Pedro Duarte quer reabilitar Palácio de São João Novo no Porto mas não avança datas

O autarca não quis comprometer-se com datas, por considerar que “não seria muito responsável” falar de números que estão dependentes de variantes externas.

Novembro 14, 2025

O presidente da Câmara do Porto, Pedro Duarte, quer avançar com a reabilitação do Palácio de São João Novo, projeto já apresentado pelo anterior executivo de Rui Moreira, mas não se quis hoje comprometer com valores nem datas.

Após uma visita ao edifício, que se encontra em avançado estado de degradação há vários anos e onde a autarquia quer instalar o núcleo central do Museu do Porto, Pedro Duarte garantiu que chegou o tempo de lhe “tentar dar futuro”.

“Nesse sentido, nós estamos a tomar algumas iniciativas já, designadamente com a nossa empresa municipal Go Porto, de fazermos nesta fase um estudo de diagnóstico (…) que é fundamental para depois podermos, numa segunda fase, ter um projeto que possa ser sustentável e que, de facto, transforme este espaço num local museológico”, disse aos jornalistas.

Apesar do processo de diagnóstico a este imóvel em Miragaia estar “num estado avançado”, o autarca não quis comprometer-se com datas, por considerar que “não seria muito responsável” falar de números que estão dependentes de variantes externas.

“Nós sabemos que, nomeadamente quando estamos a falar de equipamentos desta natureza, não é só uma questão de vontade, há muitas “nuances” que têm que ser pensadas, quer do ponto de vista da intervenção em si, quer do ponto de vista do financiamento. O nosso propósito é trabalharmos já sobre isto, e também é por isso que aqui estamos hoje, é para sinalizar que estamos empenhados, estamos a olhar para o projeto e queremos, na medida daquilo que for possível, avançar rapidamente”, acrescentou, ressalvando que não se trata de algo a curto prazo e que “é evidente que depois a intervenção vai demorar uns anos”.

Pedro Duarte seguia acompanhado, entre outras pessoas, pelo vereador a quem atribuiu o pelouro da Cultura, Jorge Sobrado, que relembrou que o Palácio de São João Novo “foi abandonado pelo Estado Central nos anos 1980 e 90” e garantiu que inverterá agora esse “caminho de abandono de um valor patrimonial notável e irresistível na cidade do Porto”.

Descrevendo a reabilitação do edifício e futura instalação do núcleo central do Museu do Porto como “muito entusiasmante”, Sobrado não escondeu tratar-se de um projeto “que exigirá paciência, trabalho dedicado e tempo”.

O vereador não avançou com o orçamento necessário para a realização do projeto.

“Ainda é cedo, ainda é cedo. E vamos ser francos: enquanto existe o estudo, o programa do museu, o programa de intervenção, o projeto… já estamos a falar de alguns anos e eu quero dizer que seria completamente extemporâneo estarmos a apontar um valor que daqui a pouco tempo estaríamos a rever, a desmentir, a alterar”, justificou.

Sobre quem ficará responsável pelo projeto de arquitetura também ainda não há novidades, uma vez que a Go Porto está a “estudar a melhor metodologia de concurso e, a seu tempo, vai definir aquele que será o procedimento que mais bem defende esta peça e o futuro deste património”.

Em fevereiro de 2024, o executivo liderado por Rui Moreira aprovou instalar o núcleo central do Museu do Porto num piso do edifício da Alfândega, por um valor mensal de renda de 15 mil euros, até à recuperação do Palácio de São João Novo estar concluída.

À data, a autarquia apontou uma duração de sete anos para a empreitada, sendo que em 2024 iria avançar o estudo de patologias do edificado e, este ano, estava previsto iniciar-se o projeto de arquitetura e museologia, seguindo-se, posteriormente, os projetos de especialidade e concurso de execução.

A gestão do Palácio de São João Novo, até então sob responsabilidade da Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN), passou em 06 de dezembro de 2023 para o município, com a formalização do acordo de transferência por um período de 50 anos.

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