Pedro Duarte quer parar obras do metrobus com providência cautelar

As obras da segunda fase do metrobus do Porto (Boavista – Anémona) arrancaram no início desta semana, no segmento até ao liceu Garcia de Orta.

Setembro 26, 2025

O candidato à Câmara do Porto Pedro Duarte (PSD/CDS-PP/IL) vai entregar, nos próximos dias, uma providência cautelar para impedir que continuem as obras relativas à segunda fase do metrobus, revelou hoje.

“Não estamos apenas a defender árvores ou uma ciclovia. Estamos a defender um modelo de cidade mais sustentável, mais humano e mais equilibrado. Este é um combate pelo futuro do Porto”, defendeu o candidato da coligação O Porto Somos Nós num comunicado enviado às redações.

Fonte da candidatura esclareceu à Lusa que o documento deve ser entregue em tribunal nos próximos dias e que o anúncio hoje “parte de um lugar de indignação com o arranque das obras e destruição de árvores que marcaram o dia na Avenida da Boavista”.

As obras da segunda fase do metrobus do Porto (Boavista – Anémona) arrancaram no início desta semana, no segmento até ao liceu Garcia de Orta.

De acordo com o que a transportadora disse à Lusa à data do anúncio do avanço da segunda fase, “os projetistas encontram-se a desenvolver uma solução alternativa para o troço compreendido entre as estações Garcia de Orta e Castelo do Queijo, em estrita conformidade com o solicitado pela câmara”.

A solução alternativa proposta pela Câmara do Porto para a segunda fase do metrobus poupa o abate direto de 86 árvores, mas pode prejudicar o tempo de viagem anunciado, segundo dados da Metro do Porto facultados à Lusa.

Segundo dados enviados por fonte da Metro do Porto após questões da Lusa, na solução inicialmente desenhada para a segunda fase do metrobus (da zona da Avenida Marechal Gomes da Costa até à Anémona), de um saldo inicial de 267 árvores, estas passavam para 305 no final, mas com a solução alternativa proposta pela Câmara do Porto, o saldo final subiria para 391 árvores.

Segundo a Metro do Porto, o projeto foi revisto após um pedido da Câmara do Porto em 01 de abril e, em 22 de maio, o candidato autárquico do PSD/CDS-PP/IL Pedro Duarte divulgou uma petição que pretendia manter a ciclovia central e evitar o abate de árvores, algo com o qual o atual presidente da câmara, Rui Moreira, disse concordar.

No passado sábado, o cabeça de lista da coligação PSD/CDS-PP/IL organizou ainda uma manifestação de protesto que reuniu dezenas de pessoas, junto ao liceu Garcia de Orta, na Avenida da Boavista, no Porto, contra o arranque das obras da segunda fase deste projeto.

Está previsto que o metrobus ligue a Casa da Música à Praça do Império (em 12 minutos) e à Anémona (em 17), e os veículos do serviço serão autocarros a hidrogénio visualmente semelhantes aos do metro convencional, construídos por 29,5 milhões de euros, incluindo a infraestrutura de alimentação.

Os veículos já chegaram e a obra da primeira fase está concluída, mas o serviço ainda não está em funcionamento, sendo o canal da Avenida da Boavista atualmente utilizado por utilizadores de modos suaves de mobilidade, como bicicletas e trotinetes.

A 14 de julho, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, afirmou que não iria “perder mais tempo” com o metrobus e que deixa esse assunto para o próximo executivo.

Pelo Governo, o ministro das infraestuturas, Miguel Pinto Luz, disse ser necessário “fazer uma avaliação” e “parar”, mas “não parar muito, porque isto é para se executar, e na altura certa tomar uma decisão final” sobre a operação da primeira fase.

Concorrem à Câmara do Porto Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU – coligação PCP/PEV), Nuno Cardoso (Porto Primeiro – coligação NC/PPM), Pedro Duarte (coligação PSD/CDS-PP/IL), Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (Fazer à Porto – independente), Guilherme Alexandre Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre), Miguel Corte-Real (Chega), Frederico Duarte Carvalho (ADN), Maria Amélia Costa (PTP) e Luís Tinoco Azevedo (PLS).

O atual executivo é composto por uma maioria de seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente, sendo os restantes dois eleitos do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.

As eleições autárquicas realizam-se a 12 de outubro.

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