Pedro Duarte promete transportes públicos gratuitos para os residentes no Porto

Pedro Duarte admite taxa turística nos 5 euros para pagar transportes grátis.

Junho 25, 2025

O candidato à Câmara do Porto, Pedro Duarte, prometeu transportes gratuitos para todos os residentes na cidade, num investimento anual do município de cerca de 25 milhões de euros bem como a plantação de 15 mil árvores.

Perante cerca de 400 pessoas num jardim anexo à Torre dos Clérigos, o candidato da coligação “O Porto Somos Nós”, que reúne a IL, CDS-PP e independentes, Pedro Duarte, revelou os 10 pontos principais da sua candidatura, falando para uma plateia que incluía o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco e o ministro dos Assuntos Parlamentares, Carlos Abreu Amorim.

Segundo Pedro Duarte, a gratuitidade abrange toda a oferta de transportes do Porto sendo o necessário esforço financeiro da autarquia financiado com recurso a programas europeus, ao aumento da taxa turística e da receita de estacionamento para não residentes..

E numa cidade que disse querer ter “mais árvores, mais espaços verdes, menos carros e menos ruído”, Pedro Duarte comprometeu-se, também, a “plantar 15 mil árvores só no primeiro mandato” nas ruas do Porto.

O lado social figura também nas suas prioridades, anunciando esforços para o combate à solidão dos idosos e para tirar das ruas as “centenas de sem-abrigo” que existem no Porto.

Pedro Duarte falou do turismo para dizer que quer uma cidade com “turismo inteligente”, que “respeite quem visita, mas também quem cá vive” e também apontou à criação de um serviço municipal de saúde, que potencie os hospitais, universidades e centros de investigação tornando o Porto “num modelo nacional e internacional ao nível dos cuidados primários”.

No capítulo da habitação quer criar habitação digna a preços acessíveis para os jovens, dando uso aos edifícios devolutos do Estado e do município, assinalando que 13% dos habitantes do Porto residem em habitação social, quando a médio no país é de 3%, mencionando que quer resolver esse problema “sem expulsar ninguém, mas reduzindo a dimensão de alguns bairros sociais”.

Pedro Duarte quer também criar equipas municipais de fiscalização para controlar a imigração ilegal e irregular, avisando que quem vier viver para o Porto “deverá saber viver de acordo com as leis, normais sociais e valores civilizacionais” do país.

Neste contexto, quer aumentar em 100 agentes o contingente da Polícia Municipal e exigir ao Estado aumentar em igual número a disponibilidade no Comando Metropolitano do Porto da PSP, ao mesmo tempo que haverá um investimento na iluminação pública e na videovigilância, disse.                     No discurso em que começou por falar na Cultura que quer levar aos bairros, a todas as idades e a todos os públicos, Pedro Duarte assinalou ainda querer valorizar o talento e a inovação, atraindo jovens criadores e investigadores, fazendo do Porto a capital da ciência, conhecimento, tecnologia e do futuro.     

Luís Valente de Oliveira, antigo docente catedrático na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e presidente da Comissão de Coordenação da Região do Norte (Portugal), bem como antigo ministro da Educação e Investigação Científica, do Planeamento e Administração do Território e das Obras Públicas, Transportes e Habitação, foi apresentado como o mandatário da candidatura.

Para além de Pedro Duarte, foram apresentados como candidatos à Câmara do Porto Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU), Nuno Cardoso (movimento Porto Primeiro), Vitorino Silva (RIR), António Araújo (movimento Porto à Porto), Aníbal Pinto (Nova Direita), Sérgio Aires (BE), e o atual vice-presidente Filipe Araújo, como independente.

O atual executivo é composto por seis eleitos pelo movimento independente de Rui Moreira, três eleitos pelo PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.

As eleições autárquicas deverão ocorrer entre 22 de setembro e 14 de outubro deste ano.

Pedro Duarte admite taxa turística nos 5 euros para pagar transportes grátis

O candidato à Câmara do Porto, Pedro Duarte, revelou a intenção de passar a taxa turística no Porto de três para cinco euros para, dessa forma financiar os transportes públicos para os residentes na cidade.

Sobre o projeto de tornar grátis todos os transportes públicos da cidade para os residentes, o candidato da coligação explicou que numa primeira fase “irão aumentar em mais um euro, a taxa turística, quer passará para quatro euros, equiparando ao que acontece em Lisboa”.

O projeto tem um custo anual estimado de 25 milhões de euros que o candidato, para além da taxa turística quer financiar com recurso a programas europeus e ao aumento do custo de estacionamento para os não residentes.

“Não ponho de parte a hipótese de, nos anos subsequentes, se virmos que há necessidade de filtrar aquilo que é o turismo na cidade e, por outro lado, se precisarmos de mais receita para financiar esta medida dos transportes gratuitos, de podermos aumentar até mais um euro, portanto até aos cinco euros”, acrescentou.

Pedro Duarte justificou a medida hoje anunciada por considerar importante criar respostas “que atenuem a entrada massiva” de carros vindos de fora da cidade, um projeto, ainda assim, que quer levar aos concelhos vizinhos, para estimular os outros autarcas a seguirem esta ideia.

Ainda sobre o tema da mobilidade, o candidato admitiu o recurso ao controlo de algumas zonas da cidade, através da tecnologia que permite, por exemplo, ser de acesso apenas para residentes”, precisando, contudo, que ainda não está a pensar nessa fase, mas sim em cativar os colegas dos municípios vizinhos a adotar também o controlo hoje anunciado

“É ambiciosa, é difícil, mas eu gosto de desafios difíceis”, disse o ex-ministro dos Assuntos Parlamentares.

Questionado sobre a plantação de 15 mil árvores na cidade, Pedro Duarte respondeu com outros números, reportando-se a “um plano de arborização na cidade que mostra que há cerca de 216 quilómetros de ruas que são arborizáveis”.

“Isto é exequível, havendo vontade política e há vontade política, para também aqui o Porto marcar a diferença. Portanto, ser uma cidade mais verde do que as outras, nomeadamente com árvores, que nós sabemos que têm um efeito excelente para todos nós em muitos aspetos, designadamente para combater o problema das alterações climáticas, que tem estado um bocadinho esquecido da agenda internacional, pelas piores razões (…) mas a verdade é que não desapareceu e nós continuamos a precisar de ter uma política de sustentabilidade também ao nível das cidades”, sublinhou.

Sobre a sua candidatura, insistiu que “não discrimina nenhum portuense” e sobre o facto de havendo tantas candidaturas poder enfrentar, uma vez eleito, uma câmara ingovernável, Pedro Duarte manifestou otimismo no seu projeto e no “sentido de responsabilidade por parte de todos” para que isso não seja um entrave.

Questionado sobre, se pudesse, se revertia o projeto Metrobus na Avenida da Boavista, o candidato respondeu afirmativamente embora admita que já esteja “num momento em que isso não é exequível”.

Partilhar

Pub

Outras notícias