Obra de 32 ME para melhorar tráfego de mercadorias na Linha de Leixões arranca em 2026

A informação foi avançada à Lusa por fonte oficial da Infraestruturas de Portugal.

Novembro 27, 2025

 As obras de 32 milhões de euros para melhorar a Linha de Leixões para mercadorias vão arrancar no primeiro semestre de 2026, e causarão “constrangimentos temporários na operação” da via, que conta com serviço de passageiros desde fevereiro.

“Estima-se que a empreitada possa ter início durante o primeiro semestre do próximo ano”, pode ler-se numa resposta da Infraestruturas de Portugal (IP) a questões da Lusa sobre as obras de 32 milhões de euros para aumentar a capacidade de tráfego ferroviário que chega ao porto de Leixões, em Matosinhos.

Sobre se a execução da obra trará condicionamentos ao serviço de passageiros na linha, que reabriu em 09 de fevereiro, fonte oficial da IP refere que “a execução de uma obra desta envergadura implica, para garantir o bom desenvolvimento dos trabalhos e a segurança de trabalhadores e utilizadores da via, constrangimentos temporários na operação”.

“Os trabalhos serão articulados com os municípios abrangidos [Porto, Gondomar, Maia e Matosinhos] procurando minimizar, na medida do possível, os condicionamentos”, refere a IP.

A IP revelou ainda que já assinou o contrato da empreitada, que abrange a “reformulação do conjunto de vias de entrada e saída do Terminal de Leixões” e a “adequação das vias de resguardo, que permitem o estacionamento temporário e o cruzamento de comboios, nas estações de Contumil e de São Mamede de Infesta, garantindo condições para a operação de comboios com até 750 metros úteis de comprimento”.

Também terá lugar a “beneficiação da catenária em toda a extensão da Linha de Leixões”, a “reformulação de três salas de equipamentos de telecomunicações existentes e a construção de um novo edifício técnico em Leixões” e ainda a “instalação de cinco novas torres de telecomunicações GSM-R”.

A IP destaca ainda “intervenções de reforço da segurança das acessibilidades locais e no atravessamento da Linha de Leixões, com a supressão de três passagens de nível rodoviárias e de dois locais de atravessamento pedonal”.

No concelho da Maia, a obra prevê “a construção de uma passagem inferior rodoviária em São Gemil, que se constituirá como alternativa de atravessamento à passagem de nível (PN) ao Km 6,429 e à PN da Concordância de São Gemil, as quais serão suprimidas”, “a construção de uma passagem superior pedonal ao quilómetro 7,315 que viabilizará a supressão do atravessamento pedonal de nível existente neste local” e “a construção de uma passagem superior pedonal ao quilómetro 7,930 e supressão da PN aqui existente”.

Já em Matosinhos, a intervenção inclui “a beneficiação da rampa e da via paralela à Estação de São Mamede de Infesta” e “a supressão da PN e da zona de atravessamento existentes neste local”.

Para o presidente da IP, Miguel Cruz, “esta intervenção representa um passo decisivo no reforço da capacidade e eficiência da rede ferroviária nacional, contribuindo para consolidar o papel do Porto de Leixões, o segundo maior do país, como eixo logístico estratégico para a competitividade e capacidade exportadora das empresas portuguesas”.

A empreitada não implica qualquer duplicação da linha nem está diretamente relacionada com a abertura da linha a passageiros feita em fevereiro.

“O desenvolvimento destes estudos e projetos associa-se ao objetivo do aumento da capacidade de tráfego, para comboios até 750 metros, de mercadorias na Linha de Leixões. Através da intervenção em pontos cirúrgicos pretende-se realizar uma renovação desta infraestrutura, com uma significativa influência no tráfego de mercadorias associada ao Porto de Leixões”, pode ler-se nos documentos do projeto.

O montante de 32 milhões de euros, financiado por fundos europeus, para a empreitada é repartido pelos anos de 2025 (quatro milhões de euros), 2026 (16,8 milhões) e 2027 (11,2 milhões), segundo uma autorização de despesa da IP datada de abril de 2024.

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