ULSGE, Luís Matos, da diretora executiva do Plano Nacional de Saúde 2030, Ana Sottomayor, e do investigador do ISPUP Milton Severo.

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