Nuno Cardoso diz que petição de Pedro Duarte é “afronta à inteligência” dos portuenses

Para Nuno Cardoso, “este gesto é, no mínimo, desconcertante”.

Maio 22, 2025

O candidato independente à Câmara Municipal do Porto Nuno Cardoso afirmou esta quinta-feira que a petição contra o metrobus encabeçada por Pedro Duarte, que também se candidatou àquela autarquia, representa um “insulto à inteligência e paciência” dos portuenses.

Em comunicado, Nuno Cardoso, que presidiu a Câmara do Porto entre 1999 e 2001, considerou “o gesto” de Pedro Duarte, atualmente ministro dos Assuntos Parlamentares, “no mínimo desconcertante” e um “exercício de contradição”, mostrando-se “indignado e perplexo”.

Pedro Duarte, candidato do PSD/CDS à presidência da autarquia do Porto, encabeça uma petição para suspender e mudar a segunda fase do metrobus, defendendo a circulação sem canal dedicado e a salvaguarda de árvores e da atual ciclovia.

“O bom senso reclama que haja ponderação antes de avançar com esta segunda fase. Porque esta segunda fase implica uma alteração – eu diria uma destruição – irreversível desta zona da Avenida da Boavista tal qual a conhecemos”, disse Pedro Duarte à Lusa.

Em causa está o projeto da segunda fase do metrobus, entre Pinheiro Manso e a Anémona, que esteve parada em tribunal mas já pode avançar.

Para Nuno Cardoso, “este gesto é, no mínimo, desconcertante”.

“O ministro, que até agora nunca se pronunciou publicamente sobre o avanço da obra — mesmo quando a primeira fase já decorria há anos — desperta agora para criar uma petição… contra o seu próprio governo”, lê-se no documento enviado à Lusa.

Segundo o ex-autarca, a petição promovida por Pedro Duarte é um “verdadeiro exercício de contradição política que representa uma afronta à inteligência e à paciência dos cidadãos do Porto”.

Nuno Cardoso salienta que “o sistema metrobus já implicou a aquisição de veículos específicos e mobilizou verbas significativas de financiamento europeu, cuja perda seria inaceitável”, defendendo que “a eventual suspensão do projeto exige alternativas claras, discutidas com a cidade”.

“O futuro do corredor onde hoje se implementa o metrobus — seja enquanto via ciclável, transporte público ou solução mista — deve ser decidido com os portuenses, não em ações de propaganda política”, defende Nuno Cardoso.

Em concreto, a petição “Por uma Avenida da Boavista Verde, Humanizada e Sustentável” recusa “o avanço da segunda fase do metrobus em canal dedicado na Avenida da Boavista”, defende que se impeça “o abate de dezenas de árvores, preservando o património arbóreo existente” e que se salvaguarde “a atual ciclovia, reconhecida como um exemplo de mobilidade suave e sustentável”.

A petição refere que a cidade “continua sem conhecer, nem confiar, na eficácia” do metrobus, que ainda não está ao serviço, apontando que, na segunda fase, “ao impor um canal exclusivo e segregado para os veículos do BRT [metrobus], compromete-se a preservação do património arbóreo, desqualifica-se o espaço pedonal e elimina-se a experiência ciclável da avenida”.

Até ao momento, foram confirmadas as candidaturas à Câmara do Porto de Manuel Pizarro, pelo PS, de Pedro Duarte, pelo PSD, de Diana Ferreira, pela CDU, Nuno Cardoso, pelo movimento Pensar o Porto, Vitorino Silva, conhecido como Tino de Rans, Aníbal Pinto, pela Nova Direita, e Sérgio AIres, pelo Bloco de Esquerda.

O atual executivo é composto por seis eleitos pelo movimento independente de Rui Moreira, três eleitos pelo PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.

As eleições autárquicas deverão decorrer entre 22 de setembro e 14 de outubro de 2025.

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