O antigo presidente da Câmara do Porto criticou o executivo por ter permitido que os espaços públicos em redor dos bairros tenham atingido um “nível de desmazelo muito elevado”.

O cabeça de lista da candidatura Porto Primeiro – Nuno Cardoso criticou hoje o “desmazelo muito elevado” nos bairros sociais do Porto, apontado o dedo à gestão do atual vice-presidente e também candidato, Filipe Araújo.
Nuno Cardoso reuniu-se hoje com a Associação da Nova Urbanização das Condominhas, na União de Freguesias de Lordelo do Ouro e Massarelos, para conhecer os problemas com que esta se debate e que vão da falta de manutenção dos prédios ao tráfico de droga, bem como no desinteresse dos condóminos em participar no esforço da associação.
À Lusa, o antigo presidente da Câmara do Porto criticou o executivo por ter permitido que os espaços públicos em redor dos bairros tenham atingido um “nível de desmazelo muito elevado”.
Nuno Cardoso referiu que nas visitas que fez aos bairros municipais, “apesar de terem tido obras nos edifícios e terem melhorado a qualidade nas habitações, os espaços públicos estão abandonados, completamente abandonados”.
“É curioso que o vice-presidente [Filipe Araújo, também candidato às próximas autárquicas] tem a área do ambiente. Quer dizer que o espaço público dos bairros, que é responsabilidade da área do ambiente, [está ao] abandono completo, à degradação completa”, afirmou, acrescentando que concorre contra a perda de “autoestima da população sobre o território”.
E prosseguiu: “É um território perfeitamente abandonado, cheio de lixo, cheio de problemas, de perigos para as crianças, de todo tipo”.
Questionado pela Lusa se o esforço sobre a habitação deve estender-se também à reabilitação do edificado, e se esse esforço não vai agravar a fatura do município, Nuno Cardoso respondeu com a motivação necessária dos funcionários: “É evidente que o futuro presidente da Câmara do Porto vai ter uma ação muito forte na mobilização, desde logo, dos seus funcionários”.
“Os funcionários municipais são fundamentais, tê-los bem mobilizados e bem ativos, dentro de uma ótica e de uma perspetiva que queremos para a cidade de gestão, é, efetivamente, servir o cidadão. O funcionário da câmara tem de entender que só há uma missão para todos nós, é servir o cidadão. E temos que estar todos muito mobilizados nesse serviço”, frisou.
Sobre os problemas de droga muito presentes naquela freguesia, segundo os responsáveis da associação com quem reuniu, no bairro, o candidato encontra solução “na resposta pública em termos de metadona e outras drogas subsidiárias que permitam, no fundo, tirar essa população dessa rota”.
“E depois, claro, combater fortemente o tráfico. Não vamos admitir que haja tráfico nos bairros sociais. Vamos usar de todos os meios, desde videovigilância, a ocupação policial (…) para que isso acabe”, disse, garantindo empenho em “cuidar dos cidadãos que estão em dependência (…) e que, cumulativamente, são pessoas sem-abrigo, a quem quer “dar abrigo”.
O atual executivo é composto por uma maioria de seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente, sendo os restantes dois eleitos do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.
Concorrem à Câmara Municipal do Porto Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU – coligação PCP/PEV), Nuno Cardoso (Porto Primeiro – coligação NC/PPM), Pedro Duarte (coligação PSD/CDS-PP/IL), Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (Fazer à Porto – independente), Guilherme Alexandre Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre), Miguel Corte-Real (Chega), Frederico Duarte Carvalho (ADN), Maria Amélia Costa (PTP) e Luís Tinoco Azevedo (PLS).
As eleições autárquicas realizam-se a 12 de outubro.